Proíbida

Capítulo VIII

[TAYLOR]

Eu como boa idiota que sou, fui ajudar aquele traste, as miudas não quiseram fazer nada por ele, mas eu não o ía deixar na sala, a controcer-se de dor, mas na realidade ele merecia aquilo e merecia principalmente que ninguém se importasse. Eram duas horas da manhã, elas já tinham ido para onde quer elas iam, isso assustava-me um pouco, porque afinal a minha semana estava a chegar ao fim e só Deus sabe o que eles me vão obrigar a fazer. Fora o que aquele homem disse, um negócio de empresários e coisas relacionadas, que iriam trazer um monte de dinheiro, eu não entendi muito bem o que ele quis dizer com isso, talvez o meu consciente mesmo me impedisse de entender. Estava cansada daquele quarto, saí um pouco, ao passar pelo quarto do Shawn ouvi uns barulhos estranhos, na realidade parecia ele a resmungar com alguma coisa. Eu passei diretamente pela porta. Mas Taylor ele pode precisar de algo, o meu consciente insistia.
- Sou mesmo estúpida. - Bufei e abri a porta do quarto dele devagar.
Ele estava se mexendo na cama, talvez estivesse num sono muito profundo, porque pelos movimentos que ele fazia, provavelmente estaria consciente ele estava a morrer de dor. Aproximei-me dele, a sua testa estava molhada, levei a minha mão á sua testa.
- Meu Deus! Tu estás a ferver. - assustei-me um pouco com a temperatura do seu corpo. - Shawn... - Mexi um pouco no seu braço e ele disse coisas sem sentido algum. - Colabora comigo, acorda.
Excelente! O que é que eu faço? Eu não conseguia se quer deixa-lo sentado na cama, quanto mais fazer o que quer que fosse. Tirei os cobertores de cima dele, ele estava sem camisola, no local da sua costela havia uma mancha meio vermelha, quase roxa. Olhei para o seu telemóvel na mesa de cabeceira e pensei:
- Isto é para te ajudar, por isso não te passes. - Falei mais sozinha do que com ele, porque eu sei que ele não estava a ouvir nada.
Abri os seus contatos, tinha tantos números, mas corri logo para ver quem eu queria, e finalmente achei o numero que queria, telefonei.
- Diz Shawn. - Hugh atendeu, bom pelo menos eu acho que era ele.
- Hugh?!
- Quem é?
- É a Taylor... - Ele ia dizer alguma coisa, mas eu interrompi-o antes que começasse. - O Shawn, deve estar com uma hemorragia interna, se ele não for hospital agora, ele não aguenta. - Falei um pouco rápido.
- Calma, como...é que sabes disso?
- Não importa, é urgente.
- Eu vou ver o que posso fazer, 20 minutos e estou ai. - Ele disse, desligou antes de eu se quer me despedir. Mal educado.
Deixei o telefone onde o encontrei. Fui até á sua gaveta, peguei numa camisola, molhei-a na casa de banho e coloquei-a na sua testa.
- Mãe... - disse. - eu não matei a matei, a culpa não foi minha. - Ele falou um pouco alucinado.

❌ ❌ ❌

Hugh demorou bem mais do que vinte minutos, mas finalmente chegou.
- Tu esperas aqui. - disse Hugh enquanto metia o Shawn no carro.
- Deixa-me ir, eu não vou fugir, só não quero ficar aqui sozinha.
- Porque é que eu confiaria em ti? - Ele perguntou desconfiado.
- Porque és três vezes maior que eu, e... tens uma arma. - Olhei para a sua cintura.
- Ok.
Ele entrou no carro e eu entrei de seguida, ele conduzia depressa, estava escuro, eu não conseguia ver nada.
- O hospital mais próximo é na outra cidade. - Hugh falou olhando para a estrada.
- Muito longe?
- 40 minutos mais ou menos, vou tentar ir mais rápido.
- Não precisa, ainda acabas por nos matar aos três.
A viagem foi feita em silêncio, só dava para ouvir o barulho do vento e da chuva, passamos por uma cidade pequena, de ruas estreitas, havia várias pessoas na rua, ouvi o barulho do carro a trancar as portas, olhei para Hugh e o mesmo sorriu feito parvo. Chegámos a um hospital, era uma estrutura antiga, saímos do carro, antes de Hugh pegar o Shawn ao colo, ele deu-me um casaco com capuz.
- Veste isto, prende o cabelo e põe o capuz. - Eu era muito lerda, então provavelmente fiz cara de que não entendi. - Eu não sei a proporção causado pelo teu sequestro, não vamos correr riscos.
Concordei e vesti o casaco, prendi o meu cabelo num rabo de cavalo e coloquei o capuz. Entramos no hospital. Hugh falou com a recepcionista.
- Identidade dele, por favor. - Hugh olhou para mim em sinal para tirar a sua carteira do bolso.
Ele mexeu-se e vi duas identidades falsas. Uma com a foto do Hugh, chamava-se Ezra e outra com o Shawn, era o Luka. Do nada apareceram uns enfermeiros com uma maca, Hugh deitou Shawn em cima da mesma, e o médico mandou-nos aguardar.
- E...agora é só esperar. - Ele falou e respirou fundo.
- Tu importas-te com ele. - Afirmei.
- Talvez, um pouco. - Eu dei um riso fraco. - Que foi?
- Vocês os dois, não sei quem é o mais orgulhoso.
- As circunstância da vida, tornáram-nos no que somos hoje. Não fomos criados nem com um terço daquilo com que tu foste criada.
- Isso não vos dá o direito de destruir a vida de pessoas inocentes. - Falei e ele respirou fundo.
Os minutos iam passando e aquela cena seria engraçada se não fosse séria. Eu acabei de ajudar o gajo que me raptou e agora estou á espera de notícias do mesmo. Quase duas horas depois o médico decide aparecer e perguntou quem eram os parentes do paciente "Luka".
- A hemorragia foi controlada. Ele fraturou duas costelas, terá que ficar uns dias em observação, mas vai ficar tudo bem. - Eu e Hugh respirámos de alívio. - Ele está a dormir, daqui a pouco podem ir visitá-lo ao quarto.
Agradecemos e o Médico saiu, alegando que poderíamos chamá-lo a qualquer hora.

