– Chega. – disse ela ás gargalhadas. – Bandeira branca.
– Olha o que fizeste, estou todo sujo. – Olhei para a minha roupa e o estado em que ela tinha ficado.
– Eu? Só continuei o que tinhas começado. –disse ela passando a mão no cabelo. – Idiota.
– O que é que me chamas-te? – Disse sério e segurei o seu braço com um pouco de força.
– I-di-ota, é preciso soletrar? – Ela olhou com um ar erudito, anã marrenta com a mania de que sabe tudo.
– Presta muita atenção, Tu comigo não falas assim. – Ela virou-se para sair e eu puxei-a de volta, desta vez ficámos próximos demais.
Aqueles olhos prenderam-me mais uma vez, eu juro que eu queria desviar o meu olhar, mas a rua era desnivelada, e ela estava numa parte mais alta o que a fazia ficar com o rosto ao mesmo nível do meu. Senti umas gotas e começou a chover, a chover muito, mas ao contrário do que deveríamos fazer, nós não saímos dali, apenas ficámos quietos e imóveis.
– É melhor irmos andando. – sussurrou ela.
– Uhum. – a sua respiração estava cada vez mais próxima.
– Eu não quero... – a sua voz quase que já não saía.
– Eu também não. – Sussurrei de volta.
Os seus lábios já estavam próximos demais, para que eu tivesse forças para me afastar. Ela parecia tão hipnotizada como eu, os meus olhos só se desviavam dos dela para encarar os seus lábios. Eu pensei em motivos para me fazer cair na realidade, mas na realidade não há motivos para cair. Levei a minha mão ao seu rosto, puxei-a para mais perto. Os nossos lábios estavam completamente encaixados, os meus olhos fecharam-se automaticamente, as nossas línguas estavam entrelaçadas, de inicio ela ficou sem reacção, mas não demorou e a sua mão estava na minha nuca, os seus dedos pequenos seguravam o meu cabelo com delicadeza. Senti as suas mãos no meu peitoral empurrando-me com a força que ela tinha, é claro que eu era muito mais forte, e que se eu quisesse iriamos continuar, mas eu estava tão assustado quanto ela. Ela provavelmente deixou-se levar pelo momento e quando se deu conta do que se estava a passar, resolveu parar.
– Eu... É que... – Merda, pára de gaguejar, pensei. – é melhor irmos andando, depois mando alguém vir buscar o carro.
– E... es... está bem. – Ela estava um pouco atordoada.❌ ❌ ❌
A minha cabeça estava a mil. Que puta de merda que eu fui fazer? Porque é que eu fiz isto? E o pior de tudo é que por mais que eu me condenasse pela atitude que tomei á minutos atrás, arrependimento era algo que não existia. Eu estava sem humor, desde quando eu fico sem humor perto de uma mulher? Todas as palavras do Hugh vieram á superfície da minha mente. E nenhuma delas poderia fazer sentido. Eu não queria que elas fizessem sentido. Já podíamos ver a casa, segurei o seu braço devagar.
– O que é que aconteceu...
– O que é que aconteceu? – Ela perguntou como que se realmente não soubesse do que eu estava a falar.
– Não sejas sonsa, – Ergui uma das minhas sobrancelhas. – as miúdas não são de confiança, principalmente Catherine e a Jackie, não fales de nada disto com nenhuma delas.
– Era só isso, chefe? – Perguntou de forma fria. Quando eu a trato mal ela trata-me bem, quando eu abaixo a guarda ela fica de mau humor.
– Queres saber uma coisa? Vai para a casa da pessoa que te fez os cornos, não tenho paciência para uma garota mimada.
– Primeiro, não posso voltar para casa de quem me fez os cornos porque estou não sei onde... e segundo, é bom não é? Uma pessoa mudar de humor assim do nada? – Ela cruzou os braços. – Só te fiz provar o teu próprio veneno.
Ela afastou-se de mim, deixando-me plantado com cara de idiota. Chutei o contentor do lixo que estava á minha frente, mas senti logo uma dor aguda na minha lateral, pus a minha mão sobre onde doeu e recompus-me, entrando em casa.
– Meu Deus! Shawn... estás todo sujo.
– Hugh, faz-me um favor e vai-te fuder. – Passei direto pela sala, e fui até á casa de banho e bati á porta com força.
Despi-me, liguei o chuveiro e meti-me debaixo do mesmo. A sensação dos lábios dela nos meus insistiam em ficar na minha cabeça, com os olhos fechados, ainda podia senti-los. Abri os olhos e balancei a cabeça algumas vezes, na tentativa de esquecer essas lembranças. Disparei vários socos na parede, eu estava com raiva, muita raiva, principalmente de mim mesmo.
Assim que a chuva parou, mandei alguém ir buscar o carro. Hugh estava a chatear-me, deixando-me mais irritado do que eu já estava.
– O que foi Hugh? Pergunta lá de uma vez, antes eu te atire pela janela.
– Não é nada
– Eu te conheço, passas a vida atrás de mim, – Revirei os olhos. – pareces aquelas velhinhas coscuvilheiras.
– Para estares a falar dessa maneira. É porque tens algo para me contar, acertei?
– A pintar de verde, um pêssego maduro, que feio Hugh. – Gozei e acabei por me rir da cara de curioso com que ele estava.
– Não sei por quê, mas acho que a Taylor está no meio disso tudo. – Ele sentou-se na cadeira e ficou a atirar a bola de ténis que estava sobre a mesa contra a parede.
– Tu gostas dela? Porra, só me sabes falar dessa pita.- disse.
– Eu vi-vos a beijarem-se.
– Então! E o que é que queres saber? Queres que eu fale disso?
– Sim, queria que me explicasses o que é que se está a passar contigo. – Ele parou com a brincadeira e olhou para mim.– Quando é que me vais contar, que andas a dar uns amassos com a Georgia dentro da dispensa? – Ele olhou para mim assustado e eu comecei a rir.
– Mas... não...
– Relaxa puto, só não deixes que o meu pai saiba disso ,nem a Catherine, por que sabes que no minuto a seguir o meu pai vai ficar a saber.
– Okay, obrigado.
– Não precisas de agradecer. Mas para de falar da Taylor, fazes isso e eu nem me lembro do resto.
– Tudo bem. Mas se quiseres conversar, já sabes que estou aqui.
– Hugh andas muito mansinho, a Georgia anda-te a fazer mal.____________________________________________________________________________________
ESPERO QUE TENHAM GOSTADO !!!
NÃO PERCAM O PRÓXIMO CAPÍTULO ...
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Proíbida
Teen Fiction{ COMPLETO } Dizem que a frieza é a saída de quem já sofreu demais. Talvez seja por isso que Shawn seja assim, talvez seja esso o motivo pelo qual ele não nutre sentimentos. Ele talvez se possa ter transformado nisso, depois da sua mãe morrer ou de...