I don't know

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Matthew Espinosa POV

Uma semana depois.

—Se você se sentir mal, me avisa ou liga para sua mãe. —Carter falou quando me parou em frente ao colégio. —Ok?

—Ok. —fiz positivo com a mão. —Agora vamos entrar, pois já bateu o primeiro sinal. Andei quando o vi concordar e se por ao meu lado.

Caminhei calmamente pelo corredor com Carter e estranhei todas as pessoas paradas no corredor olharem para mim, alguns com cara de reprovação, nojo, sorrindo e outros olhando de cima a baixo e logo virando a cara.

Olhei para o lado e vi Carter com expressão de confusão igual a minha. Ele deu de ombros e se despediu de mim quando paramos em frente a sua sala.

Continuei meu caminho até a sala. E até chegar ao meu destino, eu sentia os olhares queimando minhas costas. Eu tentava de toda maneira ignorar os olhares das pessoas. E tentava pelo menos, entender o que acontecia, o porquê de olharem para mim daquele jeito.

Entrei na minha sala e nada foi diferente, e me senti totalmente –praticamente- nu quando todos olharam para mim, me fazendo parar durante alguns segundos na porta da sala. Tentei ignorar e andei até a minha carteira, onde felizmente era junto à do Aaron, que olhava para mim e sorria mínimo.

—Oi. —falei sorrindo e sendo respondido igual. —Não querendo ser chato, mas porquê as pessoas estão me olhando?

Aaron ficou em silencio durante alguns segundos e olhou para todos os lados menos para mim, me deixando com uma interrogação encima da cabeça. Ele mordia os lábios a todo o momento.

—Eu não sei como te falar... —falou e se virou, ficando completamente de frente para mim. Pegou seu celular do bolso e mexeu nele e logo virou o aparelho para mim. —Eu tentei de todo jeito desmentir e falar que as acusações eram falsas e, por favor, não ache que fui eu que fiz, pois não. Você sabe que eu não seria capaz de fazer isso com você. E também quero dizer que eu não contei para ninguém, nem para meu diário. Se quiser saber.

Olhei para ele confuso e como em câmera lenta peguei o celular de sua mão e foquei nas mensagens e fotos. Meus pensamentos, minha mente se embaralhou, eu paralisei no lugar, não me mexia, não falava, e me perguntava como se respirava.

Quando voltei ao normal, Aaron me chamava e me balançava. Meu corpo estava gelado, minha respiração começando a desregular. Olhava para meu amigo a minha frente sem reação, eu tentava falar, abrir a boca, mas nada saia.

—Eu sabia, eu sabia que não devia ter te falado. —Aaron falou baixo e desesperado enquanto guardava seu celular no bolso de seu casaco. —Quer sair daqui?

Mexi a cabeça em concordância e só vi quando ele me ajudou a levantar e pegar minha bolsa, e saímos no meio da aula com o professor reclamando pela nossa falta de educação.

[...]

—Como... Que isso aconteceu? Como? Quem? Quando? Por quê? —falei enquanto colocava minhas mãos em minha cabeça e sentava na arquibancada.

—Eu não sei direito. —Aaron falou com a voz baixa. —Quando eu acordei no sábado, já estava a "noticia" no jornal da escola e em todos os grupos da escola. Eu tentei tirar e desmentir, mas eles me baniram. Ainda mais quando os meninos são do jornal e mandam naquela bosta.

—Que merda. —falei e grunhi de raiva. —Como é que eles descobriram? Pois se não foi você, quem foi? E quem sabia? E como será que o Carter 'tá? Ai meu deus, minha cabeça vai explodir daqui a pouco.

—Relaxa. —falou colocando uma mão em meu ombro. —Eles podem ter postado que você é gay, fotos de você beijando o Carter e tudo mais, mas eu digo, não deixe levar. Se você "fingir" que isso não te atinge, eles não irão comentar e nem fazer nada.

—É hoje o dia do término do meu relacionamento. —ri amargo. —Eles vão encrencar com ele.

—Vão não. Pois ninguém sabe que o menino que você ta beijando é o Carter, eles acham que são varias pessoas, menos ele. —ouvi o sinal bater e nem me importei de sair dali. —Eu sou o único que sabe sobre vocês dois. Ninguém desconfia que Carter, o macho alfa dessa escola seja o menino da foto.

