• Capítulo 13

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Eu fui muito ingrata, admito. Abandonei essa história nem eu sei por qual motivo!!!! Me senti culpada e quando resolvo voltar: 2 mil leitores!!! Vou voltar a atualizar para esse número deixar de ser apenas um número sem conteúdo! Então está aqui, um novo capítulo:

~ Mikael ~

O nosso segundo beijo aconteceu ali mesmo, no momento em que ela disse a palavra "você". Coloquei todo o sentimento e a vontade que eu não tinha colocado no beijo anterior. Segurei-a em meus braços como se aquele momento fosse o único. Foi perfeito.
Depois de muita conversa, outros beijos, percebemos que o sol já estava quase se pondo, decidimos ir embora.
— Que dia iremos ter isso de novo? – Questionou Meredith sorridente, enquanto estávamos parados dentro do carro em frente a sua casa.
Penso. Com toda a confusão para colocar o plano contra as bruxas em prática, eu não podia ficar arriscando ficar tão perto de Meredith como eu desejo.
— Tenho que sair da cidade. Talvez por alguns dias, mas assim que eu chegar, volto para te ver. – Ela percebe a seriedade em minha voz e seu sorriso desmancha aos poucos.
Mentir seria a única maneira de deixá-la segura.
Ela continua em silêncio. Levo minha mão em seu rosto e acaricio sua bochecha.
— Algo muito importante? – Pergunta ela, sua voz é baixa. Sinto que a decepcionei.
— Na verdade, trabalho. – Tenho vontade de rir da ironia, mas me contenho.
Meredith levanta uma das sobrancelhas, curiosa.
— Você trabalha com o quê? – Ela se ajeita no banco do carro e eu retiro a mão que estava em sua bochecha.
Tento não demonstrar surpresa com a pergunta, mas não sei o que responder.
— Eu trabalho no... – Pigarreio — Hospital. Você sabe, salvar vidas e essas coisas.
— Mas você só tem dezenove anos. – Agora ela franze o cenho, sem entender.
— Meu... Pai. Isso, meu pai é o dono. Na verdade eu fico na parte administrativa. Salvo a vida do meu pai, ajudando ele nos negócios. – Solto uma risada nervosa. Percebo que ela presta atenção, mas ainda com uma interrogação desenhada na testa. — Eu estou aqui só de passagem, na casa do meu tio. – Mudo de assunto, mas quando termino a frase ela arregala os olhos. Corrijo rapidamente: — Eu estava de passagem, mas aí... Encontrei você.
Ela relaxa a expressão e leva a mão para a minha nuca, enrolando os dedos em uma das mechas do meu cabelo.
— Seria muito assustador se eu dissesse pra você que acho que vou sentir saudade? – Ela diz, fitando o volante timidamente.
Meu coração indica o efeito que essa frase teve em mim, ao estremecer dentro do meu peito.
Ergo o queixo de Meredith para olhar em seus olhos.
— Não seria nada assustador, afinal vou me sentir da mesma forma. – Digo mergulhando dentro do castanho mais intenso que eu já vi.
Um sorriso brota de sua boca, que no mesmo instante, tomo para mim, a pegando de supresa. Provo mais uma vez o sabor dos lábios que eu nunca me cansaria de beijar.
Ela se afasta devagar. Ainda bem, porque eu acho que não seria capaz de parar tão facilmente.
— Até logo. – Diz ao abrir a porta.
Observo ela andar e antes de entrar em casa olhar para mim mais uma última vez.
*****

Chego na casa de Marcus e ele está ao telefone, andando de um lado para o outro.
Sento-me despojadamente no sofá da sala e presto atenção na conversa.
— Isso era claramente previsível que acontecesse... – Pausa para a resposta da pessoa do outro lado da linha. — Sim, sabemos. — Ele olha diretamente para mim, sério. — Não sei se ele irá concordar... – Ele, no caso sou eu. Agora eu estava curioso. — Ok Samira, nos vemos mais tarde.
Marcus se vira de costas e some do meu campo de visão. Vou atrás dele em passos rápidos.
— Pode me dizer o que está acontecendo? – Falo e fito o copo de uísque que ele serve. — E você não disse que ia parar com a bebida?
Ele dá um bom gole do líquido.
— O momento pede álcool. – Diz e anda de volta para a sala.
— Pode por favor dizer o que a Samira disse ao telefone? – Pergunto impaciente.
Marcus parece pensar nas palavras que vai dizer.
— Samira me contou algumas complicações que ocorreram... – Ele diz enquanto brinca com o copo já vazio. — Bom, meio que as bruxas descobriram. Mas isso era uma possibilidade imaginável, então não é o problema maior...
— Existe um problema maior? – Pergunto exasperado.
— O problema maior é que elas estão pensando em contar a Meredith. – Ele me olha por um momento. — Tudo.
Revelar tudo para Meredith. Isso certamente não estava nos meus planos. Descobrir a verdade seria um choque e tanto para qualquer ser humano, ainda mais para ela.
— Isso não pode acontecer. Samira pensou em como reverter isso, não pensou? – Pergunto, perambulando como Marcus fazia quando cheguei.
Ele suspira.
— Pensou. Ela pediu para que você conte o quanto antes... Ela acha que se vier de você, pode haver uma chance de Meredith ficar do nosso lado.
— Lado? O que você quer dizer com isso? – Questiono no mesmo segundo.
— Mikael, as bruxas fazem de tudo para estarem por cima de qualquer um que tente se opor a elas. Samira disse-me que assim que descobriram o que estávamos tentando fazer, mudaram de planos para Meredith. – Ele faz uma pausa. — Elas querem colocar Meredith contra você e eu tenho certeza que Donna está encarregada disso.
Um torpor estranho me inunda e eu deixo meu corpo cair sob o sofá atrás de mim.
— Elas não vão impedir que Meredith te ame.
— Elas querem que ela me ame, para depois...
— Partir o coração dela... Literalmente.
— Como assim "literalmente" Marcus? – Levanto do sofá e me aproximo dele.
Ele me analisa com tristeza.
— Elas cansaram, mil anos de castigo, foi o mais longe que já chegaram. – Marcus evita meu olhar. — Meredith não vai ter mais vidas Mikael, acabou, esta aqui é a sua última. Acredite, elas vão fazer de tudo para ser a pior de todas.
— Temos que fazer algo. – Falo ainda sem acreditar em tudo que acabo de ouvir. O nó em minha garganta já está grande o suficiente.
— A única coisa que você pode fazer, é contar a ela antes que as bruxas façam isso. – Diz ele entre os dentes.
— Isso vai ser demais para ela... – Digo um dos meus pensamentos em voz alta.
— Vai ser demais para ela, de qualquer modo.
Marcus tinha razão, de um jeito ou de outro ela iria descobrir e se fosse por mim, ela poderia de certa forma, "aceitar" melhor.
Corro para fora da casa de Marcus e passo direto do meu carro. Correndo me daria mais tempo para pensar no que fazer.
Eu tinha que pensar em um jeito de fazer ela acreditar em mim sem pensar que sou um louco alucinado que inventa loucuras nas horas vagas. Conversar somente não iria adiantar. Eu tinha que demonstrar.
Nunca pensei que um dia ia precisar usar elas, parece que esse dia chegou. É o único modo de fazer Meredith acreditar que sou um anjo. Eu não tenho ideia de como acionar isso daqui, nem noção de como elas são ou do tamanho, mas de alguma forma tenho que mostrar as minhas asas para ela...

QherubianOnde histórias criam vida. Descubra agora