Five

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Entrei em sua casa quando Carter se afastou, ele indicou com a mão em direção ao sofá então fui para lá e me sentei. Carter fechou a porta e se ajuntou a mim no sofá. 

Ele sentou de qualquer jeito e começou a olhar o nada. Perdido no seu próprio mundo. Eu observava todos seus movimentos, mesmo que fosse quase nada. Suas expressões, sua respiração, sua boca, é melhor eu parar.

Meu celular vibrava que nem louco, o peguei e desbloqueei, vendo as últimas mensagens. Cliquei no vídeo que me mandaram repetidamente e abri a boca sem acreditar.

Quando soou a risada da Mag na sala, Carter saiu de seu mundo e me olhou e logo abaixou a cabeça, passando a mão pelo seu cabelo. 

Sei que Carter é otário, mas fazer um vídeo já é demais. Olhei as mensagens que continha comentários sobre o vídeo. E todos eles falavam mal do Carter. 

Sei que ele foi otário, burro, trouxa, mas não precisava falar isso sobre ele.  Desliguei o celular e guardei. Endireitei-me no sofá e fechei os olhos quando me encostei ao sofá.

–Foi a Mag que postou o vídeo para todo mundo ver. –abri os olhos. –Pra ela sair de inocente.

Olhei para ele, que me observava atentamente.

–Eu realmente não sei o que dizer. –respirei fundo. -Não sei quem está certo e quem está errado. –me aproximei dele. –Na verdade nem me importa. Nem ligo de quem seja a culpa. Mas que foi errado foi. 

A conversa se encerrou ali. Ninguém falava nada. Só ouvia as vozes da TV, que nem prestei atenção. Minha cabeça estava uma euforia. Não sabia o que pensar, falar, fazer. Nada.

–Acho que estou apaixonado. –olhei novamente para ele. –Só que é errado. Ninguém aceitaria. Na verdade, eu mesmo não estou aceitando isso. Pra mim é errado, muito errado. Eu não sei o que eu faço.

–Huum. –Eu não sabia o que dizer. Depois que ouvi, perdi as esperanças que eu tinha.

–Hum? Só isso você vai dizer? Mais nada? –concordei com a cabeça.

–Você quer que eu diga o que? Se resolva sozinho. –dei de ombros. Rindo logo após, o fazendo rir também.

–Obrigado pela consideração. Amigos de verdade sempre ajudam. 

–Verdade. –fiz um positivo com a mão. –Quando precisar é só chamar.

Mexeu a cabeça em negação e se levantou, indo para a cozinha.

Eu olhava fixamente para a parede a minha frente. E no momento eu não pensava em nada.

Vi Carter sair da cozinha com um pote de pipoca e duas latinhas de refrigerante.

–Vamos lá pro quarto. Lá é melhor.

Me levantei e o segui, subi as escadas e entrei em seu quarto.

Seu quarto continuava do mesmo jeito, igualzinho a anos atrás. As paredes tinha a cor de cinza. A sua cama estava centrada no meio do quarto. E na frente continha a TV, e um monte de porra que não me importa.

Me sentei na cama e tirei o sapato e me deitando na mesma.

–Mas essa pessoa já é folgada. Meu deus. –riu balançando a cabeça e colocou as coisas na escrivaninha ao lado.

–Fazer o que? Nasci assim. -dei uma picadinha e me cobri.

–O que eu fiz para merecer isso? Me diga jesus. –falou olhando para cima.

–Nasceu. -falei rindo. –EI! Eu to brindando. –falei quando recebi uma pipoca na cara.

–Ah cala boca. -mostrou o dedo. –Chega pra lá. –falou quando se deitou na cama e se endireitando.

Me arrumei e ele fez o mesmo. Colocou o pote de pipoca no meio de nós dois e deu uma latinha de refrigerante para mim e pegou a dele.

Carter pegou o controle e ligou a TV, no momento começa um filme qualquer, que depois descobri que se chama "Busca Implacável". Como já tinha assistido ao filme, nem me importei em prestar atenção, diferente do Carter.

Quando a pipoca acabou, junto com o refrigerante, ele tirou o pote do meio de nós e colocou na escrivaninha novamente. Fazendo nós dois ficarmos mais próximos. Para ele parecia não ser nada. Então, tentei me focar no filme, que continuava chato.

Senti a mão de Carter pegar na minha. Fazendo meu coração acelerar. Tentei não mostrar desconforto, e estava conseguindo.

As nossas mãos se entrelaçaram. Eu queria fechar os olhos e sentir o carinho que ele fazia. Mas não fiz isso. Por impulso apertei sua mão, o que instantaneamente fez ele sorrir.

Ele chegou mais perto, me fazendo ouvir sua respiração descompensada. 

Virei o rosto, seu rosto estava a poucos centímetros do meu.  Ele me olhava atentamente. Passei a língua pelos meus lábios, o fazendo dar uma risadinha, ri junto.

E em poucos segundos, senti seus lábios no meu.  Logo ele pediu passagem com a língua, que foi rapidamente cedida por mim.

Nossas línguas guerreavam por um espaço. O ar se fez necessário e então nos se separamos. Desgrudei de seus lábios com um sorriso estampado em minha cara. Não diferente da sua.

Parti para o outro beijo. Coloquei a mão em sua nuca e fazendo se deitar  totalmente na cama. Subi em cima dele, colocando cada perna em cada lado de seu corpo. 

O beijo estava cada vez mais intenso. Suas mãos começaram a passear pelo meu corpo por debaixo da camisa, me fazendo arrepiar.

Parti o beijo e olhei fixamente para ele e sorrindo. Ele levou sua mão para meu rosto e me segurando pelo queixo.

–Eu não acho que estou apaixonado. 

–Não? –perguntei.

–Não. Eu tenho certeza.

E então a fixa caiu. Sorri mais ainda. E de novo começou outro beijo.


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