"Bom dia dorminhoca." A voz de Dom soou nos meus ouvidos despertando um sorriso fechado no meu rosto, abri os meus olhos observando dois oceanos encararem-me docemente e logo senti um cheiro doce invadir as minhas narinas, dirigi o meu olhar para o lado encarando um tabuleiro cheio da mais variada comida e olhei para Dominicius.
" Bom dia. " Murmurei ainda rouca e ajeitei-me na cama, estranhando o facto de lá me encontrar. " O que é isto?"
" Um pequeno-almoço de princesa, para a princesa." Ele brincou e eu soltei uma breve gargalhada sussurrando um "não era preciso."
"Eu é que sei, mas vamos comer que estou cheio de fome!" Sentou-se ao meu lado e atacou a comida que provavelmente não tinha sido ele a preparar.
"Foste tu que me trouxeste para cima?" Questionei barrando manteiga num pedaço de pão.
"Não, foi o meu avô." Ele riu-se e eu logo percebi que este me gozava."Devias-me ter acordado para avisar o Aaron.." Suspirei mastigando o pão.
"Eu avisei, não te preocupes."
Olhei para Dom que sorria para mim, o que despertou o meu sorriso mais uma vez e rapidamente depositei um beijo demorado nos seus lábios. A porta rangeu ao ser aberta e a minha atenção focou-se na mesma.
" Primrose, podes descer um bocadinho?" Alexander espreitou pela porta e eu assenti levantando-me rapidamente e ajeitando as minhas roupas, envergonhada. Olhei para Dominic que entretanto suspirara e saí do seu quarto descendo as escadas. Giuseppe e a mãe de Dom estavam na sala com uma expressão séria, o que me deixou um quão nervosa. "Senta-te." E assim o fiz, sentei-me perto de Giuseppe e observei todos os movimentos de Alexander.
Alexander encaminhou-se para a nossa frente retirando uma caixa de dentro do saco que estava em cima da mesa. O meu olhar percorreu aquele pedaço de cartão tentando ler o que se encontrava escrito no mesmo.
" Isto é um teste de paternidade." Ele explicou e eu engoli em seco. " Falei com um médico meu conhecido e ele disponibiliza-se a fazê-lo. Só preciso do teu ADN, Primrose." Como assim, precisa do meu ADN? Aparece do nada a dizer que é meu pai e do nada quer o meu ADN? É preciso ter lata!
" Eu preciso de pensar melhor." Limitei-me a dizer ocultando todos os meus pensamentos.
"Tudo bem. Leva a caixa. Traz-me o frasco pronto na Sexta-Feira, caso essa seja a tua decisão. " Alexander entregou-me a caixa e eu peguei-a com receio. " Mas pensa bem, Primrose, podemos esclarecer todas as dúvidas com um simples teste." Assenti e levantei-me subindo as escadas apressadamente perante os olhares dos três adultos.
Entrei no quarto de Dom e encaminhei-me para a minha mala colocando a caixa lá para dentro e pegando na mesma.
"Onde vais?" Dominicius apareceu de repente, vindo da casa-de-banho.
"Ahm, a minha mãe precisa que a vá ver." Lancei sem pensar.
"E não queres que te leve? Já que fui eu que te fui buscar."
"Não é preciso, a distância não é muito grande, ainda passo em casa primeiro para mudar de roupa."
"Oh..tudo bem." Ele assentiu e eu despedi-me com um beijo apressado, abandonando o seu quarto. Podia jurar que o deixara completamente à toa mas naquele momento, isso não importava.
Abandonei a mansão - sim, aquele casarão mais parece uma mansão- Collins e caminhei até minha casa num passo um quanto apressado. Assim que cheguei a casa o silêncio fez-se ouvir e eu dirigi-me ao meu quarto, completamente cansada, joguei a minha mala para um lugar qualquer da cama e deitei-me na mesma, fechando os olhos. Entreabri-os focando o meu olhar na caixa que ateimava em sair do espaço apertado da mala e suspirei pegando na mesma. Virei-me de barriga para cima lendo as instruções que esta trazia:Depositar alguma quantidade de saliva no frasco até chegar à marca preta que se encontra no mesmo. Fechar bem e entregar em laboratório.
Revirei os olhos ao senti-los embaciados e suspirei deixando que as lágrimas escorressem pelo meu rosto. Mais uma vez, estava a chorar. Ultimamente a minha vida parecia desmoronar-se e todos esperavam que eu aguentasse com tudo calada.
"Primrose? Estava a ver que não!" Aaron entrou e lançou-se para o meu lado, ao aperceber-se que me encontrava a chorar a sua expressão animada logo se modificou para preocupação. Permaneci calada na esperança de que ele se apercebesse da caixa presente nas minhas mãos. Entreguei-a e ele leu o título alto e suspirou olhando para mim, os seus braços confortaram os meus e eu agradeci-lhe mentalmente por existir. Aaron levantou-se com a caixa nas mãos e eu estranhei a sua ausência. Pouco depois regressou e estendeu-me o frasco já cheio.
"Aaron eu..."
"A sério Prim, estou cansado de te ver desta forma. Entrega-lhe, por favor."
"Mas assim nunca vou saber a verdade..."
"Preferes o quê? Descobrires que és filha dele e teres que te separar do Dominicius?"
Acabei por assentir e concordar com ele e guardei o frasco na minha mala, sexta-feira eu mesma o entregaria ao tal médico e Alexander iria finalmente ouvir o tão esperado "Negativo".
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Primrose
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