Eu iria deixar claro que nunca mais ele iria encostar no Dani! Nunca mais! O Dani era meu! Meu e eu protegia o que era meu!
Meu rosto deveria estar vermelho pela raiva que subia lenta e mortalmente até minha cabeça.
Os momentos que se seguiram pareciam passar em câmera lenta e eu não tive controle nenhum sobre meu corpo. Eu parecia possuído por um demônio maligno e vingativo.
Aquele velho asquerozo avançava para cima de nós em uma rápida velocidade. Eu sabia que seu alvo era o Dani... o MEU Dani! E ele não alcançaria seu alvo! Teria que passar por cima de mim para encostar no meu amor.
Seus passos ecoavam pela garagem do shopping e os meus começaram a ecoar assim que eu avancei na direção dele.
Que velho nojento! Pançudo, banguela, careca, bêbado e fedorento! Eu sentia o odor repulsivo mesmo de longe.
-Sai da minha frente, cara! -a voz dele era parecida com a de um suíno. Um porco! E era isso que ele era!
O que ele queria mesmo? Que eu saísse?! Quis rir... e uma risada maligna e terrível me escapou. Eu não era eu naqueles instantes.
Eu até iria respondê-lo verbalmente, mas deixei meus atos falarem por mim.
Um pouco antes de haver meio metro entre nós, meu soco atingiu em cheio o nariz dele. O som do osso quebrando encheu meu âmago de felicidade. Meu punho ardeu e eu puxei-o de novo e dei mais um soco no mesmo lugar.
Um grunhido de dor saiu daquele repugnante. Deixei-o cair no chão e colocou a mão no nariz pra estancar o sangue. Eu teria piedade dele, mas ele não teve piedade nenhuma do Dani... o guri mais perfeito que existia nessa humanidade.
Meu pé atingiu a barriga dele e eu visualizei aquele velho abusando do que era meu... chutei com raiva e ódio! Sentia meu tênis quase atravessando aquela pança, mas não parei de chutar! Cada chute minha força era duplicada e só parei quando ele vomitou uma quantidade considerável de sangue.
Ele parecia inconsciente no chão, mas eu não estava satisfeito. Eu fervilhava de raiva por dentro, enquanto as cenas do meu amor sendo maltrado por aquele velho explodiam na minha mente.
Pisei com força na perna dele e soube que havia quebrado. Ele despertou com olhos arregalados em horror e sua boca asqueroza formou um "O" mudo.
-Escuta, seu filho de uma puta! -berrei e não reconheci minha voz. Ela estava poderosa, rouca ao extremo, indomável.
Ele me olhou e vi que estava com medo. Ótimo! Era pra temer.
-Está vendo aquele menino? -apontei pro Dani, sem desviar daquele velho asquerozo.
Ele acentiu tremendo-se todo. Eu sabia que os machucados estavam incomodando-o e ele logo desmaiaria.
-Esse guri é meu! Meu! Você nunca mais vai meramente olhar pra ele, se não eu te mato! Entendeu?!
Ele fechou os olhos querendo desmaiar.
-Entendeu?! -gritei e ele despertou.
Acentiu e sussurou um "por favor".
Meu punho acertou novamente a face dele e ele caiu inconsciente no chao. Limpei com nojo na minha calça o sangue daquele imundo que imprignava minhas mãos.
Eu até ligaria pra ambulância, mas ele não merecia nada. Nem hospital... minha raiva não havia passado... eu queria matá-lo. Matá-lo!
Fiquei satisfeito de não haver câmeras naquela parte do estacionamento, então ninguém tinha visto o embate nem tinha provas visuais do acontecido. Eu era advogado! Resolveria sem problemas qualquer coisa envolvendo a lei!
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CORAÇÃO DE VIDRO
RomanceEssa história foi postada originalmente na Casa dos Contos pelo perfil: LeonL. E eu decidi postar aqui para facilitar o acesso a essa incrível história. Todos os direitos reservados ao autor citado acima. Link do perfil: http://www.casadoscontos.com...