Chapter 17

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Rodopiei uma vez mais pelo quarto enquanto segurava as pontas do vestido, que brilhava como a Lua que se fazia ver nessa noite silenciosa e escura. Os caracóis que preenchiam a minha cabeça formavam túneis por fundos e eu não conseguia evitar de colocar o dedo no meio deles. O som da campainha fez-se ecoar por toda a casa e Aaron logo apareceu à porta do meu quarto.
 " Prim, é o Dom. " Ele disse e eu logo alegrei-me pegando no meu casaco e na mala.
 " Então, o que achas?" Rodopiei novamente e e sorri ao ouvir a sua gargalhada.
 " Estás muito linda." Ele comentou e eu agradeci abraçando-o. 
 " É melhor ir. " Despedi-me de Aaron e saí do quarto, Dominicius encontrava-se no fim das escadas com um fato preto, engoli em seco observando o seu sorriso rasgado perfeitamente desenhado no seu rosto, a sua mão estava esticada pronta para abraçar a minha num encontro perfeito. Alcancei o corrimão e desci lentamente, o meu sorriso aumentava a cada passo dado e, ao finalmente atingir o último degrau uni a minha mão à de Dom e apressei-me a juntar os nossos lábios.
 "Estás tão linda." Dominicius disse entre o beijo fazendo-me corar, não disse nada devido aos nervos portanto esperei que ele percebesse o meu agradecimento, dado com um sorriso. " Estás tão nervosa Primrose, sinto-o a léguas. "
 " É normal.. vou conhecer o teu pai. Estou nervosa." Foi tudo o que saiu da minha boca.
 " Não é preciso ficares dessa forma, ele é uma pessoa normal. Muito culta e educada, mas normal." Ele esclarece e eu assinto, a distância entre as nossas casas não era muito longa, o que me deixava mais nervosa pois não iria ter a viagem para poder-me acalmar. 
 " Vamos, minha Rani." Sorriu assim que saimos do carro e eu segurei o seu braço caminhando para o interior. Melinda logo me recebeu calorosamente fazendo-me sentir um pouco mais confortável mas os olhares da mãe de Dom logo desfizeram esse sentimento.
Forcei um sorriso e cumprimentei a mulher de cabelos pretos com dois beijos nas suas bochechas morenas. Esta forçou, igualmente um sorriso, o qual eu ignorei, estava mais ansiosa pelo tão famoso Alexander Collins do que propriamente,  a mãe excêntrica.
 Os avós de Dominicius entraram na sala e ambos cumprimentaram-me e demonstraram-se bastante felizes com a minha presença, o que eu agradeci mentalmente. Giuseppe lançou-me um olhar fazendo-me estremecer, o chão de soalho tremeu com o barulho de umas botas soldadas embaterem nele, olhei para onde o som viera e logo apareceu uma figura alta e estruturada, as porpoções do corpo eram bem distribuídas e a beleza era notória. Tencionei que era o pai de Dominicius, pois as semelhanças eram imensas. Resolvi ser eu a caminhar até ele para ele perceber que não o temia, mas respeitava. Esbocei um dos meus melhores sorrisos e aproximei-me do homem que agora me encarava. 
 "Boa noite, senhor Collins." Cumprimentei-o.
 " Chama-me Alexander, por favor." Pediu segurando a minha mão, a sua voz era grossa e forte mas da maneira baixa como falara soara carinhosa e calma. Sorri e assenti afastando-me ligeiramente, Alexander permanecia parado a observar-me e Dominicius logo se chegou à frente.
 " É a minha namorada, Primrose." Ele sorriu e eu conseguia entender a confusão que passava pela cabeça do pobre homem, naquele momento. No entanto, engoliu em seco e sorriu, demonstrando-se lisonjeado por me conhecer. Sorri satisfeita com a nossa apresentação e segui Dom até à mesa de jantar. 
 O jantar foi bastante agradável, por sinal, tirando os falsos enjoos da Madame, o orgulho de Alexander em Dominicius era notório, o que me deixava feliz. Eu estava ao máximo a tentar evitar o que me fora dito dias atrás por parte do Avô de Dom mas cada vez que olhava para o seu pai só me lembrava da probabilidade deste ser igualmente meu pai, e isso mexia imenso com o meu psicológico.
 " Estás a estudar, Primrose?" O Pai Collins falou e eu parei de mastigar para poder lhe responder.
 " Sim, a concluir o décimo segundo ano." Informei-o e ele assentiu, ele estava a fazer-me imensas perguntas e eu cada vez ficava mais curiosa e desconfiada sobre as intenções daquele Homem.
 " Isso é bom, estás a tirar que curso?" Ele questiona engolindo um pouco de vinho.
 " Psicologia." Sorrio e ele esboça também um sorriso, assentindo.
A sobremesa fora a preferida de Alexander que, ironicamente, era também a minha, bolo de bolacha caseiro e sem manteiga. 
Comi-o com bastante satisfação e perguntei a Melinda se precisava de ajuda, esta negou e encarregou-se de arrumar a mesa. Eu e Dom dirigiramo-nos entretanto para a sala, onde ficaramos a ver um filme.
 
 "Primrose, podemos falar contigo 1 minuto?" Alexander e Giuseppe surgem na sala e eu suspiro interiormente, olho para Dom que encarava-me confuso e deposito um beijo no seu rosto.
 " Claro. " Sorrio delicadamente e levanto-me seguindo os dois senhores até ao quintal. Sento-me de frente para eles e ambos acendem os seus cigarros, o que se tornou desconfortável.



PrimroseOnde histórias criam vida. Descubra agora