Ri e fechei os olhos durante alguns segundos. E só abri quando ouvi vozes de pessoas que indicavam que estavam na quadra. Observei os alunos e só despertei de meus pensamentos quanto senti alguém sentar ao meu lado. Olhei para lado e encontrei Carter me olhando com medo. Se eu não estivesse nervoso sobre o que ele estava pensando no momento e sobre o que ele iria dizer, eu riria.

—Vou achar o que fazer. Tchau. —nem dei atenção pro Aaron, pois a minha mente tentava funcionar.

—Eu fiquei sabendo do que está rolando no colégio. —virei minha cabeça e passei a fitar meus sapatos. —Eu to confuso, eu não sei o pensar direito. Eu queria dizer pra você que tudo ficará bem e tal, mas eu to com medo. Morrendo de medo. Eu agora queria te abraçar, mas eu to sei lá.

Soltei uma risada baixa e levantei minha cabeça para olhar as pessoas jogando na quadra.

—Eu te entendo.

—Desculpa. —ele disse rápido e saiu dali, indo para qualquer lugar.

[...]

Parei de encarar a parede do meu quarto quando a porta do mesmo foi aberta e da lá passou um ser de estatura mediana e de descendência asiática. Olhei para ele que tinha parado na metade do caminho e olhava para mim sem expressar nenhuma reação.

—Você 'ta bem? —perguntou e tocou meu rosto e passou a observar meus hematomas que já estavam sarando. —Fiquei preocupado, escutei que alguns meninos queriam te bater no final da aula. E por que saiu mais cedo?

—Não sei... Não sei de nada. —o respondi e dei uma risada fraca e amargurada. —Eu não sei.

Falei e comecei a chorar logo depois, meu choro era silencioso e doloroso. E chorei mais ainda quando senti Carter me abraçar, sua mão em meus cabelos e seus lábios em meu ouvido sussurrando para que eu parasse de chorar.

E só parei de chorar quando minha mãe apareceu no quarto e me ajudou a me acalmar. Ela falava frases que toda mãe fala e que incrivelmente ajuda e acalma. Agarrei sua mão e apertei a mesma.

—O que aconteceu meu filho? —ela perguntou e eu quis chorar, eu estava muito sentimental naquele momento. Comentei tudo o que estava rolando, e contei a parte que não tinha revelado, de quando apanhei na semana passada.

Minha mãe fungava baixinho, tentando passar despercebida por mim, mas não deu certo. Ela pediu desculpas e eu nem sabia o motivo. E ver minha mãe chorando me fez me sentir mais fraco que estava.

—Eu te amo do jeito que é, mas eu como mãe sofro por ver você ser humilhado por uma coisa boba como essa. Desculpa.

Ela ficou, mas alguns minutos abraçada a mim e logo depois saiu quando minha avó que até o momento estava no quarto vendo tudo, a chamou para ir lá embaixo.

—Eu quero te pedir desculpa por ter feito algo te magoar, e falar que qualquer coisa que aconteça, eu estarei ao seu lado. —Carter falou e se ajoelhou em minha frente e puxando meu rosto para o olhar. —Vou te ajudar, te cuidar e bater em quiser te bater. E me desculpa por agir daquele e agir que nem uma criança antigamente, me desculpa. Eu te amo.

Fechei os olhos, não sabendo o que responder para ele e só abri quando senti um beijo sendo depositado em meus lábios. Levei minhas mãos ao seu pescoço e puxei seu rosto para perto do meu. E depositei beijos leves ao seu rosto antes de beijar seus lábios e aprofundar o beijo que eu ansiava. E depois do beijo ser partindo, continuou a falar.

—Eu me arrependo de ter pedido para que não falássemos para ninguém o que tínhamos, mentir para nossos amigos e parentes. Eu me arrependo. Eu me arrependo de ter feito o que eu fiz com fiquei com a Ailee, te ignorei e agi infantilmente. Me perdoa. Ainda mais por não estar ao seu lado quando precisou. Eu te amo muito, e mesmo que todos estejam contra nós, estarei contigo.

Não respondi apenas o beijei novamente. Saber que ele se arrependia e estaria ao meu lado me fez me sentir melhor.

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