Primrose

Chapter 18

" Primrose. Que belo nome." Alexander começou por dizer e eu dirigi o meu olhar para o senhor de meia idade que me encarava com um sorriso radiante, o que me fez corar.
 "Obrigada." 
 " Sabes, Primrose...isto é uma situação complicada tendo em conta que namoras com o Dominicius... as coisas vão mudar bastante para vocês os dois." Ele lançou de seguida e eu não pode evitar de soltar um suspiro e estremecer ligeiramente, tentei utilizar o frio que se fazia sentir como desculpa mas não parecia resultar, a voz de Alexander entrava na minha cabeça e parecia não querer sair, o meu subconsciente limitava-se a repetir as suas palavras cada vez que estas eram ditas.
 " O que vai mudar? Vai tudo permanecer como está. Eu não percebo como posso ser sua filha e na minha opinião isto tudo não passa de um mal entendido." Fitei os olhares dos dois homens presentes à minha frente mas logo calei-me perante as suas sérias expressões.
 " O melhor é prosseguir com um teste de paternidade."  Giuseppe lançou e eu olhei-o com desdém esperançosa que o meu olhar penetrante fosse o suficiente para que este retirasse as palavras que foram ditas.
 " O que diz a tua mãe sobre isto, Primrose?" Alexander perguntou ignorando a sugestão de Giuseppe e eu encolhi os ombros indiferente. 
 " Eu não deixei que ela se preocupasse com este assunto, ela já está mal o suficiente. "
 "Então, com a autorização dela, faremos um teste de paternidade, se concordares." Ele sugeriu e eu suspirei.
 " Por mim tudo bem, sei bem que é impossível ser sua filha."
 " Pronto, vou contactar um médico meu conhecido e depois informar-te-ei sobre o que terás que fazer."
 " Muito bem." Eu disse ajeitando-me. " Posso ir?" Olhei para ambos.
Após a confirmação deles levantei o meu fino corpo desesperado por calor enquanto dirigia o meu olhar para a porta, assim como o meu corpo.
 " Primrose?" A voz de Alexander fez-se ouvir e eu parei o meu percurso, virando-me para ele. " Terei muito orgulho em ser teu pai." Afirmou e esboçou um sorriso, limitei-me a assentir com a sua declaração fugindo para dentro de casa.

 " Está tudo bem?" Dominicius questionou assim que me viu entrar pela porta e eu limitei-me a afirmar com um sorriso, na esperança que este fosse suficiente para confortá-lo.
 " Senta-te aqui, vamos ver um filme." A suavidade na sua voz acalmava a nervosidade que percorria no meu corpo por lhe estar a esconder algo tão importante. 

As horas passavam mas o tempo parecia congelar quando estava com Dominicius, fechei os meus olhos pesados deixando a minha cabeça cair sobre o seu ombro pouco confortável, mas não me importei. Deixei-me cair no sono e todos os meus pensamentos evaporaram-se dando lugar a uma realidade imaginada a que muitos apelidam de sonho. Um sorriso tímido formou-se no meu rosto enquanto dormia e eu tinha a perfeita noção de que Dominicius estaria a observar-me, e mais uma vez, não me importei.