Não troquei uma palavra se quer com o Théo. Chegamos e eu saí voada do carro. Entrei na casa da Amora e dava pra notar perfeitamente que eu não estava bem, logo depois Théo entrou e me sentei no sofá. Ryan estava beijando o Kai e o Moreno da outra noite estava ao meu lado.
— Prazer, Rui — O moreno se virou pra mim e estendeu a mão.
— Savannah — Forcei um sorriso e segurei sua mão.
— Muitos problemas?
— Por aí... A vida tem me feito sofrer — Suspirei.
— Que profundo. Mas seja o que for, vai passar.
— Espero.
— Porque não dá um sorriso?
— Não venho tendo motivo pra isso ultimamente.
— Sabe qual a sensação de um? — Fiz um sinal positivo com a cabeça — Então sabe que vale a pena se esforçar por ele.
— Um sorriso não vem assim do nada, é coisa do momento e é ele quem define seu humor.
— Não deixe as pessoas notarem sua fragilidade, muitas se aproveitam disso. Aliás, seu cadarço está desamarrado — Olhei pro meu tênis e não tinha nada de errado com o meu cadarço.
— Meu cadarço não está desamarrado! — Sorri.
— Viu, assim ficou bem melhor. Cara emburrada não combina com você — Sorriu.
— Obrigado.
— De nada.
— E você e a Amora? Como estão?
— No momento se conhecendo, mas te contar... — Riu pra si mesmo — Tô amarradão — Que bonitinho!!
— E cadê aquele menino que estava com você outra noite? — Fiquei quieta — Foi ele que te deixou assim, né? — Fiz sim com a cabeça — Não se preocupe, tem um rapaz alí que não para de olhar pra cá — Era Théo — Parece estar incomodado por estarmos conversando.
— Bobeira, Théo é meu amigo e outra ele namora.
— Entendi, mas cadê a namorada dele? — Dei os ombros — Se joga — Piscou e se levantou indo pra cozinha se encontrar com Amora. Théo estava sentado olhando o celular e me olhava o tempo todo. Na 4° vez que me olhou eu sorri e ele se aproximou.
— Isso aqui está uma vela — Sentou ao meu lado e olhou pro Ryan com o Kai.
— Chama a Sara — O empurrei.
— Sobre a Sara..
— Não quero saber, sério.
— Não temos nada sério, eu não... — O interrompi novamente.
— Eu não preciso saber Théo, a vida é sua.
— Tudo bem, você está magoada com o outro lá?
— Você ouviu do carro?
— Deu pra ouvir, desculpa.
— Eu só preciso de um tempo.
— Quer que eu saia?
— Adoraria — Théo levantou e então peguei em sua mão — É brincadeira, você as vezes é uma boa companhia — Um sorriso enorme brotou em seu rosto.
— Para de me fazer sofrer — Se sentou novamente — Demorou muito pra gente se conhecer dessa forma...
— Eu tive que te odiar pra te a... — Engoli seco — aturar — Ri totalmente sem graça.
— Entendi — Sorriu debochado.
— Babaca.
— Pode me xingar, mas aceita meu convite. Casamento, sem ser esse mês, o outro. Bora? — Sorriu de lado — Como amigo — É possível que eu não esteja vida, merda! Não posso chorar! Seja forte Savannah.
— Se eu estiver aí, vou sim — Forcei um sorriso.
— Vai viajar?
— Vou — Menti.
— Pra onde?
— N-não se-sei, é longe. — Merda, se controla Savannah!
— Vai sozinha? — Fiz sim com a cabeça.
— Entendi — Falou baixo.
— Você vai trabalhar com o meu pai então? — Troquei de assunto.
— Parece que sim, hoje estávamos tratando disso.
— Ele falou — As duas primeiras pizzas finalmente tinham chegado mas não estava com apetite nenhum. Ryan me forçou a comer dois pedaços inteiros de pizza, comi e os casais começaram a se beijar.
— Que vela — Murmurei.
— Não seja por isso, olha o Théo aí — Encarei o Théo e ele fez um biquinho
— Toma vergonha — Ri.
— Desculpa, mas não deixa de ser uma boa proposta.
