10 - Mudaram as cores das rosas de Lúcia

17 1 0
                                    

Clicando sobre a imagem, acima, você assiste ao filme


Olhos entreabertos ao despontar dos primeiros raios

Só óleo entre espetros a lacrimar os canteiros baios

Gotas que surgem macias numa verônica fria

Solta em penugem, descia, suma da crônica lia.




Enredo que ressonava somente dentro de mim

É medo que só me dava no epicentro do fim

Lembrança de infância, brinquedo de plástico partido

Criança em vacância, tão cedo, sarcástico estampido.




As cores das rosas são ofuscadas pela fuligem

Afores nervosas mãos calejadas, sê-la a origem

De vida mais dura que esmagou o calor da pelúcia

Despida, não pura, apagou, sem amor, chora Lúcia.




Terra treme em pés seus. Ar respirado não é mais leve

Berra e geme: "Meu Deus, meu pai amado, vem e me leve"

Pra longe, pra onde exista o começo e a inocência

De um monge que esconde o endereço da opulência.




Eu lírico imberbe pra varão vexado no grito

Empírico, me serve ela, então, corado, explico

Que Lúcia sou eu nas manhãs que amanhecem sem sol

Argúcia que deu as manhas que a mim servem de atol.




Marcelo Garbine

Você pode ler mais em: marcelogarbine.com.br

Clicando sobre a imagem, acima desta poesia, você assiste ao filme





Letras & MúsicasOnde histórias criam vida. Descubra agora