Pegamos um ônibus logo que chegamos na parada. Ainda eram 16:30h, pelo tempo ainda seríamos as primeiras a chegar.
Sento ao lado de Isabel, que está na janela. Ela me olha.
- e o seu celular?! Molhou mesmo né?!
Faço uma cara de tristeza.
- pois é! - afirmo - quando voltar para casa vou ver se tem concerto, se não, a minha mãe não vai comprar outro tão cedo.
Ela ascente.
- mas eu acho que dá pra concertar... Não sei! - ela revira a bolsa e procura algo. - quer ouvir música?
Ela põe o fone no celular e me oferece um dos lados. Aceito. Está tocando alguma banda que não conheço, mas parece ser legal. Rock alternativo.
Deito a minha cabeça no ombro de Isabel e olho pela janelas os carros indo e vindo, entrando e saindo pelas ruas. As pessoas andando com pressa pelas calçadas, o vento sacudindo seus cabelos. Um guarda de trânsito sinalizando para um grupo de estudantes poderem atravessar a rua. Uma mulher muito bonita guiando um carrinho de bebê, ao seu lado: um coelho branco acenando para mim.
Coelho branco?
Dou um pulo, arrancando o fone do ouvido. Os olhos arregalados. O coelho? Como?
Ponho a cabeça para fora da janela, meu corpo em cima do de Isabel. Olho atentamente o local onde eu avistara o coelho, mas não o vi. Vi apenas a mulher com o carrinho, mas nenhum sinal de coelho.
- cara! - gritou Isabel. - você está bem?! O que deu em você?! Sai de cima de mim!
Ela me sentou de volta no banco. Olhando em volta.
- está todo mundo olhando para cá! - ela segura as minhas mãos , me olha nos olhos e abaixa o tom de voz - tá tudo bem, Alice? Você está tremendo!
Tudo passa muito rápido. Olho para as minhas mãos agarradas às de Isabel. Olho ao meu redor, as pessoas me encaravam com expressões de surpresa estampada na cara. O coelho! Ele estava lá! Estava! Eu sei! Eu vi! Respiro fundo e deito a minha cabeça no colo de Isabel.
- não foi nada. - sussurro. - não foi nada...
Ela acaricia meus cabelos.
- calma, Alice. Calma! - ela sussurou.
Hoje eu preciso ir outra vez ao País das Maravilhas! Penso.
