Passamos alguns minutos andando pelas ruas, vendo flores crescerem em plena madrugada, vendo cavalos e lobos correndo nas ruas e vendo a fumaça de nossos cigarros se desmanchar no ar como o Gato de Cheshire.
- para onde estamos indo? - pergunto.
Ele traga um cigarro.
- para a minha casa. Já está tarde para ficarmos na rua. - e solta a fumaça.
Um frio percorre a minha barriga, mas não um frio de medo, e sim um frio de ansiedade. Quanto mais tempo eu passo com ele, mais vontade eu tenho de passar o tempo com ele.
Ele faz um sinal com a mão e um táxi preto para ao nosso lado. Entramos.
Olho para o painel e no relógio já marcavam 2:30 da manhã.
Encosto a cabeça no ombro de Henri, e observo a noite se mover na velocidade de um táxi. Carros, postes e casas não passavam de rápidos borrões de luz.
Minutos depois o táxi entra em uma de rua do subúrbio e estaciona em frente à uma casa de dois andares, igual à minha, igual à qualquer uma de Londres.
Desço do táxi e espero Henri pagar a tarifa.
O táxi parte e ele atravessa a rua em minha direção.
Ele me segura pela cintura e me beija.
- Agora é somente eu, você e essa casa enorme nessa noite enorme.
Ele me beija outra vez e entramos.