❌ ❌ ❌

Liberaram a entrada no quarto, Hugh foi o primeiro a entrar. Na realidade primeiro e o último porque eu não ía entrar. Ele ficou 10 minutos lá dentro, depois saiu, eu poderia ter fugido, pedido ajuda a alguém, mas não, fiquei ali sentada á espera que ele saísse.
- Ele está melhor, mas ainda está com febre. - Hugh chegou perto de mim.
- Ele vai ficar bem.
- Entra?
- Não, não acho que seja boa ideia. - Falei ajeitando o casaco, que era cinco vezes o meu tamanho.
- Ele estava a chamar por ti. - Hugh disse baixo, mas tão baixo que talvez não fosse para ser dito e muito menos para ser ouvido.
- O quê? - Eu tinha ouvido, mas fingi que não.
- Nada, não vais entrar mesmo? - Fiz que não com a cabeça. - Tenho que te levar de volta, se o Rodrìguez sabe disto ele mata-me, vamos.
Falámos com o médico, voltariamos depois, é logico que eu não iria voltar. Voltámos para o carro, Hugh estava inquieto ele batucava no volante, não parava de se mexer.
- Estás nervoso? - Perguntei quebrando o silêncio.
- Não. - Ele manteve a postura firme e voltou a olhar para estrada.
A chuva tinha diminuido, e o sol já estava a nascer. Eu acabei por dormir um bocado. Acordei com o carro a passar naqueles buracos da estrada de terra em que tìnhamos que passar. Assim que chegámos Hugh respirou aliviado, eu não entendi muito bem, mas não importava.
- Pronto, agora vai para o teu quarto. - Hugh ordenou e eu assenti. Tirei o casaco e ia entregar-lho. - Não é meu, é do Shawn, depois devolve.
Entrei pela casa, estava um silêncio total, entrei no quarto devagar, peguei numas roupas e fui até á casa de banho, tomei um banho rápido, para tirar aquele cheiro a hospital e voltei para o quarto. Fui para o beliche, a minha cama era a de cima, então deitei-me na mesma e fiquei ali até o sono vir. Não demorou, estava cansada. Acordei com uma discussão no quarto, abri os meus olhos devagar.
- Desculpa Tay, não te queria acordar, - Anna desculpou-se. - mentira, querias sim. O que aconteceu ontem?
Só estava a Georgia e a Anna no quarto.
- Bom dia para vocês também. - Ironizei e sentei-me na cama.
- Foi levar o Shawn ao hospital? Porque é que não fugiste? - perguntou a Georgia.
- Fui com o Hugh, e por que não dava, ele estava armado. - Menti. Por que na realidade eu nem pensei na hipotése de fazer tal coisa. Mas eu não lhes ia dizer que estava preocupada com o manda-chuva cá de casa a ponto de esquecer o mal que ele fez a todas nós.
- Mas e o Shawn? Morreu? - Anna perguntou rindo-se. - Bom demais para ser verdade.
- Não, ele vai ficar bem.
As duas enxeram-me de perguntas, e eu estava a ficar sem paciência, mas não o demostrei. Dei a desculpa de que estava com fome, e as duas me deixaram em paz, levantei-me e fui até à cozinha, no corredor acabei esbarrando com um rapaz alto, bonito até, mas se eu não me engano, foi o tal rapaz que pôs o Shawn numa cama de hospital.

- És nova não és!? - Ele me olhou de cima a baixo. - É uma pena que ainda não te possa usar. - Ele lançou um sorriso que me deu medo.

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ESPERO QUE TENHAM GOSTADO !!!

NÃO PERCAM O PRÓXIMO CAPÍTULO ...