— Vamos? — Levantei e dei a mão pro Théo.
— Vamos, donzela! — Pegou minha mão e levantou.
— Tchau gente.
— Tchau — Disseram todos. Entrei no carro e a criatura não parava de sorrir.
— Que foi? — Ri sem entender.
— Estou lembrando da sua calcinha — Mordeu os lábios e começou a dirigir.
— Seu... — Fui tomada pelo riso
— Você fica bonita rindo — Me olhou e voltou a olhar pra estrada.
— E você calado — Empurrei seu ombro. Comecei a mexer no rádio procurando uma música boa, e nada.
— Tem um pen-drive alí, vê se gosta. — Coloquei o pen-drive e pra minha surpresa, Théo e eu tínhamos o mesmo gosto musical.
— Gosta de Cícero? — O Olhei surpresa.
— Apesar dos a pesares, sou um rapaz romântico, meu doce. Tem alguma coisa pra fazer hoje?
— Não, porque?
— Poderíamos alongar essa noite, não vou tentar nada, só quero passar um tempo com você.
— Já que é assim... Sim. — Théo parou em um posto de gasolina, voltou com uma garrafa de vinho e dois copos. Vinho dos bons, aliás. Seguimos depois para um lugar meio deserto. Havia grama por todo lado e um lago, era bem bonito. Por sorte tinha parado de chover mas ainda estava frio. Théo aumentou o som e saímos do carro, me deu um copo com vinho. Naquele frio, vinho era a resposta. Começou a tocar "Dançando do Agridoce".
— Adoro essa música — Me encostei no capô do carro olhando pro lago e bebi um bocado do vinho.
— Mesmo? Então vem cá — Me estendeu mão. Peguei a mesma e pus copo em cima do carro. Théo pôs uma mão na minha cintura e a outra de mãos dadas com a minha, e eu com a outra mão em seu ombro. Fomos de um lado pro outro, conforme a dança, de uma forma mais suave. Ele estava quase colado com o seu corpo no meu. Por um momento, esqueci de todos os meus problemas, na minha barriga havia borboletas, borboletas totalmente inquietas. Deitei minha cabeça em seu ombro e pude ouvi-lo cantar — Eu sei que lá no fundo, a tanta beleza no mundo, eu só queria enxergar — Sua voz não é afinada, mas ele sussurrava no meu ouvido. O Olhei nos olhos e quando chegou no refrão, cantamos um pro outro entre sorrisos — O mundo acaba hoje eu estarei dançando... O mundo acaba hoje eu estarei dançando... O mundo acaba hoje eu estarei dançando com você — Finalizou com um famoso beijo de esquimó — Não tem outro lugar no mundo que eu queira estar essa noite a não ser que seja com você.
— Recusaria uma chapada com os amigos? — Brinquei.
— O que é uma chapada com os amigos quando se tem você nós braços? — Fiquei absolutamente sem saber oque falar. Théo percebeu isso e beijou minha testa — Olha... Posso ser o cara mais chato do mundo, mas não negue que te faço bem — Ri.
— Você tenta.
— Estou indo bem?
— Por enquanto...
— Acha que vou falhar?
— Talvez eu faça você falhar.
— Então não faça, não pense nem em fazer, eu não quero! — Beijou meu nariz.
— Juro tentar.* FIZ UM INSTAGRAM COM AS FOTOS DOS PERSONAGENS! PRA QUEM GOSTA, DÁ UMA OLHADA LÁ, ME DESCULPEM SE CASO NÃO FOR OQUE VOCÊS PENSARAM, NÃO ENCONTREI FOTOS IDÊNTICAS AOS PERSONAGENS MAS SIM COM UNS TRAÇOS DELES. PROCUREM USAR A SUA IMAGINAÇÃO, ESSA EM HIPÓTESE NENHUMA VAI DECEPCIONAR VOCÊS!
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Presa ao fim
RomanceNeste exato momento me encontro no hospital "Santa fé" do Rio de Janeiro, com um diagnóstico de câncer de cólon em mãos. O pior é que o câncer já se espalhou e são 99% de chances de eu não permanecer viva. Minha mãe está ao meu lado soluçando de tan...