Proíbida

Capítulo XXIII

  Fiz a contabilidade do dinheiro da noite passada. Passei pela sala para ver se as miúdas já tinham feito o trabalho todo. Fui até ao barracão onde o Fred estava escondido e dei-lhe comida, as miúdas não sabiam, mas eu ia lá todos dias. Eu gosto de animais, se não fizesse aquilo que faço, de certeza que o meu trabalho era com os animais. Eram duas horas da tarde, dentro de casa estava um calor infernal, mesmo que ali na herdade por causa das árvores seja um pouco mais fresco, especialmente hoje, estava muito calor. Passei no quarto delas e Taylor estava sentada a ler um livro. Fiquei parado ao pé da porta durante alguns segundos, não sei bem porquê.
— Vais ficar a olhar durante quanto tempo? — os seus olhos ainda estavam sobre o livro, mas de certeza, que ela sentiu a minha presença.
— Queres ir dar um volta?
— Pode ser. Estou entediada. — Ela levantou-se da cama, calçou os chinelos e veio em direção á porta.
Dei passagem para que ela passa-se, e fui andando atrás dela. Eu não percebi porque é que ela foi á frente, se nem sabia onde íamos. Quando chegou ao quintal, parou com os braços cruzados e olhou para mim.
— A madame estava tão apressada, pensei que tinhas planos. — Disse na brincadeira.
— Onde vamos?
— Segue-me!
Caminhei para trás da casa, ouvi os seus passos atrás de mim.
— É muito longe? — Não respondi. — Não quero andar pelo mato, odeio bichos.
— Está muito mais fresco.
— Tenho a pele sensível.
— Cala a boca.
— Estás a ser muito duro comigo hoje.- Riu-se.
— O... meu... pau.
— Também. — Ela falou baixo, mas eu acabei por ouvir e soltei uma risada.
Pulámos uma cerca, passamos por um trilho e finalmente chegámos onde eu queria, uma queda de água.

Eu gostava deste lugar, dava-me a paz que eu nunca tinha. Taylor parecia estar encantada com o meu local secreto.
— Meu Deus! Isto é lindo. — os seus olhos percorreram toda a paisagem.
— Eu sei.
Aproximei-me um pouco, ouvi-a vindo atrás de mim.
— Como é que encontraste este sítio?
— Encontrando. — Acabei por ser ignorante sem querer.
— Podemos ter uma conversa decente? Não está aqui ninguém para ver os teus teatrinhos. Por isso podes ser o Shawn que eu conheço. — Falou de forma ríspida.
— Eu não faço teatrinhos, eu sou o mesmo Shawn, desde o dia que me conheceste.
— Falas como se nos tivéssemos conhecido numa discoteca, ou como se tivéssemos esbarrado um contra o outro distraídos no meio da rua, não é?! — Soltou uma risada irónica. — Enfim, o Shawn que eu conheço era aquele que estava no quarto de hotel. Tu és muito melhor do que aquilo que mostras ser e eu não entendo isso.
— O meu pai, sempre quis que o Zack herdasse o seu reinado digamos assim, e eu sempre me esforcei para ser melhor.
— Esforço... esforço é correr para alcançar o vento! Tu raptas adolescentes e obriga-las a prostituirem-se, é mesmo esse o reinado que tu queres herdar?
— Tu não percebes.
— Tens razão Shawn, eu não percebo. 
— Eu trouxe-te aqui, para nos distrair-mos um bocado, e não discutir aquilo que entendes, ou deixas de entender. — Tirei a minha camisa e atirei-a para a relva. — Vamos entrar?
— Eu não trouxe biquíni.
— Tira a roupa, não é nada que eu não tenha visto. — Brinquei enquanto tirava os calções.
Por fim tirei os boxers e saltei do pinhasco para a água, estava gelada, é normal as quedas de água costumam ser assim. Ela ficou alguns minutos de braços cruzados, mas quando o aborrecimento foi mais forte, ela tirou a roupa e saltou para dentro água. Aproximou-se, primeiro ficámos a atirar água um á cara do outro, como duas crianças.
— AH, idiota, atiraste-me água para os olhos. — Ela passou a mão nos olhos.
— És muito fraquinha, deixa-me ver. — Aproximei e ela amandou-me água para a cara. — Filha da puta.
— Não fales assim da minha mãe. — Começou a nadar para a margem da lagoa.
Puxei o seu pé, e ela teve que parar de nadar, segurei a sua cintura, aproximando os nossos corpos.
— Eu odeio-te. — Ela disse e deu-me um beijo suave.

Eu sinceramente não entendia o que se estava a passar, mas pelo menos eu sabia que não era só comigo, ela tambem sintia algo diferente, mas eu não ia admitir, nunca, na realidade por que é que eu estou a falar de sentimentos? Eu não tenho coração? Foi o que eu sempre disse, e o que sempre me disseram e não vai ser uma miuda que vai mudar isso.

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ESPERO QUE TENHAM GOSTADO !!!

NÃO PERCAM O PRÓXIMO CAPÍTULO ...