Assim que as pilastras que mantinham Ollicy viva foram destruídas, a prisão de gelo caiu aos pedaços, as pessoas puderam retornar aos seus lares, não era a melhor opção ficar em Runland, mas mesmo sem o conforto e a alimentação diária, nós tínhamos uns aos outros, tínhamos nossa família e um governo menos repressor.
No final das contas Ollicy se auto-destruiu e com ela jazia o corpo de Armstrong e tudo que ele tanto amava, tudo que ele havia construído e tudo que ele achava tão importante.
Alixe não mudou do dia para a noite, mas as circunstancias a deixou um pouco mais humilde, teve que arriar as mangas da camiseta de grife e trabalhar em uma padaria, passava a maior parte do dia com farinha no rosto e o cabelo seboso, não tinha tempo de cuidar do Tony e me deu ele.
Assim que saí de Ollicy procurei pelo meu irmão, Harold no nosso antigo esconderijo, uma estufa inativa, lá nós mantínhamos as árvores frutíferas e assim dava para sobreviver até o próximo roubo de caminhão, e eu o encontrei ali, muito fraco, raquítico e doente.
- Harold?
- Hanny?- uma voz fraca saiu de trás de algumas samambaias murchas.
- oh Harold, olhe para você, esta horrível!
- obrigado, é reconfortante.
Cuidei dele durante duas semanas e logo ele já estava melhor, mas a tosse continuava, o levei no posto de saúde publico e descobrimos que era uma tuberculose, uma doença contagiosa, comum em pessoas com baixa imunidade e em lugares de higiene precária, e eu acabei contraindo por um tempo, mas Luy cuidou de mim, ele cuidou de nós, Luy era o príncipe aquele tempo todo em couro de guarda, não no sentido literal da coisa. Nós não eramos o casal mais romântico da face da terra, eramos mais reais, brigavamos por qualquer coisa, eu era teimosa, com gênio forte e ele era cabeça dura com personalidade indestrutível, não concordavamos em nada exceto pela paixão que percorria no corpo quando estávamos próximos, bastava um olhar, um toque para que esquecessemos o motivo da briga. Eramos como crianças sem preocupação, brincando e brigando, levando a vida com mais leveza, morando em uma estufa e assaltando caminhões de alimento, pode parecer banal, mas era tudo que eu queria, uma vida tranquila em qualquer lugar, com quem eu amava, Harold, Luy e Tony, meus três homenzinhos.
Eu entendi que os pobres podem até morrer, mas os ricos não sabem como viver.
Sempre que a neve caía em Runland eu me lembrava que um dia eu vivi num globo de neve, mas aquilo nunca foi melhor que a realidade, nada pode ser melhor do que isso. Viver de fantasia para quê? Ninguém jamais encontrará seu príncipe encantado, mas vai existir alguém que vai fazer de tudo para te tratar como princesa, e tudo que terá que fazer é abrir os olhos e enxergar, ajustar o seu foco, talvez ele esteja ao seu lado em uma floresta qualquer num lugar coberto de gelo e ele te perguntar "primeiro dia?" e tudo que você tem que responder é "sim, pra tudo se tem uma primeira vez".Gente acabei, desculpa a demora e espero de coração que vocês gostem, votem, divulguem e comentem se tiverem gostado, obrigada por lerem, bjs! #gaby 😘
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Ollicy, a prisão de gelo
Ficção AdolescenteMeu nome era Hanny antes de me jogarem no inferno de gelo chamado Ollicy, um lugar onde as pessoas seguem as regras do governo cegamente, é uma prisão onde só sai quem for ''bonzinho'', o que eu chamo de robôs do estado, e é claro que eu não sou ass...