25 C. Não sou capaz de recusar

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   Acordamos assustados, quando olhamos em volta tinham exatamente quatro meninos com mais ou menos dez anos nos olhando. Ouvi o menor deles dizer:

    — OLHA O PEITO DELA!
   Não consegui evitar e acabei rindo. Théo rapidamente pegou sua camisa e me cobriu.

    — Saiam daqui, moleques! - gritou Théo. Nenhum deles deram a mínima importância para o que ele havia acabado de dizer e voltaram a falar.

  — Eles transaram? - O menino da vez era asiático.

  — Claro né, todo adulto transa! — Disse o mais velho. Eu só conseguia rir. Théo furioso começou a berrar com os meninos, eles como eram espertos meteram o pé.

    — Tchau meninos, não contem para mãe de vocês! - Gritei rindo.

   —Essas crianças estão muito espertas, nossos filhos serão ainda mais!

   — Que? - O encarei. Théo levantou me ignorando e caçando suas roupas. Pegou o celular no bolso da calça, olhou o mesmo e andou até mim. Segurando meu rosto me deu um selinho, logo após disse:

   — Bom dia meu amor! — Sorriu.

   — Bom dia — dei um cheiro nele — Que horas são?

    — Sete e meia.

    — Nossa, achei que fosse mais tarde — levantei — Vamos embora? Estou morta de fome, quero chegar em casa e dormir mais um pouco.

    — Vamos, também estou... não vai se vestir? — Me olhou de cima a baixo.

     — Merda! — bufei.

   Peguei meu vestido e o coloquei de qualquer jeito. Théo se vestiu também. Pegamos tudo alí e fomos para o carro.

    — Vai querer comer aonde? — perguntou Théo.

    — Estou com a cara toda amassada, nem calcinha estou usando. Aliás, cadê minha calcinha? — Vasculhei o carro.

    — Não vi. Deixa pra lá, depois te compro outra!

    — Não precisa,que ir lá pra casa? 

    — Não quer ir pra minha? Minha irmã foi para um acampamento de futebol e só volta semana que vem. Resumindo, eu estou sozinho em casa.

     — Certo, mas vou parar em casa antes para tomar um banho e vestir algo mais confortável.

    Théo me deixou em casa. Quando entrei a primeira coisa que fiz foi ir tomar um banho quente. De banho tomado, sai com a toalha enrolada no corpo e dei de cara com minha mãe.

    — Aonde estava que não dormiu em casa?

   — Estava com o Théo... depois eu conto!! Tá bom? Tenho que me vestir!
    — Tá, sua irmã está na casa daquele amigo dela até agora..

    — Depois conversamos!! 

     Fui para o meu quarto. Vesti algo confortável, sequei mais ou menos meu cabelo com a toalha ecoloquei meus chinelos. Fui pra casa de Théo, chegando lá toquei a campainha, logo ele me apareceu com uma toalha enrolada na cintura. Que homem maravilhoso! Pensei.

    — Entra — Abriu um sorriso. Entrei a casa de Théo parecia mais organizada que antes.

    — Parece que alguém decidiu arrumar a casa!

    — Me reuni com a minha irmã um dia desses — disse fechando a porta.

   — Que bom, aqui me parece até outro lugar! 

   — Ótimo que gostou, não irie deixa-la sair daqui nem tão cedo! 

    Disse se aproximando devagar. Théo me agarrou de uma certa forma que não pude nem pensar em como me soltar. Passei minhas unhas pelas suas costas suavemente. Ele beijava meu pescoço, sua toalha já havia caído. Fizemos sexo alí mesmo. Pós sexo, eu exausta, no chão e descabelada. Théo só me olhava descaradamente, quem sabe estivesse tentando me intimidar mas fui ousada e olhei para seu membro com um olhar mais sedutor.

    — Não me olhe assim se não vou achar que você não vai querer sair deste chão hoje — Sorriu.

  Sem dizer nada, levantei mesmo nua. Pude sentir o olhar de Théo me fitar e gostei da sensação. O olhei novamente, enfim disse:
    — Vai ficar aí me olhando ou vamos comer?

    Théo levantou em um pulo, nu também.
    — Vamos comer. Só vou me vestir rapidinho.

  Enquanto Théo se vestia, preparei sanduíches para nós dois e uma jarra de suco de laranja. Quando desceu, me viu colocando a roupa.

     — tcs. Não me importo de comer apreciando sua nudez
 
     — Se eu soubesse, não teria me vestido mas agora.. — vesti a última peça — agora já foi!

  Depois de devorar aquele sanduíche, fomos para o seu quarto e caímos no sono. Acordei com ele me olhando, não consegui fazer mais nada além de abrir um sorriso.

    — Me surgiu uma dúvida..

    — Que dúvida? — perguntei franzindo a testa.

    — Não sei se você é mais bonita quando acorda ou quando está dormindo — apertou meu queixo de uma forma suave. Apenas ri sem jeito.

   — Está acordado a muito tempo?

   — Tem um tempinho só..

   Continuamos deitados. Permiti que Théo alisasse meu corpo, dormi novamente com isso. Eu estava realmente cansada, não só pelo sexo mas meu corpo de alguma forma pedia apenas cama, parecia desgastado. Acordei novamente já tarde. Théo não estava na cama. Levantei caminhando em passos lentos, havia um desenho meu dormindo em cima da cama. Peguei o mesmo e desci. Quando o vi, ele nem notou minha presença, parecia distraído com a televisão. Sentei ao seu lado e só assim ele pode me perceber alí. Sem permissão deitei a cabeça na sua perna.

    — O que está assistindo? — perguntei entre um longo bocejo.

    — Filme, se chama Uma Lição de Amor. É sobre um homem que tem idade mental de uma criança e engravida uma sem teto. No dia do parto a mulher foge deixando a criança com ele.

    — Parece interessante. Deve ser difícil pra ele criar um filho sozinho.

    — Sim, mas o legal é que ele ganha a ajuda de uns amigos que também tem problemas. É tudo muito ingênuo, o difícil mesmo é que ela fica mais inteligente que ele e vira assunto de tribunal.

    — E ele perde a guarda dela?

    — Não sei ainda, você pode ficar aqui e descobrir isso comigo — disse me fazendo um cafuné.

    — Com um cafuné desse, eu não sou capaz de recusar.

 

  

Presa ao fimOnde histórias criam vida. Descubra agora