Capítulo 10

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O dia amanheceu mais ensolarado que nunca, não consegui entender o motivo pelo qual, deve ser algum efeito especial do sono ou se é  assim que os casais de filmes ficavam  quando se beijavam  e se declaram um para o outro, devo confessar que estava me sentindo muito clichê naquela manhã.

Fui para o computador, abri meu email, não tinha nada dela, não estranhei, aliás depois de alguns dias, comecei a perceber uma coisa: ela dormia demais. Decidi mesmo assim, mandar um.

De: renato.g@hotmail.com
Para: austria.1@hotmail.com
Enviado às 8:15 AM.
Assunto: Sábado manhã.

Bom dia, Áustria. Sei que está dormindo, não, eu não memorizei a hora que acorda, apena acho que é um palpite. Meu sono é estranho, na semana quero acordar tarde, mas nos finais de semana eles insistem em me acordar cedo, estou farto disso, e penso seriamente em tomar remédios para dormir. O que acha?
Bem, sobre ontem, devemos continuar com o acordo, né? Não vamos ditar regras e nem pontuações, só quero que assine os temos de compromissos, nem precisa ler, afinal que jovem ler esses temos? Bom, espero que esteja tendo bons sonhos.
Atenciosamente,
Renato.

Sai da frente do computador e fui fazer o que tinha como obrigação em casa, incrível que nos finais de semana vivemos um dia de escravo, sem comida, sem água, apenas faxina, faxina e faxina. Terminei minhas atividades domesticas em torno de meio dia, minha mãe havia saído para fazer o cabelo, e por isso o almoço ficou por minha conta, quem sabe um dia eu mostre meus dotes culinários, miojo sempre será bem vindo aos sábados. Após preparar minha deliciosa comida, fui para a frente do computador, e verifiquei meu email, uma nova correspondência aparecia.

De: austria.1@hotmail.com
Para: renato.g@hotmail.com
Enviado as 11:25 AM.
Re: Sábado manhã.

Estava dormindo sim, nossa, você realmente fica vendo as horas que acordo? Um absurdo isso!
Espero que quando tomar os remédios, não morra dormindo, que dizer, deve ser legal né? Você nem sente dor. Odeio sentir dor.
Meus sonhos são estranhos, Renato. São super realistas, e na maioria das vezes acontece ou não. Hoje por exemplo, sonhei com você. Tira esse sorriso malicioso dos lábios, não era nada de pornô, seu imoral. O sonho se tratava de nós dois, envolta de uma escuridão, e que consumia a gente, era algo desse tipo. Enfim, estranho não? Pois é! Um dia te conto mais dele.

P.S: Você quer ir visitar as minhas amigas?
Com amor,
Áustria.

A cada palavra que lia, minha sobrancelha não parava de levantar, era involuntário, admito. No final, a risada foi alta. Sobre a risada, alguns amigos chegam a mencionar e comparar com aquele cantor famoso de funk, o Mr.Catra.

Respondi que "sim, claro. Posso ir as 16 horas, que tal?", e enviei. Minutos depois, ela respondeu com um "Espero aqui. Até".

Depois disso fui jogar videogame, e esperei dar a hora de visitar novamente a minha adorável parceira de acordos não escritos. Relembrando isso, devo perguntar agora pessoalmente o que ela achou do beijo e disso tudo. Mas, é um bom sinal ela ter me chamado, sinal que algo pode se desenvolver.

Admito que fiquei curioso em conhecer as suas amigas, nos emails ela frisava que não tinha, por isso queria realmente ver com meus olhos o que ou quem eram, podia esperar de tudo dela.

Deu a hora, pareceu voar ou deve ter sido o videogame que me prendeu a atenção. Exatamente as dezesseis horas, eu estava em frente a sua casa, dessa vez a pé.

Como sempre, me esperando em frente a casa. Era incrível como ela e eu tínhamos a mesma percepção de horários, talvez porque odiavamos esperar por alguém.

- Olá, Áustria.

Não deu tempo de dizer mais nada, um beijo me foi roubado. Segurei em sua cintura, e a reciprocidade se fez naquele momento. "Dane-se o acordo". Puxei minha anotação mental e acrescentei " Áustria gosta de tomar a frente". Nos desvincilhamos, e segurei em sua mão.

- Bem, isso foi algo inesperado, mas bem.. Você está bem? - sorri de canto, o calor em meu corpo era no minimo, estranho.

- Sim! Estou bem. Ah vamos, elas estão esperando, não podemos demorar! - segurou na minha mão, e me guiou para a casa ao lado da dela.

- Ok, vamos.

E entramos na casa das suas "amigas".

Quem é você, Áustria?Onde histórias criam vida. Descubra agora