O(s) beijo(s)

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Talvez esteja na hora de me permitir amar e ser amada, talvez amor seja uma palavra muito forte, ouvi dizer que ela pode quebrar maldições...
- Lu, eu não posso te responder, eu tenho que te mostrar...- olho para os meus pés, estou esfregando o chão chão com eles de ou lado para outro, provavelmente ele é lerdo, porque ai da não entendeu, está com cara de interrogação olhando para mim, estou a ponto de desistir e voltar atrás, quando ele sorri, um sorriso malioso, e se aproxima vagarosamente, acho que eu vou cair de novo, não por causa do gelo, mas porque minha pernas tremem de mais, ele segura meu queixo e sussurra
- então mostre
Engulo em seco, OK tenha calma Hanny, Ynnah que seja, você consegue, afinal quantas vezes você já fez isso mesmo? A é uma, com o garoto que está bem na sua frente, droga, vamos... A esquece, ele não aguentou me esperar e beijou logo. Eu me afasto para respirar e ele começa a beijar meu pescoço depois se afasta também.
- tenho que ir, estou de serviço essa noite, mas vou na cozinha ver se eles tem alguma coisa e já te trago- assenti e ele saiu, começo começo a observar sua "casa", tem uma escrivaninha com alguns blocos e canetas de anotações, atrás tem uma rede que deve ser sua cama, um sofá velho e um armarinho sem porta com roupas muito bem dobradas do lado do sofa, é bem pequeno e mal iluminado, mas aconchegante, ele volta com uma sacola de comida.
- ei Hanny? Aqui tem bastante pra essa noite, amanha eu volto com café da manhã
- Acho que isso da para hoje e amanhã
Ele ri.
- precisa se alimentar bem- ele me da um beijo na testa - fica a vontade, pode dormir na cama ou no sofá, onde for mais confortável, de manhã eu venho
- vou ter que achar um desfarce, não aguento focar presa num lugar.
- desculpe, mas se sair daqui vai continuar presa, vai encontrar barreiras físicas e psicológicas- eu nunca tinha pensado assim.
- a liberdade pode até ser impossível de ser alcançada, mas algumas barreiras devem ser quebradas, pra gente se sentir um pouco mais livre.
- é...- num impulso eu puxo ele para mais perto e ele sorri, depois do segundo beijo posso dizer que já tenho alguma experiência, dou- lhe meus lábios, ficamos assim por bastante tempo até que ele se afasta:
- tenho que ir se não eles vão vir aqui me buscar e te encontrarão ele passa a mão no meu queixo e me da um selinho, depois some na escuridão da noite.
Como a vida pode ser tão bipolar, no mesmo momento que eu estou odiando ele, eu começo a gostar dele, só pode ser ironia do destino mesmo.
Não sei ao certo quanto tempo eu passei da minha vida ser dormir o tempo necessário, ou durmir bem, ter bons sonhos, só sei que naquele dia eu durmi bem, de consciência limpa, sem preocupação, eu tive uma boa noite de sono e se alguém me perguntasse seria verdadeira na resposta pela primeira vez.
As luzes(relembrando: é subterrâneo por isso luzes ao invés do sol) foram acesas, já devia ser 6:00 da manhã e eu estava revigorada, tinha dormido no sofá e foi muito aconchegante, peguei meu kit de higiene e fui ao banheiro, ouvi a porta da guarita abrir e fiquei com medo de não ser Lu, abro a porta devagar e vejo cabelos de fogo, era só a Ana, termino de escovar os dentes e vou ao seu encontro
- pois não?
- a oi Ynnah, vim ver como você está
- estou bem e você
- Não muito, meu chip parece estar querendo voltar a funcionar
- chip? Você tem um chip?
- sim da.cúpula, não te falei?
- você falou bem superficialmente.
- bem todos da cúpula tem um chip, pelo qual keran, o líder, tem poder absoluto dos pensamentos, sentimentos e corpo das pessoas, somos meio que robôs, só assim para alcançar a perfeição aos seus olhos.
- nossa, eu sinceramente não sei o que é pior, todos os mundos são liderados por dementes e o que não é , o líder não faz nada a respeito de nada, um submisso no controle, imagina a infância deles, deve que Keran e Armstrong brigava para ver quer iria mandar em Frederick.
Ela RI e percebo alguém a porta, era Lu, ele entra rápido, comprimenta Ana e me dá um beijo. Ana ficou olhando com cara de interrogação e eu dei sinal de que depois explicava, ela ri abafado.
- tenho que voltar ao serviço, Armstrong disse que precisava dos guardas de confiança hoje, porque aconteceu algo muito grave que pode comprometer Ollicy, eu não faço ideia do que esse algo é- ele diz olhando para mim. Dou um sorriso tímido.Ele passa a mão no meu cabelo, me dá out o beijo e sai.
- pode me contar agora dona Ynnah?
- Na verdade não dá pra explicar, foi meio que de surpresa...- passei mais ou menos 1 hora contando a ela do ocorrido- Mas chega deste assunto, temos coisas mais importantes a tratar como por exemplo nossa liberdade.

Ollicy, a prisão de geloOnde histórias criam vida. Descubra agora