[DOIS MESES DEPOIS...]
Oitavo mês de gestação, a minha barriga estava enorme. Já só faltava o Mathew carregar-me ás cavalitas, ele mimava-me muito, até demais.
— Amor, precisas de alguma coisa? — Era a milésima vez que ele me perguntava isso.
— Estou bem Matt, não preciso de nada. Só quero que ele nasca de uma vez. — Sim, leram bem, era um menino.
De certeza que ia ser um jogador de rugby, ou então um ginasta, porque ele mexia-se muito. Não havia nenhuma posição em que me sentisse confortável, eu não conseguia ficar na mesma posição por mais de vinte minutos, as minhas costas doíam, os meus peitos estavam gigantes, os pés estavam inchados.
— Mathew os meus peitos vão explodir. — Falei e ele riu.
— Se te faz sentir melhor... És uma grávida linda .
— Vai para o inferno.
Ele riu-se ainda mais e deu-me um beijo na cara.
Mathew estava a trabalhar com o seu pai, ele andava a fazer comentários sobre irmos morar juntos, mas eu desviava sempre o assunto. Eu estou com ele? Certo. Mas eu não o amo, não me quero casar, e coisas desse género. O meu coração ainda pertence a uma pessoa. Antes de tudo aquilo acontecer eu gostava verdadeiramente do Mathew, ele era um príncipe, a nossa história era tipo: Miúda popular do colégio, Capitão da equipa de basquet, conversámos e apaixonámo-nos, ele mudou por mim. Tudo o que ele tem feito por mim até hoje, eu vou-lhe estar eternamente grata. Todo o tempo que ele sofreu por minha causa, é uma coisa que nunca vou poder reparar. Mas há uma coisa que nunca lhe vou dar: amor. Mas não é porque não quero, é porque não consigo, não mandamos no nosso coração, uma vez a minha mãe disse que eu iria saber quando vivesse um amor verdadeiro, e eu sinto, eu sinto isso com o Shawn. Eu não sei como ele está, já lá vão meses que não nos falamos, nos vimos, mas eu ainda o amo, por mais injusto que seja para o Mathew eu ainda tenho esperanças de um dia, nos encontrármos e finalmente podermos viver como um casal normal.
❌ ❌ ❌
Mais um dia comum, estávamos eu, a Mary e o Mathew sentados no sofá a ver um filme.
— Que filme tão estúpido.
— Cala a boca Mathew, este filme é demais. — Falei.
— É demasiado romantico. — Disse Mary.
— Vocês os dois são uns insensíveis.
— Não baleia, tu é que estás sensível demais. — Disse Mathew sorrindo.
Estava tudo normal, até eu sentir as calças do fato de treino a ficarem molhadas.
— Que nojo Taylor, fizeste xixi nas calças? — Brincou Mary.
— As águas rebentáram... — Falei assustada.
— Ó Meu Deus, o que é que eu faço? — Mathew ficou em pé rapidamente, e andava de um lado para o outro.
— Primeiro, para andar desesperado pela sala. Segundo, vais ao meu quarto e trazes a mala que nós preparámos. Terceiro, liga para os meus pais. — Falei calmamente.
Assim veio a primeira contração, quem reclama de cólicas renais é porque nunca teve um filho. Os minutos entre elas só iam diminuindo, e cada vez ficavam mais fortes. Mathew estava que nem um tonto, mas felizmente ele conseguiu chegar ao hospital rápidamente, Mary estava a dar apoio á minha mãe, a cada contração eu esmagava os seus dedos, assim que chegámos ao hospital colocaram-me numa cadeira de rodas, Mary foi á recepção, indicou o nome do meu médico, e levaram-me para uma sala. Trocaram a minha roupa por um roupão finíssimo, e deitáram-me numa mesa. Doutor Guthrie entrou na sala, conversou comigo, sobre o que eu sentindo, fez alguns exames com a mão mesmo. As horas passavam e a minha dor ia aumentando, os médicos estavam agora a dar-me incentivo para fazer força, sim, eu estava a dar á luz. O efeito da anestesia epidural já tinha passado.
— Vai Taylor, tu consegues. — Mathew segurava a minha mão.
— Cala-te. — Respirei fundo e fiz força mais uma vez.
— Já o estou a ver. — Ouvi a voz do médico.
Tive que fazer muito mais esforço, então ouvi aquele choro. Eu estava morta, cansada, mas com aquele choro, uma sensação de alegria que eu não sei descrever, tomou conta de mim.
— Eu quero vê-lo... — Falei baixo e Mathew assentiu.
Minutos depois a enfermeira apareceu ao meu lado, com uma coisisinha pequena enrolada num lençol verde. Peguei o mesmo ao colo, os seus olhinhos estavam fechados, ele tinha bastante cabelo, era loiro.
— Já sabes o nome dele? — Mathew perguntou colocando-se ao meu lado.
— Sei... — Sorri. — Collin.
Mathew ficou quieto, e eu estava ocupada com algo muito importante, o meu filho.
❌ ❌ ❌
Abri os olhos e já estava num quarto, olhei para o lado e a minha mãe estava a ler uma revista sentada na cadeira do visitante.
— Bom dia. — Falei.
— Bom dia mãe do ano. — Ela sorriu e aproximou-se.
— Onde está o Collin? — Perguntei.
— Daqui a pouco elas trazem-no cá. Como é que te sentes?
— Estou bem mãe.
— Filha, eu queria te fazer uma pergunta...
— Podes falar. — Olhei para ela.
— O Collin... Ele é mesmo filho do Mathew? — Eu fiquei em silêncio. — Qual é o nome do rapaz que foi preso, aquele que estava contigo?— Shawn... — A minha mãe ficou triste. Não sei como é que ela chegou aquela conclusão. — Mãe eu...
— Calma, o Mathew sabe disso? — Perguntou calmamente.
— Sabe.
— Aquele rapaz, ele ajudou-te bastante, não foi?
— Ele matou o pai dele para me salvar, ele entregou-se á polícia para eu voltar para casa, sim, acho que apesar de tudo, ele me ajudou muito. — Forcei um sorriso. — Mas acabou, o Collin foi a única coisa que sobrou daquilo tudo.
— Não sabes o futuro...
— O que queres dizer?
— Que a vida, não é um conto de fadas, em que acontece tudo no momento que queremos e como queremos. Dá tempo ao tempo, quem sabe o destino não etá a preparar algo para vocês os dois? — Eu acabei por sorrir, lembrei-me do que ele disse na carta, sobre o destino.
— O pai nunca iria aceitar, na realidade eu achei que tu irias achar que eu sou maluca.
— Eu percebi desde o dia em que ele me ligou, que ele se importava contigo.
— Ele ligou-te? Como assim?
— Ele telefonou-me numa madrugada, a dizer que vocês estavam em perigo, e que ele não ia deixar nada te acontecesse, pediu para eu chamar a policia e para irem ao moter, onde foram encontrados.
Eu fiquei em silêncio, até que a porta se abriu e uma enfermeira entrou com o Collin ao colo. Peguei no mesmo, ele segurava no meu dedo e apertava-o, era engraçado as caras que ele fazia, eu estava uma mãe babada.____________________________________________________________________________________
ESPERO QUE TENHAM GOSTADO ...
NÃO PERCAM O PRÓXIMO CAPÍTULO !!!
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Proíbida
Teen Fiction{ COMPLETO } Dizem que a frieza é a saída de quem já sofreu demais. Talvez seja por isso que Shawn seja assim, talvez seja esso o motivo pelo qual ele não nutre sentimentos. Ele talvez se possa ter transformado nisso, depois da sua mãe morrer ou de...