Our Secret ➾ catthew

Four

Matthew Espinosa POV

–Matt, por favor, volta pra vida e me conta porque está assim. –Stass disse enquanto acariciava meu cabelo, estávamos deitados na minha cama a mais de uma hora.

Eu tinha a chamado para me ajudar em alguma coisa em relação ao Carter.

Maggie seria a melhor pessoa para conselhos, mas não seria legal falar com ela que seu namorado me beijou.

Então chamei Stass para o me ajudar a pensar melhor.

-Isso soa tão estranho quando pronuncio. Não faz sentido nenhum. –falei me sentando na cama em forma de índio e vi Stass fazendo a mesma coisa.

–O que não faz sentido Matt? Me explica. –falou

–Ai meu Deus. –respirei fundo. –O Carter me beijou. –olhei para ela, já que antes meus olhos estavam vidrados no abajur que ficava ao lado da minha cama. –Duas vezes.

–ELE TE BEIJOU? CARTER? CARTER REYNOLDS? O OLHO PUXADO? O ORIENTAL? DUAS VEZES? QUANDO? ONDE? COMO? JESUS. -falou gritando e me assustando.

Assenti com a cabeça.

–Sim, o Carter, meu melhor amigo. -passei a mão pelo cabelo. –A primeira vez foi no dia da festa da Rebecca. Depois que você e Mag foram embora, nós dois ficamos mais um pouco, depois decidirmos ir embora também, e como ele me trouxe, ele me levaria embora.

O caminho todo foi em silêncio, Carter parecia em outro lugar vamos dizer. Depois que ele me deixou em frente a minha casa, eu entrei e subi para o meu quarto. Minutos depois eu ouvi a campainha, então desci para ver quem era, abri a porta e ele estava lá pardo em frente, eu perguntei para ele se estava bem, e em vez de me responder, ele me beijou, e eu correspondi e depois do beijo, ele saiu correndo e sumiu da minha frente com o carro. –respirei fundo e continuei. –E hoje depois de me contar que viu a Mag traindo ele e matarmos todas as aulas praticamente, eu o levei para a casa e quando ele tava saindo do carro, ele me deu um selinho e saiu correndo de novo. –suspirei pesadamente depois de falar tudo rapidamente.

–Nossa. Isso é muito louco. –colocou uma mecha de sua franja atrás da orelha. –Eu sempre duvidei de você, pois você tem muito cara de viado. –olhei incrédulo, estava pronto para retrucar, mas ela colocou a mão em minha boca antes. –Não adianta falar nada, é a verdade. –falou e tirou a mão em minha boca. –O oriental não tem cara de gay, na verdade, mais ou menos, mas nunca iria imaginar que ele te beijaria. –olhou para baixo e continuou. –Eu sabia que Mag estava traindo o Carter, mas não falei nada. Na verdade, ela me contou. E eu não acho certo o que ela estava fazendo com ele. Por isso dei uma dura nela e ela me disse que terminaria com ele hoje. –falou com um meio sorriso.

–Eu não sei o que falar. Minha cabeça 'tá latejando. Eu não sei o que pensar mais. Como isso é complicado. -falei em meio a sussurros.

–Não fica assim Matt, se sabe qualquer coisa estou aqui. Pra tudo, você sabe. –Disse me puxando para deitar em seu colo e assim fiz, então começou um carinho em meus cabelos. –Eu sou péssima para conselhos e você sabe disso. Mas o que te digo é pense bem, mas bem mesmo e deixe rolar. Nossa como sou realmente ruim para conselhos. –concordei e recebi um tapa na testa. Suspirou e deixando o quarto em silêncio. –Desculpe, mas eu sei que você não gosta de garotas e também sei que você sente alguma coisa pelo oriental, só você que não notou. Eu te conheço muito bem, por isso sei disso e não adianta desmentir, por que é verdade. –levantou minha cabeça, me fazendo sentar e em seguida se levantou e pegou seu celular ao lado do abajur e colocou no bolso do seu moletom. –Agora te deixo aqui sozinho para pensar, mas não pense muito, pois sua cabeça poderá explodir, ela não aguenta muita pressão. –mostrei o dedo do meio e recebi um abraço e beijo no rosto, e a vi saindo do meu quarto e fechando a porta.

Joguei-me na cama e passei as duas mãos pelo rosto e suspirei na tentativa de me acalmar.

xxx

As horas pareciam não passar, eu estava a mais de horas deitado em minha cama, meus pensamentos iam para todo lugar.

Levantei-me e sai do quarto e indo para a cozinha. Abri os armários e vi que não tinha quase nada para comer. Decidi ir para o supermercado comprar comida, já que minha mãe não voltará tão cedo para cá e eu tenho que me alimentar.

Subi as escadas e fui para o meu quarto pegar minha carteira e meu celular, depois que peguei, desci as escada e sai porta fora.

Caminhava tranquilamente a rua molhada por causa da chuva que caiu a poucas horas, enquanto via crianças voltando para suas casas, depois de um dia cansativo nas escolinhas apenas pintando desenhos infantis, o que me deixa com saudades da minha infância e inveja por fazerem quase nada no colégio, pois não existe física para eles.

Notei que meu celular vibrava a todo instante. Peguei-o do meu bolso e o desbloqueando, tinha 20 mensagens, e cada mensagem era de uma pessoa diferente, mas com o mesmo assunto "O Casal do ano, Carter e Maggie terminaram, após a uma foto que foi vazada no grupo do colégio" e logo abaixo tinha o anexo da foto, onde tinha Mag e Cameron se agarrando no banheiro masculino do colégio, ela sentada na pia sem camiseta e Cam entre suas pernas, também sem camiseta.

Balancei a cabeça negativamente e mudei totalmente meu rumo, agora iria para casa de Carter.

Caminhei dando passos largos, a cada passo que dava parecia que ficava mais distante, olhava as mensagens no meu celular vendo o que as pessoas diziam sobre o "casal do ano". O pior era que eles riam de Carter, de como ele é burro por não ver que estava sendo traído. Deixando-me ainda mais com raiva deles.

O fato é que ninguém viu ou via. Nunca ninguém iria desconfiar sobre os dois.

Cameron vivia falando o quanto ela era vadia, e que não a merecia. Eu não concordava com ele e nem os meninos. Ela sempre foi minha amiga, e dos meninos também, e ela não seria capaz de trair Carter.

Ou pensava, pois ela é sim capaz de traí-lo.

E Cameron também.

De longe avistei a casa de Carter e acelerei ainda mais meus passos. Agora a cada passo que dava, a casa ficava mais perto.

Em frente a casa, caminhei até a porta. Guardei meu celular que ainda vibrava em bolso e depois passando minha mão pelo meu cabelo.

Levei minha mão até a campainha e apertei. Não ouvi ruídos nenhum e apertei a campainha novamente. Ouvi um "já vai" e fazendo meu coração acelerar, respirei fundo e ouvi a porta sendo destrancada e logo após sendo aberta. Olhei para Carter em minha frente.

–Oi.