Que merda estava acontecendo comigo? Ficava me perguntando. Estava sentindo uma necessidade de ficar perto, de proteger, de querer unir nossos corpos, de beijar Magda. Aquela história de transar com uma mulher e encontrá-la na manhã seguinte, não estava me fazendo bem.
Tinha deixado ela há alguns minutos na caverna e sai para caminhar, não queria mais deixá-la com esperanças, porque até as minhas estavam acabando. Antes de seguir para a cachoeira tentei mais algumas possíveis trilhas, mas a vegetação fechada dificultava tudo aquilo.
Retornei para a caverna, Magda não gostava muito de ficar sozinha e aquela mania de querer estar com ela, não me deixava ficar muito tempo longe. Entrei, procurando por Meg, ela estava sentada em nossa pedra, com o olhar longe, pensando em alguma coisa.
- Meg – chamei a atenção dela – está tudo bem?
- Estou com medo – ela quase sussurrou.
- Medo? – me aproximei, sentando ao lado dela.
- Estou tentando me manter firme, mas estou estragada psicologicamente. Minha cabeça me culpa por tudo que aconteceu, eu não sei se estou certa ou errada... Isso está me matando aos poucos – ela me olhava com os olhos firmes, esperando por minha resposta.
- É... Não seu culpe Meg. Pense que tudo que aconteceu foi o que queríamos no momento, ninguém foi forçado a nada. Você estava tão animada e agora ficou assim.
- Eu sinto que isso tudo vai acabar... E você entrou na minha vida feito um furacão, bagunçou tudo e sei que quando sairmos daqui, você vai seguir seu caminho e sou eu que ficarei com toda a bagunça, procurando um lugar para esconder todo o estrago que você fez.
As palavras dela me fizeram pensar, realmente estava destruindo a vida de uma pessoa, porque mesmo? Simplesmente por mais um desejo meu de ter uma mulher. Mas, ela também tinha curtido tudo que aconteceu, o que ela queria de mim?
- Magda, como já te falei, não sabemos nada que vai acontecer daqui pra frente, não posso te prometer nada se é isso que você quer. Eu amo a liberdade e enquanto não sentir em mim a certeza disso tudo, não posso fazer nenhuma promessa á você.
- É, você conseguiu me fazer sentir um lixo. Sabe Pietro, eu te odeio desde sempre. No tempo do colégio eu ficava que nem uma boba atrás de você, mas você nunca me olhava. No dia que aceitei trabalhar naquela empresa, queria não olhar na sua cara, você é tudo que eu não gostaria de ter em minha vida.
- Ei, o que foi que eu fiz pra você? – perguntei assustado com tudo que ela falava, vomitando tudo aquilo na minha cara.
- O que você fez, o que você não fez. Você é realmente um babaca completo. Um dia você vai aprender o que é ser homem e espero que para isso, você sofra mesmo. Estou tendo a certeza que não sou mulher para você.
- Meg – foi à única coisa que consegui sussurrar.
- Mulheres não foram feitas para ser usada, eu sei que você deve estar se sentindo vitorioso por ter me seduzido, era isso que você queria né? E eu como uma boba acabei caindo em seu papo de bonzinho, mas com tudo que você disse, que não quer me prometer nada, é sinal que não devo pensar em nós como estava há alguns minutos atrás.
- Meg, me entenda. Eu jamais faria isso com você, você é diferente das mulheres que conheci, eu apenas não queria te fazer promessas soltas que não pudesse cumprir depois. Estou me preocupando com você, você está surtando por tudo isso que está acontecendo. Para de se culpar – abracei-a com força.
- Me solta, eu tenho nojo de você, do que você é. Tudo que você me falou até hoje foram como palavras soltas ao vento, não estava em meus planos absorver nada. Você é realmente um babaca, não se aproxime de mim – ela se jogou pra fora do meu abraço.
- Isso não precisa ser assim – gritei para ela se acalmar.
