Entrei em sua casa quando Carter se afastou, ele indicou com a mão em direção ao sofá então fui para lá e me sentei. Carter fechou a porta e se ajuntou a mim no sofá.
Ele sentou de qualquer jeito e começou a olhar o nada. Perdido no seu próprio mundo. Eu observava todos seus movimentos, mesmo que fosse quase nada. Suas expressões, sua respiração, sua boca, é melhor eu parar.
Meu celular vibrava que nem louco, o peguei e desbloqueei, vendo as últimas mensagens. Cliquei no vídeo que me mandaram repetidamente e abri a boca sem acreditar.
Quando soou a risada da Mag na sala, Carter saiu de seu mundo e me olhou e logo abaixou a cabeça, passando a mão pelo seu cabelo.
Sei que Carter é otário, mas fazer um vídeo já é demais. Olhei as mensagens que continha comentários sobre o vídeo. E todos eles falavam mal do Carter.
Sei que ele foi otário, burro, trouxa, mas não precisava falar isso sobre ele. Desliguei o celular e guardei. Endireitei-me no sofá e fechei os olhos quando me encostei ao sofá.
–Foi a Mag que postou o vídeo para todo mundo ver. –abri os olhos. –Pra ela sair de inocente.
Olhei para ele, que me observava atentamente.
–Eu realmente não sei o que dizer. –respirei fundo. -Não sei quem está certo e quem está errado. –me aproximei dele. –Na verdade nem me importa. Nem ligo de quem seja a culpa. Mas que foi errado foi.
A conversa se encerrou ali. Ninguém falava nada. Só ouvia as vozes da TV, que nem prestei atenção. Minha cabeça estava uma euforia. Não sabia o que pensar, falar, fazer. Nada.
–Acho que estou apaixonado. –olhei novamente para ele. –Só que é errado. Ninguém aceitaria. Na verdade, eu mesmo não estou aceitando isso. Pra mim é errado, muito errado. Eu não sei o que eu faço.
–Huum. –Eu não sabia o que dizer. Depois que ouvi, perdi as esperanças que eu tinha.
–Hum? Só isso você vai dizer? Mais nada? –concordei com a cabeça.
–Você quer que eu diga o que? Se resolva sozinho. –dei de ombros. Rindo logo após, o fazendo rir também.
–Obrigado pela consideração. Amigos de verdade sempre ajudam.
–Verdade. –fiz um positivo com a mão. –Quando precisar é só chamar.
Mexeu a cabeça em negação e se levantou, indo para a cozinha.
Eu olhava fixamente para a parede a minha frente. E no momento eu não pensava em nada.
Vi Carter sair da cozinha com um pote de pipoca e duas latinhas de refrigerante.
–Vamos lá pro quarto. Lá é melhor.
Me levantei e o segui, subi as escadas e entrei em seu quarto.
Seu quarto continuava do mesmo jeito, igualzinho a anos atrás. As paredes tinha a cor de cinza. A sua cama estava centrada no meio do quarto. E na frente continha a TV, e um monte de porra que não me importa.
Me sentei na cama e tirei o sapato e me deitando na mesma.
–Mas essa pessoa já é folgada. Meu deus. –riu balançando a cabeça e colocou as coisas na escrivaninha ao lado.
–Fazer o que? Nasci assim. -dei uma picadinha e me cobri.
–O que eu fiz para merecer isso? Me diga jesus. –falou olhando para cima.
–Nasceu. -falei rindo. –EI! Eu to brindando. –falei quando recebi uma pipoca na cara.
–Ah cala boca. -mostrou o dedo. –Chega pra lá. –falou quando se deitou na cama e se endireitando.
Me arrumei e ele fez o mesmo. Colocou o pote de pipoca no meio de nós dois e deu uma latinha de refrigerante para mim e pegou a dele.
Carter pegou o controle e ligou a TV, no momento começa um filme qualquer, que depois descobri que se chama "Busca Implacável". Como já tinha assistido ao filme, nem me importei em prestar atenção, diferente do Carter.
Quando a pipoca acabou, junto com o refrigerante, ele tirou o pote do meio de nós e colocou na escrivaninha novamente. Fazendo nós dois ficarmos mais próximos. Para ele parecia não ser nada. Então, tentei me focar no filme, que continuava chato.
Senti a mão de Carter pegar na minha. Fazendo meu coração acelerar. Tentei não mostrar desconforto, e estava conseguindo.
As nossas mãos se entrelaçaram. Eu queria fechar os olhos e sentir o carinho que ele fazia. Mas não fiz isso. Por impulso apertei sua mão, o que instantaneamente fez ele sorrir.
Ele chegou mais perto, me fazendo ouvir sua respiração descompensada.
Virei o rosto, seu rosto estava a poucos centímetros do meu. Ele me olhava atentamente. Passei a língua pelos meus lábios, o fazendo dar uma risadinha, ri junto.
E em poucos segundos, senti seus lábios no meu. Logo ele pediu passagem com a língua, que foi rapidamente cedida por mim.
Nossas línguas guerreavam por um espaço. O ar se fez necessário e então nos se separamos. Desgrudei de seus lábios com um sorriso estampado em minha cara. Não diferente da sua.
Parti para o outro beijo. Coloquei a mão em sua nuca e fazendo se deitar totalmente na cama. Subi em cima dele, colocando cada perna em cada lado de seu corpo.
O beijo estava cada vez mais intenso. Suas mãos começaram a passear pelo meu corpo por debaixo da camisa, me fazendo arrepiar.
Parti o beijo e olhei fixamente para ele e sorrindo. Ele levou sua mão para meu rosto e me segurando pelo queixo.
–Eu não acho que estou apaixonado.
–Não? –perguntei.
–Não. Eu tenho certeza.
E então a fixa caiu. Sorri mais ainda. E de novo começou outro beijo.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Our Secret ➾ catthew
Fanfic-E agora? O que acontece com a gente? -falei com a voz baixa. -Não contaremos para ninguém. -respirou fundo. -Desculpa, mas não quero que ninguém saiba sobre nós. Não estou pronto para falar para todos que tenho um relacionamento com um menino, e q...