capítulo 1 pt 3

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"Está tudo bem.” Disse ele. "Eu sei o que você é."
"Então o que sou eu?" Meu companheiro.
Lars queria dizer-lhe com cada fibra do seu ser, mas ouviu o
tremor na voz de Danny, quando lhe perguntou. Era melhor ser cauteloso, ele pensou.
Lars poderia fazer isso. Estava acostumado a isso.
"Como eu." Disse calmamente.
Disse calmamente. Não era exatamente uma mentira. A declaração
pode significar qualquer número de coisas de gay a lobisomem. E Lars ainda não podia
estar certo de um desses, só da maneira como o garoto tinha arrepiado quando esses
idiotas o chamaram de bicha e que o flash dos incisivos afiados brancos que ele havia visto no garoto por um breve momento. Isso e a forma como sua mente se envolveu em torno
da imagem, transformando o flash de possibilidades em uma mensagem concreta que
bateu em sua cabeça. Você não está sozinho. E não importa quanto tempo ele esperou
para ouvir aquelas palavras ou o quanto ele queria acreditar que fosse verdade, parte dele
ainda queria duvidar deles. A verdade era que estava assustado.
Dez anos atrás, seu mundo foi destruído quando seus pais saltaram da Rocha do
Êxtase e caíram sobre as pedras irregulares. Um guarda florestal os viu cair do penhasco
e pediu ajuda. Eles foram levados para o hospital onde ainda estavam inconscientes,
todos esses longos anos. Quando seus pais saltaram uma voz sussurrou, partiram para Morgana, ele tinha
abraçado a psicologia, principalmente como um meio de buscar a verdade nas histórias
de fantasia que sua mãe tinha lhe contado. Havia grandes pensadores, pensadores brilhantes, como Aldous Huxley e William
James e Carl Jung, cujos estudos apontam para a possibilidade de outras camadas de
realidade, de algo maior do que o objetivo, mundo científico em si. Na escola, faculdade
e pós-graduação, ele mergulhou nos estudos, utilizando-os como uma pomada para tratar
a dor cada vez mais profunda em seu coração. Foi só quando ele se formou e começou a
sua prática, que a possibilidade de uma outra e mais escuro verdade começou a cavar o
seu caminho em sua mente e assumir. Todos os dias, ele tratava as pessoas doentes que se agarravam às suas ilusões
ferozmente, querendo acreditar que o mundo era menos difícil ou solitário ou assustador
do que realmente era. Tão reconfortante como essas fantasias fossem, sempre destruíam
o paciente no final, se eles continuassem inabaláveis, assim como as ilusões de seus pais
os tinha destruído. Seus pais tinham lhe dito que este dia chegaria, que encontraria um companheiro,
e ele acreditava, apesar de ter bom senso. Eles tinham, afinal, lhe dito que isso iria
acontecer, uma vez que partiram para um mundo sobrenatural misterioso, e ele podia
ver no que aquele plano tinha resultado. Contudo, apesar de todo o cinismo dele, uma parte de si havia passado anos
esperando à procura de outro lobo. Parte dele também estava amargurada com o
esforço, muito frustrante o tempo que tinha gasto para dar em nada, numa sequencia
sem sentido de foder alguém para que não dava a mínima, muito menos alguém que não
poderia esperar entendê-lo.
Então o que diabos era aquilo? pensou ele
“Vem de Morgana?"
"Eu sou de Oklahoma.” disse Danny, olhando para ele como se tivesse apenas
brotado outra cabeça mesmo assim ele apontou:
"Mas você chegou lá como um Planeswalker, certo?"
"Sério, eu não sei do que diabos você está falando."
"Bem, você nasceu assim ou..."
"Nascido de que maneira?" Danny perguntou, estreitando os olhos.
"Eu vi a maneira como você agiu com aqueles caras.” Lars tentou. "Eu vi que você
tentar lutar contra isso."
Danny enfiou as mãos ainda nos bolsos de seu moletom com capuz que ele
repetiu, desta vez pronunciando cada palavra com precisão e irritação.
"Eu não sei do que você está falando."
“Eu vi seus dentes.”
"Cale a boca!” Ele rugiu, e Lars os viu novamente, os caninos afiados brancas
sobressaindo de debaixo de seu lábio superior. Os olhos assustados de Danny esvoaçavam
até Lars por um momento curto, depois em pânico e então ele apertou a mão sobre sua
boca. Seu peito subia e descia com cada respiração curta que dava. Lentamente, tirou a
mão de sua boca.
"Sinto muito.” Disse. A mão nervosa voou de volta para a cabeça para deslizando
através de seu cabelo selvagem, indisciplinado, fazendo-o parecer mais feroz do que nunca.
Ele era lindo

(Planeswalkers e Planinuta são seres capazes de viajar através dos planos da existência em Multiuniversos. Isso pode levá-los a viver entre um nível de poder e insanidade.)

Danny na profunda Escuridão (romance gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora