Capítulo XVI

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– Não lhe ligues Taylor. – disse Hugh soltando um arroto.
– Faço melhor. – Shawn pronunciou-se e soltou um arroto ainda mais alto.
– Meu Deus, eu não mereço isto em plena manhã, á hora do pequeno almoço, isto é alguma competição. – Irritei-me e levantei-me da mesa. – Vocês são dois porcos nojentos.
Saí firme e irritada, ouvi a risada deles o que me deixou ainda mais irritada. Sentei-me na sala, a comer sozinha, sem aqueles dois porcos a arrotar. Terminei de comer, e voltei para a cozinha, pus as coisas que usei no lava loiça e lavei-as. Os nojentos já não estavam lá, lembrei-me do que o Shawn disse e fui até ao seu quarto. Tinha um saco preto em cima da cama, respirei fundo, aproximei-me e abri o saco. Era um vestido preto, justo, tinha as mangas comprida, na parte de trás tinha um decote até metade das costas. Era muito bonito, se não fosse para o que era eu iria usá-lo em várias ocasiões, ao seu lado, havia uma caixa com uns sapatos vermelhos e outra caixa mais pequena, dentro dela havia um colar e um par de brincos. Peguei naquelas coisas e fui para o meu quarto, elas já estavam acordadas
– O que é isso? – perguntou Catherine olhando para a minha mão.
– As coisas que vou usar logo á noite. – Falei baixo e atirei-as para cima da cama.
– Não fiques assim Tay', eu já passei por isso. – Anna disse passando o braço pelo meu ombro. – Não tenho nada para dizer que faça com que este momento pareça menos mau, mas quando voltares nós estaremos aqui, para te dar um braço. Não que isso ajude muito, mas é a única coisa que posso fazer.
– Obrigada Anna. – Falei baixo e forcei um sorriso.

O meu dia resumiu-se em ficar com o Fred e conversar com as miudas. Eu queria-me distrair, parar de pensar nas coisas horríveis em que estava a pensar. Mas nada do que fizesse ou dissesse tirava aquilo da minha cabeça. As horas passavam, e juntamente com a noite, o meu medo.
– Bem, está na nossa hora. – Anna disse e levantou-se do chão.
– Vamos, antes que as chibas apareçam aqui. O Fred não gosta de chibas, pois não? – Georgia fez uma voz idiota que acabou por me fazer rir. – É a mamã também não gosta de chibas. – Fez uma voz ainda mais idiota, como se fosse o Fred a responder.
– Georgia, andas a consumir alguma coisa? – Anna perguntou e Júlia mostrou a língua.
– Vamos meninas. – Georgia segurou na mão de cada uma e saiu a puxar-nos.
Entramos em casa, a correr e a rir, pareciamos três parolas. Mas assim que vi o Shawn, a minha alegria acabou
– Horas de se irem preparar. São... –Ele olhou para o relógio. – sete e dez. Têm trinta minutos para estarem prontas. Tenho que te deixar lá ás oito horas, e ele não gosta de atrasos.
Respirei fundo, assenti e fui para o quarto. Por mais que minha única vontade fosse ter outra crise de choro, eu não me deixei levar, chorar feita parva não ia mudar nada , talvez as coisas fossem piorar para o meu lado se as tentasse complicar. Peguei numa toalha, o conjunto de lingerie e o vestido. Entrei na casa de banho, tomei um banho não muito demorado, pus um hidratante que tinha encontrado no armário da casa de banho. 
– Porque eu estou a pôr isto? – disse a mim mesma.
Enxuguei-me, vesti a lingerie e coloquei o vestido por cima. Abri a porta, sai da casa de banho e voltei para o quarto. Coloquei as joias, pelo pouco conhecimento que tenho pareciam ser verdadeiras. Penteei o cabelo, pu-lo de lado. Calcei os sapatos, e resolvi não pôr maquilhagem nenhuma, vou assim. Olhei-me ao espelho, a minha cara não era das melhores.

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  – Já estás pronta? – Hugh perguntou aparecendo á porta. O seu olhar percorreu todo o meu corpo. – Nossa Senhora! Estás bonita.
– Obrigada, acho eu e sim, estou pronta. – Falei com desanimo na voz.
– Não era o Shawn que me ia levar?
– Catherine está a preparar alguma, o Rodriguez pediu para ele ir leva-las e ficar de olho nela.
– Entendi. – Respirei fundo. – Podes me dizer uma coisa?
– Claro.
– Quantos anos é que ele tem?
– Não sei, pelo que vi deve ter pouco mais de trinta.
Pelo menos não era um velho nojento. Respirei fundo mais uma vez, e sai do quarto. Caminhei com Hugh até ao carro, entrei no lado do pendura, Hugh entrou em seguida. Não demorou e estávamos na estrada, eu tentei aguentar-me, mas a meio do caminho as lágrima insistiam em descer. A cada minuto que passava o medo tomava conta de cada parte do meu corpo. Hugh parou o carro, reparei que era um motel, aparentava ser luxuoso, algumas luzes piscavam á frente, senti a minha pele toda a arrepiar-se só em pensar no que vinha pela frente. Hugh saiu do carro e fez-me sinal para segui-lo, pensei em correr feito louca pela estrada até um camião parar e me dar boleia, mas o Shawn disse que da próxima vez que eu tentasse fugir o pai dele punha a cabeça da minha familia a prémio e isso eu não iria conseguir suportar. Passámos pela recepcionista, ele entregou-lhe alguma coisa que eu não consegui ver e disse alguma coisa que não fiz questão de ouvir.
– Ele está á espera. – A recepcionista entregou uma chave ao Hugh.
Seguimos mais um pouco, havia um corredor com várias portas e uma porta cinzenta no fundo, devia ser a suíte, era exatamente para lá que o Hugh se estava a dirigir. No corredor só se ouvia alguns gemidos e os barulhos dos meus sapatos a bater no chão. Infelizmente chegámos á porta. Hugh abriu a porta e olhou para mim.
– Boa sorte. – Ele disse e deixou a porta entre aberta. O meu corpo estava a ter uma convulsão interna, de tanto que tremia.
Respirei fundo, e entrei no quarto. 

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ESPERO QUE TENHAM GOSTADO !!!

NÃO PERCAM O PRÓXIMO CAPÍTULO ...



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