Capitulo 13

1.8K 196 6
                                    

O Dani ainda dormia quando levantei da cama. Vesti um roupão e desci pra cozinha para cozinhar algo pra comermos.

Depois da maratona de sexo com o Dani não havia mais nada que me incomodasse. Nem família, nem trabalho, nem qualquer preconceito. Eu o amava satisfazê-lo e, me satisfazer dele, era mais que perfeito.

Preparei sem pressa umas batatas-fritas e corri rapidinho no mercado comprar refrigerante.

Tive tempo de tirar do carro o material de pintura dele e deixar na varanda pra que ele pintasse ao ar livre.

Quando terminei de salgar as batatas, ouvi meu celular tocar no andar de cima. O barulho irritante ecoava em alto e bom som.

Praguejei alto, ao lembrar que meu celular estava na calça, que estava no quarto aonde o Dani dormia. Provavelmente havia o acordado. Subi correndo até o quarto, aonde o Dani segurava meu celular, com um cara sexy de quem acordou faz pouco tempo.

-Tá tocando. -ele bocejou e sorriu. -Mas isso é meio óbvio.

Eu ri.

-Se você estiver com fome, tem batatas e refrigerante. Vou ali no escritório atender e já desço.

Beijei seus lábios e fui pro escritório.

-Homero Lopes. -atendi secamente.

O escritório era outra parte da casa que continuava da mesma maneira que eu havia deixado. Havia algo meio... meio frio ali. Precisava de mais cor.

-Lopes, temos um problema! -meu assistente, Fernando Aguiar, anunciou.

Suspirei.

-Então resolva! -respondi, irritado. -Sabe que estou de ferias! Não venha me dizer que os caras da reunião de hoje se recusam a...

-Você está em um site online de fofocas beijando um cara. -ele me cortou.

-Como? -alterei levemente minha voz.

Eu havia ouvido errado, com certeza.

-A matéria é a seguinte: "Homero Lopes, um dos herdeiros das grandes empresas de calçados LOPES, é flagrado aos beijos com garoto misterioso".

Ele fez uma pausa, pois sabia que eu precisava desse tempo pra absorver a notícia.

-Diga que você está brincando comigo. -coloquei a mão na cabeça, em desespero. -Puta que pariu! Fernando, puta que pariu! Vou processá-los! Vou acabar com a raça desses merdas!

Caí na cadeira do meu escritório e rosnei. A imprensa havia parado de me perseguir fazia anos! Por que voltaram agora?!

-Homero, isso não é bom. -a voz de fernando estava cautelosa. -Os acionistas podem cair fora por causa disso e os nossos clientes também. Você sabe exatamente o tipo de discriminação que homossexuais sofrem.

-Eu sei! -gritei irritado. Suspirei. -Eu sei. -repeti nem suspiro.

Minhas empresas poderiam ir por água abaixo! Isso era o fim pra mim! Com certeza os acionistas e clientes vazariam ao perceber que um homossexual estava no controle de tudo.

Era uma realidade triste! Mas de qualquer forma, minha realidade!

Então num estalo lembrei da minha mãe... de como diversas vezes ela me subornou.

Arregalei os olhos.

-Filhos da puta! Malditos parasitas imundos!

Havia sido por isso que minha família apareceu aqui hoje. Pra me subornar com aquela matéria! E logo quando não aceitei a presença deles e descartei qualquer possibilidade de suborno, eles fizeram questão de liberar a matéria pra primeira revista que quisesse. Seja online ou não! Queriam mesmo era me foder!

CORAÇÃO DE VIDROOnde histórias criam vida. Descubra agora