No to sleep

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Matthew Espinosa POV

Olhei pela milésima vez olhei no relógio da biblioteca e bufei frustrado, pois nem três minutos tinha se passado.

Eu esperava ansiosamente para chegar em casa e perguntar o que tinha acontecido na hora da saída do colégio para Carter. Pois o mesmo tinha apenas me deixado em frente à biblioteca para trabalhar e saiu falando que tinha um presente para mim quando eu chegasse em casa.

Esse menino tava mais complicado que equações de física. Olhei para menina que entrava no meu local de trabalho e achei fofa quando sorriu tímida e praticamente correu para uma das prateleiras sobre comédia românticas. Fiquei olhando pra onde ela tinha passado e ficando um tempo olhando para o mesmo lugar. Eu tava tão perdido em algum lugar que nem notei quando a menina se colocou em frente ao balcão segurando um livro rente ao peito.

—Oi, posso ajudar? —perguntei quando despertei e dei um sorriso sem graça.

—To procurando um livro... Ele se chama Depois de você, se não me engano. —disse baixo, e se não tivesse tudo silencioso, eu não teria escutado.

—Você irá comprar ou alugar? —perguntei olhando para a mesma, e vendo ela se encolher timidamente e desviar o olhar de mim.

—Quero comprar, se possível. —falou um pouco mais alto.

—Pra comprar, só aqueles livros que estão na prateleira 22. —disse apontando pra onde. —E se não me engano, esse livro 'tá na fileira cinco.

Falei e vi a menina agradecer bem mais baixo e sair andando rápido até onde eu tinha lhe dito. Olhei novamente para o relógio e sorri ao ver que tinha apenas mais meia hora de trabalho. Mandei uma mensagem avisando que quase já iria ir embora para Stassie, já que a mesma tinha me ligado três vezes, mas eu não podia atender.

Anotei no computador as entregas recebidas e não recebidas e livros que tinham sido vendidos e alugados. E novamente não notei a menina parada em frente ao balcão.

—Eu vou levar esse aqui. —disse e estendeu a mão com o livro pra mim. Peguei de sua mão e fiz tudo que tinha que fazer e coloquei o livro na sacola e logo entregando para ela que pegou e me entregou o dinheiro que eu havia lhe dito. Devolvi o troco e me despedi da mesma quando ia em direção à saída.

Olhei para o horário no canto superior do computador e vi que faltavam quinze minutos. Me levantei de onde estava sentado e fui até as mesinhas que tinhas livros abertos e espelhados pela as mesas, já que alguns estudantes tiveram estudando ali na tarde.

Recolhi todos e os guardei em seus lugares. E logo depois peguei a vassoura e varri toda a biblioteca. Guardei tudo que tinha que ser guardado e salvei os arquivos do computador antes de desliga-lo. Peguei minha bolsa embaixo do balcão e coloquei em meu ombro e comecei a andar em direção a porta de saída, onde eu já enxerguei meu chefe chegando para fechar tudo.

—Pensei que chegaria tarde novamente, mas vejo que consegui chegar no horário da sua saída. —falou sorridente. Desejei uma boa tarde pra ele e entreguei a chave da biblioteca em sua mão. —Tenha uma boa tarde, menino.

Disse e entrou na biblioteca, o respondi um pouco alto, já que eu estava lá fora. Caminhei calmamente, indo em direção a minha residência.

E durante a caminha eu sentia um pouco de medo, já que da ultima vez que tinha passado sozinho naquela rua eu fui parar no hospital. Peguei o fone de ouvido e conectei no celular, e passei a ouvir musica enquanto não chegava em casa. E vendo a calçada da minha casa, tirei o fone e guardei em minha bolsa, junto ao celular.

Abri a porta principal e entrei em casa, pensei em gritar anunciando minha chegada, mas vi que a casa estava muito silenciosa. Dei de ombros e fui em direção à escada, para ir ao meu quarto.

