Capitulo 12

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Fiquei olhando para a porta fechada alguns instantes assim que meu pai saiu.

Como o destino era filho da puta com algumas pessoas.

Jonas conheceu Marli em um evento social. Ele era de uma família muito importante e rica, que mais tarde veio a falir e Marli era de uma família completamente falida que só tinha o status para sobreviver.

Com sua grande falsidade ela fez Jonas se apaixonar e, mais tarde, se casaram. Dois filhos foram o fruto desse casamento. Meu irmão e eu.

Sempre lembrei da minha mãe como uma tirana filha da puta! Eu a odiava desde sempre!

Há mulheres que não nascem pra serem mães e Marli era uma delas! Só sabia dar ordens, gritar e empunhar seu chicote imaginário nas nossas costas quando tínhamos algum deslize. Eu, principalmente, fui criado pelos empregados da casa. Ela jamais me pegou no colo, com exceção a primeira vez que nos vimos: no meu parto. Nunca me deu um abraço (a não ser pra posar nas fotos dos jornais).

Meu pai seguia essa mesma diretriz, pra não desagradá-la.

Aprendi a não ter raiva dele e sim pena. Ele era uma boa pessoa!

Logo que minha vó, aonde a família encontrava sustento, morreu e deixou a herança pra mim e minha prima, dei um jeito de mandá-los pro inferno e sair de casa.

Ja não os suportava mais! Bando de parasitas! Venenosos! Com exceção da minha prima, eu e meu pai, eram todos iguais.

Perdi contato com Margareth, minha prima, depois que ela se mudou do pais pra abrir seu negócio de perfumes no exterior. Mas sempre mandamos cartas e presentes de comemoração um pro outro.

Ela era minha única amiga.

-Senhor Lopes? -senti uma mão no meu braço e então notei o quão tenso eu ainda estava depois do embate com minha família.

Ao ouvir a voz do Dani, meu corpo recebeu uma carga impressionante de relaxamento. Parecia que pude respirar depois de prender o fôlego por longos minutos.

Me virei pra olhá-lo e ele me encarava com a testa franzida, a preocupação estampada na sua face.

-Está tudo bem?

Acenti devagar e o peguei no colo.

-Vai ficar melhor agora!

Beijei seus lábios com paixão e um pouco de desespero. Minha língua adentrava a boca dele tomando tudo! Eu o desejava! O queria da maneira mais primitiva possível! E, com certeza, aquele beijo o mostrava isso.

Separei os lábios dele um pouco pra tomarmos ar e aproveitei pra beijar e cheirar o pescoço dele. Era quase impossível crer que o cheiro dele continuava maravilhoso depois de um banho de mar.

Subi rapidamente as escadas, com ele ainda no meu colo, e entrei na suíte principal. Estava do mesmo jeito que eu havia deixado da última vez que estivera ali.

-Que lindo aquele quadro! -o Dani exclamou, quando varreu o quarto com os olhos.

Saiu do meu colo e correu até a parede aonde estava pintado uma chalé no bosque, várias árvores e um pequeno rio.

-É lindo. -ele admirou, passando a mão delicadamente pelos contornos. -Quem pintou?

-Não sei. -admiti, me aproximando. -Apenas o comprei em uma exposição que teve aqui nessa cidade, a um tempo atrás.

-Não é muito original, mas é verdadeiro tudo que transmite. -ele comentou com um tom meio profissional que me fez rir. -Vou pintar um quadro especialmente para colocar na sua casa. Posso?

CORAÇÃO DE VIDROOnde histórias criam vida. Descubra agora