Capítulo 16

162 19 8
                                    

Procuramos o nosso lugar nas cadeiras que nos foram reservadas, não era nem tão próximo e nem tão longe do palco. Mas, saber que iríamos assistir juntos ao show do Roberto Carlos era super emocionante. Era impossível eu não a espiar pelo canto dos olhos, Áustria estava linda e bela, e eu me sentia feliz, aquele momento realmente poderia ser chamado de felicidade continua, pois de momento ele já não era mais.

As luzes se apagaram e ouvimos assobios e palmas, clamando a possível chegada do Rei. As cortinas se abriram e os holofotes foram ligados e direcionado ao centro do palco, e lá estava o RC, com o seu habitual terno branco e com os cabelos estilo galã. Convenhamos, Roberto Carlos apesar da sua idade já avançada, ainda se mantinha firme e forte na sua postura. Aplaudimos junto com o público quando ele assumiu a posição em frente ao microfone.

- Boa noite, senhores e senhoras.

Ele deu aquela risada típica que até hoje eu sei imitá-la se eu me concentrar bem.

Áustria pegou em minha mão e entrelaçou nossos dedos, olhei em seus olhos e também abrir um largo sorriso, em seguida, levei a sua mão em meus lábios, beijando o nó de seus dedos. O nosso sorriso não parava de brotar, e era daqueles super bobos, nossos olhos se iluminavam sempre quando um olhava para o outro.

Voltei minha atenção ao palco, o Rei agora estava sentado em um banco, ele posicionou o microfone próximo a sua boca, pigarregou e começou:

- A mulher que eu amo, tem a pele morena...

Nessa hora, todos aplaudiram e bradaram com o início dessa música clássica. Não demorou muito para que todos nós cantassemos junto com ele, um coro bonito e uníssono.

- Cara, eu amo essa música! Se ele cantar aquela "Como é Grande o Meu Amor Por Você" é capaz de eu surtar aqui, é sério, Renato! - Áustria gritou, tentando sobrepor o barulho.

Eu concordei e continuei a aplaudir, era óbvio que essa música dele era um marco, e com certeza ele iria cantar. Mas, ver Áustria assim tão feliz, foi sem dúvida uma honra, e um pequeno filme - pelo prazo curto que estamos - Se passou em minha cabeça. O que será que iria acontecer depois desse show? E sobretudo, o que iria acontecer no ano que estava para chegar? Não sabia responder aquelas perguntas, nem acho que era necessário, eu só queria viver aquele momento.

O show continuou, Roberto cantou seus clássicos, como: Calhambeque, Esse Cara Sou Eu, Índia, Porto de Santos, entre outras. Uma mais marcante que a outra, uma mais emocionante que a outra, e cada uma de suas músicas pareciam que nos atingia em cheio, fazendo transbordar felicidade por todo o lugar.

- Renato! Muito obrigada, esse é o melhor presente de Natal que eu poderia ganhar, de verdade, muito obrigada mesmo. Eu amo tudo em você! - Ela disse depressa.

Abri mais um largo sorriso e sussurrei: "Obrigado você, Áustria." e a tomei nos braços, segurando em sua cintura, a beijei novamente. Provando de seus lábios doce e serenos, parecia um grande filme de romance, nós dois ali, e uma música ainda mais romântica no fundo.

- Eu te amo. - disse em seus ouvidos.

Ela parou, ficou em rubro. Parecia que o "Amo tudo em você", não era a mesma coisa que "Eu te amo". De fato, eu acreditava que não era, pois isso se tornou a nossa chave, um vocativo em meio as nossas frases. Mas aquela frase que eu disse, no momento em que estávamos, pareceu fazer a ficha dela cair. Depois de alguns minutos, foi que ela respondeu, mordendo o lóbulo da minha orelha e sussurro:

- Também te amo.

E tudo ficou resolvido, parece que finalmente Áustria e eu eramos de fato namorados. Ali assumimos nossa relação, e com uma benção especial, a do Rei. Éramos agora, um príncipe e uma princesa.

______________________________________

Os dias se passaram super rápidos, o Natal chegou e nós dois não nos separavámos mais. Fazíamos quase tudo juntos, íamos a faculdade juntos, saiamos juntos, fazíamos diversas coisas juntos. Só uma coisa ainda não havíamos feito: sexo.

A primeira vez que fizemos a nossa relação sexual, foi exatamente no dia 24 de Dezembro.

Como bem sabemos, nesse dia é comemorado a véspera do natal! Tem altas comidas, compramos roupa para ficar dentro de casa, os parentes vem, fazem a típica piada do "pavê" e assim segue a vida. No dia 24, seria a primeira vez que iria apresentar Áustria ao restante da minha família, concordamos em responder a pergunta simples, como: "onde se conheceram", basicamente isso. Nada que envolvesse muita fala ou muita indagação.

O dia avançou depressa, e quando dei por mim, já era 20 hrs. Áustria já estava em casa, ajudou minha mãe e minha avó a preparar banquete, enquanto eu? Bem, eu estava jogando videogame! Claro, ela depois foi jogar comigo.

Os convidados foram chegando aos poucos, primeiro minha tia com meus dois primos, ambos trouxeram a namorada e o namorado. Parece que o Natal seria um encontro de todos os nossos pares, ao menos não ia passar por aquilo sozinho. Depois chegou a família de Áustria, e quando notamos a casa já estava cheia com a minha e a família dela. O tempo foi se passando, as conversas iam e vinham, todos já estavam bem entrosados e quando deu meia noite, anunciamos que iríamos rezar e trocar os presentes. A troca foi demorada, minha mãe chorou algumas vezes por conta de lembranças remotas que ela tinha do ex marido dela, coisa que nem vem ao caso no momento.

Era minha vez de dar o presente a Áustria, fui até ela e toquei em seu ombro, e sussurrei em seu ouvido:

- Seu presente está no carro, podemos ir buscar?

Ela concordou e a vi mordendo os lábios, creio que deve ter notado o tom de malícia em minha voz. Dei uma desculpa que ia levar ela no centro da cidade, pois íamos comprar mais bebida que havia acabado. Todos estavam muito ocupado com a diversão e os presentes.

- O que é? - ela indagou.

- Você vai saber, é algo bom.

Chegamos ao carro, entramos e eu o liguei, dei partida e fui andando devagar pela rua da cidade, até achar um lugar escuro em uma rua.

- Nossa, Renato! Que presente mais escroto é esse?

- Olha lá como fala, rapaz. Calma, é aqui mesmo.

Parei o carro e a olhei, era agora ou nunca.

- Áustria, uma vez você me disse que gostava do perigo, não era? Aqui vai o nosso presente de natal. - maliciei.

Minha mão foi em sua coxa, e por cima do vestido eu apertei. Ela deu uma contraída, parecia surpresa com a reação. Me olhou e mordeu os lábios nada disse, apenas concordou com a cabeça. E eu entendi: carta branca. Iríamos transar.

Quem é você, Áustria?Onde histórias criam vida. Descubra agora