Capítulo XX

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[TAYLOR]

Eu estava com raiva de tudo. Sempre imaginei a minha primeira vez perfeita, como qualquer miúda da minha idade. Mas apesar de não ter sido como sempre imaginei, foi bom, foi muito bom, seria hipocrisia da minha parte se eu chegasse aqui a chorar e dizer que estava completamente arrependida. Estava a começar a surgir uma Taylor que nem sabia que existia em mim, e esse novo eu, estava a matar-me aos poucos. Acho que as circunstâncias me estão a obrigar a amadurecer.
Já tinha trocado de roupa, estava com saudades do Fred então, fui vê-lo. Olhei em meu redor para ver se alguém me estava a seguir, e entrei, agradeci a Deus por nenhuma das minhas companheiras estar ali para me encherem de perguntas. Fiquei mais de meia hora ali, mas eu precisava ir fazer as coisas, saí, e fechei a porta. Fiz o mesmo caminho que fiz com o Shawn naquele dia, passei pelos cavalos e fiquei a olhar um por um, parei em frente de um castanho, ele não era tão lindo quanto a Lov', mas era lindo.
— É lindo não é?! — Apanhei um susto com a voz atrás de mim. Olhei e era o tal Zack.
— Muito!!!
— Já alguma vez andas-te de cavalo? — Perguntou e eu neguei com a cabeça. — Queres andar? — Olhei-o um pouco assustada com o convite.— É só um passeio, eu não mordo.
— Não é isso, é que... Tenho que ir fazer as coisas e...
— E nada, eu depois falo com eles. Vamos? — Olhei para o cavalo, olhei para ele, olhei para casa e resolvi aceitar. 

— Espera aqui.— Ele abriu a box, tirou o cavalo, pôs-lhe a cela de couro. Ele subiu primeiro e esticou-me a mão em seguida. — Vens?!

Segurei a sua mão, apoiei o meu pé no arco da cela, ele puxou-me e eu consegui subir. Eu estava a morrendo de medo, talvez seja por isso que o agarrei com todas as minhas forças. O cavalo começou a andar devagar, dirigimo-nos para um caminho de terra numa clareira.
— Calma, não te vou deixar cair. — Ele falou rindo-se e eu reparei que tinha as minhas unhas espetadas na sua barriga.
— Desculpa. — Diminui a força com que apertava a mão e dei um sorriso sem graça.
Não andámos por muito tempo, mas ele mostrou-me a herdade, dizendo o nome de cada árvore por que passávamos, como se aquilo fosse realmente interessante, eu intercalava as minhas palavras entre "Okay", "Fixe", "Que bonito" ou até mesmo o próprio silêncio, como se aquele assunto não fosse nada de entediante. Mas pelo menos serviu para me distrair.

    A minha primeira impressão do Zack não foi as das melhores. Afinal ele bateu no próprio irmão, por isso achava-o uma pessoa má. Mas ao conversar com ele, pude perceber que ele não é tão mau como parece ser. Ele era uma companhia muito mais agradável que o Shawn, menos rude, e menos ignorante.
— Então, eu sei que deves achar isto bizarro, o meu pai manda raptar-te e levo-te para um passeio de cavalo.
— Estranho, talvez.
— Mas tu tens algo de bom que me chamou á atenção. — Falou e colocou as mãos no bolso.
Estávamos parados numa parte da herdade, a relva era baixa e algumas árvores cercavam o terreno.
— Está bem.
— A sério, tu não és igual às outras.
— Como assim? O que é que eu tenho que elas não têm?
— Tu tens um brilho incomum. Tens uma alma cristalina. — Ele terminou com a sua filosofia e olhou-me olhos nos olhos.
Qual é a panca que esta família tem pelos meus olhos? Mas achei bonito o que ele acabara de dizer. Afinal não é todos os dias que nos dizem que temos "Uma alma cristalina".
— Ó Meu Deus! Nem sei o que dizer, isso foi um elogio? Obrigada.
— Foi, é lógico que foi um elogio. — Ele apressou-se em falar.
— É melhor voltarmos.
— A minha companhia é assim tão má? — Ele deu um sorriso irónico igual ao do Shawn.
— Não, mas é que temos mesmo de voltar, porque o teu pai vem cá hoje.
— É, tens razão.
Na realidade eu nem tinha pensado no pai dele, mas é que ter o olhar dele fixado em mim, a tentar desvendar-me estava a deixar-me nervosa. Voltámos para o cavalo, e quando dei por mim já estávamos na casa novamente. O Shawn encarava-nos, enquanto fumava o seu cigarro e encostado no pilar do alpendre, o olhar dele era algo parecido com o de um assassino. O Zack olhava tanto para mim que acho que nem reparou nele, assim que desci do cavalo, despedi-me do Zack e entrei em casa a correr.

Estava no quarto a arrumar o mesmo, as miúdas estavam a fazer um barulho insuportável.

— Sai Jackie que merda, eu fiz isso para mim. — Anna entrou no quarto com uma taça na mão.
— Dá-me um bocado, Anna.
— Não! Agora deixa-me em paz e desaparece daqui. — Ela abraçou a taça como uma criança e sentou-se na cama.
— O que é isso? — Perguntei olhando para a taça.
— Mousse de chocolate e não te vou dar. — Ela escondeu a taça atrás das costas.
— Dá-me um bocado, — Aproximei-me dela. — Só um bocadinho.
Enfiei o dedo na taça cobrindo-o com mousse, lambi o mesmo.
— Sua porca, onde é que andas-te com os dedos? — Ela fez uma expressão de nojo.
— Estiveram o dia todo dentro das cuecas. — Lambuzei os meus dedos novamente, enquanto me ria.
Ela deu-me um estalo leve, e ficou chateada. Porque tinha pôs-to a mão dentro da taça. Ela saiu do quarto pisando firme o que me fez ri. Dobrei as roupas que estavam em cima da cama, guardei as mesmas, e fiz as camas. Peguei no monte de roupa suja, e saí do quarto, esbarrei contra o Shawn, ele olhou para mim com um olhar de raiva e desprezo como se eu fosse um insecto nojento. Não implicou, aliás não fez nada, desprezou-me completamente, confesso que não gostei da sua atitude. Fui até á casa de banho, despejei a roupa suja no cesto e voltei para o quarto.
— É mesmo otário! — Resmunguei.
— A falar sozinha? — Georgia riu entrando no quarto.
— Sim, devo de estar a ficar maluca.
— Conta lá, como é que correram as coisas ontem? — Foi óptimo, maravilhoso, umas das melhores sensações da minha vida, o Shawn é tão sexy, pensei.
Claro que não disse nada disso. Limitei-me a sorrir de infelicidade.
— Ele não era velho, barrigudo, nem tinha mau hálito. Digamos que foi menos mau do que aquilo que imaginava.
— Menos mau, hum... — A Georgia era estranha, ela sabia que algo estava errado, porque me olhava com uma expressão de" O que é que estás a esconder?"

Mudei de assunto, fiz com que ela se esquece-se daquele momento, pelo menos adiei o assunto, que mais cedo ou mais tarde ela iria insistir em querer saber a verdade.     

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ESPERO QUE TENHAM GOSTADO !!!

NÃO PERCAM O PRÓXIMO CAPÍTULO ...

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