Capítulo 4 - Magda Bosso

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Olhei furiosa para Pietro e naquele momento entendi toda a gargalhada que ele tinha dado até a chegada ao hotel. Sussurrei seu nome e ele me olhou como se nada estivesse acontecendo.

- Como assim? Nossas reservas foram canceladas e estamos com a cobertura reservada? Você tem alguma coisa para me explicar Pietro Vargas Albuquerque?

- Isso era uma surpresa, cancelei para ficarmos em um espaço maior e ver se você percebe que sou um bom cara.

- Vá para o Inferno - me voltei para atendente, disposta a conseguir um quarto, não ficaria no mesmo quarto que Pietro, não teria estômago para isso.

Conversei com a atendente na tentativa de conseguir outro quarto, mas ela me avisou que todos estavam reservados. Poderia ficar na cidade, mas não naquele hotel, sendo que só teria minha conta paga naquele hotel. Sentia minha pele queimar de raiva. Olhei para o outro que continuava em pé, me esperando com a chave na ponta dos dedos.  

Tomei a chave da mão dele, disposta a ir sozinha para a cobertura.

- Acho que tenho que descansar - falei tentando parecer calma e fui em direção ao elevador.

- Precisamos - ele comentou ironicamente com um sorriso estampado, me seguindo.

Antes que ele me dirigisse à palavra, pedi que não falasse comigo, ficamos só eu e ele no elevador, no silêncio total enquanto ele subia em direção a cobertura. Tinha duas vontades, a primeira era de esganá-lo ali, a segunda era de ter a chance de deixá-lo paralisado e estapear a face dele.

A porta abriu e saímos em direção à porta que dava acesso a cobertura, destranquei e passei por uma pequena frecha na porta e fechei na cara dele. Ele não pensou mesmo que o deixaria entrar.

O apartamento era deslumbrante, muito mais arrumado do que o meu pequeno flat, tudo bem organizado e decorado em mármore com móveis em preto e branco. Fiquei tão deslumbrada que por um momento Pietro não existia e isso era bom. Sai pela porta que dava acesso a piscina e um pequeno jardim com uma decoração rústica, tudo bem organizado.

Voltei para a sala, pensando que era um sonho e me sentei. Mas, fui acordada pela realidade de Pietro que batia na porta.

- Dá pra você abrir essa porta? - ele perguntava alternando com as batidas.

Ela falou isso repetida vezes, até que pareceu desistir, cheguei perto da porta e o ouvi cantando. Não dava para acreditar, ele estava sentado no chão, cantando como se nada tivesse acontecido. Dei boas gargalhadas por ter vencido Pietro Vargas. Joguei-me no sofá e fui vencida pelo cansaço de ter acordado cedo.

Estava num sonho tão bom, não me lembro do que exatamente era porque senti uns pingos em meu rosto, abri os olhos e dei um grito, não podia acreditar. Pietro estava em pé, com outra chave na mão, bebendo água e deixando pingar em minha face.

- Boa Noite, mas que me lembre... Esse apartamento está em meu nome - ele se arrumou no pouco espaço do sofá, quando me sentei com o coração quase saindo pela boca.

- Está em seu nome porque você cancelou nossas reservas, a fim de me pirraçar. Minha vontade é sair por essa porta e voltar para Salvador! - falei extremamente irritada, aos gritos talvez.

- Viemos aqui para um trabalho normal, eu estava a fim de lhe dar mais conforto, mas nem me agradecer você sabe.

- Agradecer? - levantei, colocando as mãos na cintura - Agradecer por ter que lhe aturar no mesmo quarto que eu estou, preciso descansar e não me estressar ainda mais.

Pietro levantou de uma forma tão rápida, que seu perfume me fez ficar zonza com tanta aproximação. Ele sorria como se sentisse vencido por em ver baixar a guarda daquele jeito. Seus lábios estavam tão próximos de mim que podia sentir aquele hálito de menta entrando em minhas narinas e percorrendo toda a extensão do meu pulmão. Sentia minhas pernas ficarem bambas, estava me desequilibrando com toda aquela aproximação.

Rendidos de Amor 1Onde histórias criam vida. Descubra agora