Pulmões

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Algo empurrava meu tórax repetidamente e com muita força. A voz de Isabel gritando o meu nome era mais perceptível.

Respirei fundo e abri os olhos.

Eu sentia a água subindo pelos meus pulmões e saindo pela garganta e nariz ao meus tempo.

Quando terminei de vomitar água, reparei onde eu estava.

Eu estava sentada na borda de um buraco profundo cheio de água até a metade. Estava chovendo forte. Já era de manhã, mas o céu nublado e a copa das árvores não deixavam tantos raios de sol iluminar o lugar.

Sentadas de joelhos à minha frente, estavam Maressa e Isabel abraçadas. Isabel chorava no ombro de Maressa que acarinhada seus cabelos molhados.

Sentado ao meu lado estava Thomas, ele estava encharcado. Seus olhos vermelhos revelam que ele estava chorando, mas o sorriso em seus labios, mostravam uma felicidade recém-nascida.

- o que houve? - pergunto tossindo.

- você estava desmaiada dentro daquele buraco... - disse Thomas enxugando as lágrimas, porém a chuva continuava molhando seu rosto.

Isabel se levantou e se ajoelhou ao meu lado, também enxugando as lágrimas.

- nós havíamos procurado por você há algum tempo. E estava chovendo muito forte... - ela olhou para Maressa e Thomas, que confirmaram com um aceno de cabeça. - mas não encontrávamos você em nenhum lugar...

- então ouvimos alguém gritar algo tipo "Você está louca!" e "Meus livros!" - Maressa interrompeu. - nós corremos na direção do grito e encontramos você caída no buraco, com água quase cobrindo a sua cabeça.

Respiro fundo e lembro tudo o que aconteceu desde quando eu ouvi o meu nome na clareira.

- Não! - eu gritei. - eu estava na biblio... - mas hesitei. Apesar de parecer tão real, eu sabia que aquilo tudo que aconteceu não era de verdade. Era uma alucinação.

AliceOnde histórias criam vida. Descubra agora