Larguei a mochila no chão quando cheguei ao quarto e encontrei Carter deitado e dormindo, ele tava todo bonitinho encolhido no meio da cama. Caminhei com passos lentos e tentando ao máximo para não fazer barulho e acorda-lo.

Sentei na beirada da cama e tirei meu tênis e minha blusa, que era pesada demais, ficando com a camiseta debaixo. Tirei o celular da sua mão e coloquei na cômoda. E me deitei ao seu lado, passando meu braço direito ao redor de seu corpo e dando leves beijos no seu rosto antes de deitar minha cabeça corretamente no travesseiro e fechar os olhos para dormir um pouco.

[...]

—... Não tem problema de acordar ele, você tem que se despedir dele. —levantei minha cabeça enquanto ouvia a voz do Carter soar pelo quarto. —Olha, ele até acordou sozinho.

—Não, você me acordou Carter, você não fala baixo. —falei com indiferença e me sentei na cama e passei a olhar Carter, esse que abraçava minha avó pelos ombros. —Por que estão me olhando?

—Nada querido, mas é que eu vou voltar pra minha casa, e vim me despedir e vi que você estava dormindo, então não quis te acordar.

—Como assim? Você iria embora e iria sem se despedir? —falei colando a mão no peito. —Como você é capaz dessa crueldade contra seu neto?

—Pare de drama. —falou e se aproximou de mim. —Agora que acordou vou me despedir.

Sorri e abri os braços, esperando que me abraçasse de volta. E logo que senti os braços de minha avó ao meu redor, a apertei forte e sussurrei palavras de amor e que sentiria muita sua falta.

Acompanhei ela até a frente de casa, já que a minha mãe a esperava dentro do carro. Abracei-a pela ultima vez e beijei sua testa antes que ela abraçasse Carter. E depois das despedidas, ela entrou no carro e logo minha mãe deu partida indo para o aeroporto.

Entrei dentro de casa sendo acompanhado por Carter e subi para meu quarto, pois eu ainda continuava com sono.

Deitei de bruços na minha cama e logo senti o corpo de Carter sobre o meu. Fechei os olhos e nem me importei com ele, o sono falava mais alto.

Não é pra dormir. —ouvi a voz baixinha de Carter no meu ouvido. —Sua mãe pediu pra você fazer o jantar. —saiu de cima de mim e bateu na minha bunda gritando um "levanta".

Bufei alto e a muito custo levantei da cama. Olhei por volta e vi que Carter não estava mais no quarto. Calcei meus chinelos e fiquei de pé e parti pra cozinha.

Desci as escadas lentamente e chegando a cozinha encontrei Carter sentando na bancada com o celular em mãos. Não falou nada, não falei nada, apenas comecei a preparar um macarrão simples. Deixei a água ferver e já deixei o macarrão preparado ao lado num pote para colocar na panela depois.

Virei e olhei para Carter que ainda mexia no celular, andei até ele e ficando em sua frente. Abri suas pernas e me coloquei no meio delas.

—O que foi aquilo no colégio de manhã cedo? —falei logo depois que ele largou o celular e passou a me olhar.

—Aquilo... Foi... Hum... Não sei te dizer. —disse olhando para algum lugar. —Eu tava lá e vieram conversar comigo, e do nada começaram a falar muito mal de você. Eu só escutava, eu tava quase explodindo, e só não explodi porque vi você saindo da escola. Eu me senti culpado quando ouvi que eles iriam armar contra você e iriam te bater. Eu só fiz aquilo, porque eu queria mostrar que se batesse em você, deviam bater em mim, já que você é meu mozão.

Revirei os olhos pela ultima palavra e rodei seu tronco com meus braços. Depositei beijos pelo seu maxilar.

—Eu te amo. —ouvi sua voz soar e olhei em seus olhos. —E muito.

Sorri e puxei seu rosto para perto do meu. Depositei um breve selo em seus lábios e logo depois estávamos nos dois se beijando como se fosse o ultimo dia de nossas vidas.

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