Capitulo 02

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Fiquei alguns instantes olhando aquele bilhete e pensando sobre o que havia lido.

Daniel me colocou na cama, sozinho... eu estava pasmo por isso, porque eu deveria ter o dobro do peso dele e era muito mais alto.

E, então, fiquei revoltado com o fato do pai dele descontar as suas frustrações todas no filho...

Era abominável!

Mas então me perguntei o por que de eu só sentir isso agora, quando vinha presenciando esses acontecimentos há anos... eu tinha fodido com o Daniel e só!

Antes desse dia eu só falava um "bom dia", "boa tarde" ou "boa noite" com ele. Nada mais!

A ideia de me afeiçoar àquele garoto me irritou! Eu que não ia namorar um cara que era fodido por qualquer macho que o pai quisesse que ele fodesse!

Voltei a dormir pra acordar mais tarde com uma dor de cabeça infernal.

Era sábado e tirei folga do escritório de advocacia.

Me rolei pra fora da cama e vesti meu roupão. Me higienizei e saí de casa pra pegar o jornal.

Estava um dia levemente nublado e era um pouco tarde.

Algumas crianças brincavam pela rua e foi então que eu vi o Daniel passando com uma sacola do supermercado.

Daniel acenou pra mim e eu, atomaticamente, acenei pra ele.

Nem consegui controlar meu corpo. Meu pau inchou em poucos segundos ao lembrar da noite anterior.

Então, Daniel sorriu de maneira tão linda e tomou seu caminho e eu fiquei ali olhando-o se afastar.

Entrei em casa com um sorriso idiota pregado na minha face.

Passei o dia sem maiores acontecimentos. Me alimentei, olhei televisão e passei a maior parte do dia pensando naquele guri.

Por mais que eu tentasse me convencer do contrário, Daniel havia me despertado algo com todas aquelas atitudes na noite passada... e eu estava levemente inclinado a abordá-lo de alguma forma sobre isso tudo.

MAS...

Eu era idiota demais pra enfrentar o preconceito da sociedade.

Sim, eu era homossexual não assumido. Era um enrustido.

Tinha medo do que os outros comentariam sobre mim, então eu mantinha as aparências.

Tinha até uma "namoradinha" que eu comia de vez em quando pra que ninguém desconfiasse, mas eu gostava mesmo era de homem!

Era lá pelas oito da noite que saí pra comprar algo pra comer. Não tinha costume de sair pra baladas nem pra noitadas. Eu era fraco pra bebidas alcoólicas.

No mercado peguei algumas besteiras e passei no caixa pagar. O guri que me atendeu estava me devorando com os olhos. Sorri maliciosamente pra ele e ele correspondeu.

Talvez eu pudesse tirar algum proveito da situação...

-Noite quente, né? -ele puxou assunto enquanto passava na máquina minhas mercadorias.

-Muito! -respondi. -Mas essas são as melhores noites! Bem quentes...

-Pois é... -ele me analisava descaradamente sem nenhuma intenção de disfarçar.

Eu me considerava bonito, modéstia à parte. Eu era encorpado, com costas largas e corpo definido graças à genética, pois nunca fiz academia.

Achava um saco aquilo tudo de exercícios, então nunca fiz.

Minha pele era branca, mas um pouco bronzeada e meus olhos eram da mesma cor que meus olhos: castanhos escuros.

Então eu tinha um corpo legal. Podia seduzir esse garotinho sem problemas!

Comecei a me insinuar pra ele.

Levantava a camiseta e apertava meu pau por cima da calça. Ele percebeu minhas intenções e foi direto ao ponto:

-Quer ir lá atrás comigo, pra mim te mostrar uma coisa?

Acenti sorrindo e olhando pros lados pra ver se não havia ninguém por perto.

O segui e ao chegarmos em uma sala ele foi logo pegando no meu pau duro e o colocando pra fora.

Ajoelhou-se e foi colocando tudo na boca.

Gemi um pouco e logo ouvi ele engasgando com meu pau na garganta...

Era uma sensação estranha... ele chupava bem, mas eu não estava curtindo.

Por quê?

Ele não sabia a maneira certa de se fazer então enrolei minhas mãos no seu cabelo e impus meu ritmo.

Socava meu pau em sua boca e seus olhos lacrimejavam.

Mas algo não estava legal. Me sentia estranho. Parecia que aquele boquete não ia acabar nunca!

Quando gozei foi como se eu tivesse batido um punheta qualquer. Nada demais.

O guri engoliu minha porra e levantou-se querendo um beijo. O empurrei pra longe e saí irritado daquela pequena sala.

Peguei minhas mercadorias e fui até outro caixa.

Quando cheguei em casa, joguei as coisas na cozinha e subi pro quarto.

Foi ali, olhando o bilhete perto do meu rádio-relógio, que notei o que estava me incomodando... Daniel.

Daniel estava me tirando o sossego!

CORAÇÃO DE VIDROOnde histórias criam vida. Descubra agora