O mistério das princesas

Capítulo 23

O dia seguinte passou rápido. Nos deram folga no trabalho para que nós arrumassemos nossas coisas para ir embora. Como forma de agradecimento ao moço, chamado Sr.Mario, que nos levaria de volta para casa, nós pedimos para que ele deixasse que nós lavassemos o seu carro. Ele disse que não precisava, mas nós insistimos. Ele acabou aceitando e ficou muito agradecido. Depois, voltamos para o hotel. Eram seis da tarde.

-Meninas, o que acham de nós sairmos para algum lugar? -Mateus perguntou.

-Sem dinheiro? -Laura debochou.

-A gente improvisa. -Vinicius disse sorrindo.

-Eu topo. -eu disse e Laura bufou. 

-Deixa de ser chata irmã. -falei e ela concordou em ir. 

-Nós vamos nos ajeitar e daqui à uma hora buscamos vocês...à pé. -ele disse se lembrando de que o carro havia sido roubado.

-Melhor ainda. -Laura disse com ironia.

Os meninos saíram e Laura foi tomar banho primeiro. Depois que ela saiu, vestiu um vestido prata maravilhoso na altura dos joelhos. Confesso que os meninos tinham um gosto fantástico. Geralmente, os homens não sabemescolher a roupa certa para uma mulher. Laura calçou um salto preto e fez uma trança em seu cabelo. Fui tomar banho e após sair, peguei um vestido roxo longo e vesti. Calcei um salto branco e fiz um coque em meu cabelo. Faltavam dez minutos para os meninos chegarem e eles eram bastante pontuais. Laura e eu passamos rapidamente um batom vermelho e pegamos nossas bolsas. Os meninos chegaram. Cada um estava usando um terno. Eles sorriram ao nos ver.

-Lindas, como sempre. -Mateus disse e nós sorrimos. 

Vinicius também nos elogiou. 

-Vocês até que estão bonitinhos. -Laura falou analisando-os bem.

Eles riram e eu também não aguentei.

-Para onde vocês vão nos levar? -Perguntei curiosa.

-Surpresa. -eles disseram.

-Depois de tudo o que aconteceu, não estou gostando mais de surpresas. -Laura disse.

-Tenho certeza de que vocês vão gostar dessa. -Vinicius disse.

-Agora, se vocês permitirem, vamos tapar osseus olhos com uma venda, tudo bem? -eles perguntaram.

Ficamos meio receosas, mas confiavamos neles. Nós concordamos e eles amarraram as vendas em nossos olhos. Depois os dois seguraram em nossas mãos pra nos guiar. Ficamos em silêncio durante o caminho. Depois de uns dez minutos andando, eles destaparam nossos olhos e nós ficamos maravilhadas com o que vimos. Era uma praça, não era daquelas comum. Ela me trazia lembranças da minha infância. Nossos pais sempre nos traziam nela quando eramos pequenas. Nós brincavamos de tudo.  Lembro-me que nossos pais traziam o nosso baúzinho de brinquedos e nós ficavamos brincando com mais dois meninos, que fizemos amizade.

-Então, gostaram? -Mateus perguntou. 

-Simplesmente amamos. -dissemos e abraçamos os dois.

-Mas, como vocês sabem que essa praça tem uma importância para nós?-perguntei confusa.

-Lembram dos dois meninos que vocês brincavam? -Vinicius perguntou.

-Sim. -respondi.

-Eramos nós. -eles disseram e riram da expressão que fizemos.

-É sério? Por quê vocês não nos contaram antes? -Laura falou indignada.

-Aí não seria surpresa linda. -Mateus disse e Laura bateu nele de leve.

-Não acredito que vocês não falaram nada. -eu disse e mostrei lingua.

Eles riram. 

-Bom, vamos comer? -Laura perguntou e nós rimos dela.

-O quê foi? -ela perguntou.

-Sem dinheiro princesa? Mateus indagou.

-Eu tenho os meus meios meu bem. -ela disse e ele riu.

-E que meios são esses? -perguntei desconfiada.

-Nossa Alice, relaxa, eu não fiz nada errado.Passei no restaurante e contei da nossa situação ao chefe e ele deixou que eu pegasse um pouco de comida. Afinal, como vamos viajar amanhã sem comida? -ela disse.

-Mulheres também tem que tomar atitude ne? -ela disse.

-Hum, essa é para casar  Mateus. -Vinicus disse e eu ri.

-Só depende dela. -Mateus disse brincalhão e Laura gargalhou.

-Vocês são muito bobos. -ela disse e eles riram.

-Bobos apaixonados. -Mateus disse e nós gargalhamos mais uma vez.

Aquilo não era sério ne? Claro que não, eles só estavam brincando. Bom, era o que parecia.

Forramos o chão da praça com o pano e colocamos os alimentos em cima. Conversamos e comemos muito. Olhamos as horas e já eram quase dez da noite. Recolhemos o pano dochão e guardamos o que sobrou da comida. Os meninos nos deixaram no hotel e depois foram para o restaurante.Laura e eu arrumamos ascamas e deitamos. Não estava conseguindo dormir.

-Laura? -chamei-a.

-Oi? ela respondeu.

-Está feliz? -perguntei torcendo para que eu ouvisse um sim.

-Por um lado sim e por outro não. Estou preocupada com os nossos pais, tomara que eles estejam bem. -ela disse preocupada.

-Eu também estou e muito. Mas vai dar certo, fica calma. Qual é o lado que você está feliz? -perguntei e ela sorriu.

-Acho que estou amando novamente. -ela disse feliz.

-Hum, até imagino quem. -eu disse e ela mostrou a lingua.

-Mas vou deixar as coisas acontecerem naturalmente, não quero forçar nada, muito menos me iludir. -ela disse.

-Você está certa. Também prefiro guardar o meu coração até as coisas se ajeitarem. Minha  maiorpreocupação agora são os nossos pais. Não vejo a hora de vê-los. -falei.

-Nem me fale.Tem hora que a dor da saudade é tão grande, que parece que eu vou explodir.-ela falou triste.

-Espero que essa dor acabe amanhã. Bom, vamos dormir, amanhã o dia será longo. O Sr.Mario vai passar aqui as sete da manhã.  Temos que estar prontas. Boa noite irmã, te amo viu? -eu disse

-Eu também, boa noite. -ela disse.

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