Runnin' with the Devil

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A cabeça de Ridley estava girando. Então a escuridão deu lugar à luz. Mas

não melhorou em nada, porque as luzes eram claras demais para que

conseguisse enxergar. Lentamente, enquanto a sala começava a se

solidificar ao seu redor, ela percebeu que estava olhando para uma vela.

— Alguma coisa doce? Você parece um pouco tonta. — A voz de Lennox

cortou a luz.

Ridley levantou o olhar. Estava sentada em frente a Lennox Gates, ao que

parecia uma mesa particular para dois. Transporte Incluído. Ela se

esquecera de que estava segurando a porcaria do convite.

Estremeceu. Ele a superara duas vezes. Era mais que vergonhoso. Era

enervante.

— Como você conseguiu usar uma carta de Viagem dentro da boate se

um bando de Incubus de Sangue teve de chegar do lado de fora e entrar

pela porta como todo mundo?

— Eu mesmo Enfeiticei a boate. Posso ir e vir como bem quiser. — Ele

pareceu satisfeito consigo mesmo, o que só deixou Rid ainda mais irritada.

— Só você?

— Só eu e qualquer pessoa a quem eu entregue esse convite. — Lennox

sorriu. — Néctar dos Deuses? — Ele levantou o decantador: uma garrafa

ornamental tão alta e fina que parecia o pescoço de um pobre ganso morto.

Bolhas douradas elevaram-se à superfície de um drinque espesso e com

aspecto de xarope. Ridley respirou fundo e sentiu cheiro de cana, a essência

do doce em sua forma mais pura.

Catnip de Sirena. Ele é bom.

— Vá para o Inferno, Lennox Gates. — Foi tudo que ela conseguiu dizer.

Ele assentiu agradavelmente.

— Por favor. Me chame de Nox. E tenho certeza de que irei. Pode-se

dizer que é uma tradição familiar. Mas, até lá, talvez devêssemos fazer um

brinde a nossa parceria?

Ridley derrubou o envelope como se fosse brasa.

— Não. E chega de truques baratos. Por favor.

Ela estava começando a assimilar o ambiente. A sala não era nada

parecida com o resto da boate. Uma escuridão quieta se refletia em todos

os cantos — nas cortinas de veludo de aparência vintage, nos sofás de

couro preto que se curvavam como conchas contra as baixas paredes

arqueadas, e a enorme lareira de pedra que dominava a extremidade do

recinto.

— Então, está com fome? Até uma Sirena precisa comer. — Uma série de

triângulos pretos de couro cobria o disco polido de metal da mesa. Um

cálice de prata encontrava-se sobre um prato de cristal à frente de Ridley.

SirenaWhere stories live. Discover now