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Me despedi dos meus amigos na parada e entrei no ônibus.

Olhei a hora em uma tela de led dentro do ônibus. 8:00h da manhã. Por essa hora a minha mãe já deve ter ido trabalhar, não vou precisar me deparar com ela, ainda por cima toda molhada.

Não tinha celular disponível para ouvir as minhas musicas. Não tinha livros para ler. Como eu iria me entreter durante a viagem? Então me lembrei de um jogo que eu costumava jogar com meu pai quando ele ainda era vivo: Contar os carros.

Geralmente ele contava os carros azuis e eu os vermelhos, mas em homenagem ao meu pai, hoje eu vou contar os carros azuis.

O primeiro carro azul que eu avistei, acabara de parear com o meu ônibus. Assim começara o maior jogo de todos os tempos.

♦ ♦ ♦

Depois de contar 21 carros azuis, finalmente cheguei à minha parada apertei o botão de descida, o ônibus parou com um solavanco e eu desci.

Andei alguns metros até chegar próxima a minha casa. Já de ver a faixada da grande casa azul, uma fome despontou em meu estômago. Eu precisava comer algo Urgentemente.

Droga! Penso. Eu não levei as chaves e agora como vou entrar?

Levanto o tapete em busca de uma chave reserva, mas não encontrei nada lá em baixo.

Olho para cima, bem para a janela do meu quarto, ela estava entreaberta. Eu só precisava escalar até lá.

Tentei algumas vezes até finalmente conseguir erguer meu corpo até o telhado mais baixo, depois disso era só subir para um parapeito estreito e me enfiar em meu quarto. Quando, no meio desse processo, minha mãe abre a janela do meu quarto.

- o que você está fazendo aí? Desça agora! Precisamos conversar!

- Droga! - exclamo descendo tudo novamente.

AliceOnde histórias criam vida. Descubra agora