- E como tem que ser? Sou eu que vou sofrer novamente, acho que é sempre assim que acontece comigo, as pessoas estão acostumadas a entrar em minha vida e depois me deixam sozinha e quer saber quem foi à única que não fez isso até hoje? Foi Robson, agora você entende porque me culpo ainda mais? Ele nunca mereceu tudo que estou fazendo.
- Você mesmo não sabe o que quer com Robson, para de se culpar, eu não fico bem te vendo dessa forma.
- E desde quando você se importa com alguém, principalmente comigo? – ela gritou.
- Eu me importo, me importo com você, com seus sentimentos, com o que você está sentindo – segurei seu rosto para olhá-la no fundo dos olhos – Não faz isso com nós, eu te peço Meg.
Os olhos de Meg baixaram e as lágrimas desceram junto, mesmo que as suas palavras tivessem sido marcadas a fogo em mim, aquilo não me importava naquele momento, queria ver ela bem.
- Desculpa – ela sussurrou com as lágrimas.
- Não tem nada para se desculpar. Talvez, eu seja realmente um babaca e não mereça você, mas quero tentar.
- Como assim? – ela me olhou surpresa.
- Eu quero tentar... – não sabia como falar – você sabe
Ela me olhava e sorria com os olhos cheios de lágrimas, ela se aproximou e me beijou, mais uma vez eu podia beber daqueles lábios de mel, Magda era uma grande mulher e mesmo com tudo que ela falou, eu a admirava ainda mais. Nos beijamos sem se preocupar com o tempo, nem com nada.
Paramos com a cabeça uma encostada na outra e respirando ofegante, queríamos mais do que aquele beijo, mas nosso plano foi forjado quando um som de helicóptero passou bem perto da caverna. Corremos para fora e percebemos que o som estava sumindo, mas começava a voltar.
Começamos a gritar desesperados e ele passou mais uma vez por ali perto, mas sem nenhum êxito. Pegamos alguns gravetos e colocamos do lado de fora, não sabia como mais colocaríamos fogo ali perto, for da caverna para chamar a atenção deles. Eles estavam tão baixos que nos encontrariam. Aproveitamos que o som ficou longe e começamos a montar uma nova fogueira ali e trazer um graveto de dentro da caverna e tentar incendiar ali.
- Será que eles estão nos procurando?
- Não sei, mas vamos chamar a atenção deles.
Ela estava nervosa, tentando subir na árvore, pedi para que descesse o que não precisaríamos era de alguém tomando uma queda, perdida na floresta. Fizemos uma fogueira e pegamos minha camisa para abafar a fumaça e soltar quando o helicóptero voltasse.
- Eles não voltaram? – ela comentou ficando triste.
- Temos que ter calma.
- Isso vai dar certo?
- Tenho quase cem por cento de certeza.
- Eles estão voltando – Magda tinha um ouvido de como diz a galera por aí, “ouvido de tuberculoso”.
Comecei a sacudir a camisa, deixando a fumaça subir, como estava um dia quente, aquilo tinha grandes chances de dar certo, o helicóptero se aproximou, mas não reparou. Como pode não ter dado certo, comecei a fazer mais, e soltar no mínimo eles poderiam pensar que seria um incêndio.
Quando eles voltaram percebemos que o helicóptero tinha mantido o som, o que indicava que ele continuava naquela mesma área. Um megafone disparou os nossos nomes que ecoaram na floresta.
- Estamos salvos – Magda gritou me abraçando.
Passamos a gritar e eles devem ter nos enxergado pelo meio das árvores.
- Fiquem calmos, uma equipe por terra estará encontrando vocês.
Ficamos ali parados abraçados, Magda chorava muito, estava feliz por todo aquele pesadelo estar terminando por ela, embora fossemos voltar para a nossa rotina, não queria saber de ficar to longe de Magda assim, sabia que Robson seria uma pedra no sapato dali para frente.
SAL-VOS.
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Rendidos de Amor 1
RomanceEmbarque na aventura em que um sedutor canalha, acaba se apaixonando e descubra como será para Pietro aceitar que está amando alguém. Uma confusão de sentimentos o definirá nesse percurso. E Pietro, será capaz de entender o amor? Entre quatro parede...