— Você conhece bem esse cara? — Link estava suando. Balançou a
mão com o anel. Parecia em chamas.
— Quem, Sampson? Quão bem alguém conhece um Nascido das Trevas?
— Floyd se irritou. Estavam presos no metrô. Não no Subterrâneo nem nos
Túneis. O metrô normal. O que cheirava a cigarros e fraldas geriátricas.
Era hora do rush em Nova York, o que significava que toda vez que as
portas do metrô se abriam, entravam tantas pessoas quantas já havia lá
dentro.
A situação toda era um quebra-cabeça irremediavelmente quebrado.
Link e Floyd foram seguindo o anel pelo metrô, e, até onde Link podia
perceber, ele não levava a lugar algum nos dois sentidos. Necro não tinha
tempo para nada disso. E Ridley...
Link tinha a péssima sensação de que Ridley estava muito mais
encrencada do que até mesmo ele imaginava. Aquela segunda aposta,
pensou. Aquela segunda aposta significa que ela não está no controle. A
segunda aposta significa que Lennox Gates pode obrigá-la a fazer tudo que
precisa que ela faça. Mesmo que isso signifique machucar Necro.
Ele não sabia o que pensar sobre Ridley, mas fosse qual fosse a
perspectiva, estava preocupado.
Tentou não focar no assunto. Ele se segurou no apoio superior, deixando
o longo corpo balançar com o movimento do trem. Então olhou para Floyd.
— Mas para um Nascido das Trevas. Acha que ele é confiável?
Floyd estava apoiada firmemente contra a lateral do assento, que
chacoalhava.
— Veja bem, Link. Está me perguntando se acredito nele sobre sua
namorada ser capaz de machucar minha melhor amiga em todo mundo?
Sem contar que é nossa tecladista? Claro que acredito.
Link observou o túnel passar através das janelas pretas que piscavam
pelo vagão do metrô. Ela não é mais minha namorada. Mas isso não significa
que eu não a conheça. Não significa que ela seria capaz de fazer alguma coisa
assim. Não por conta própria.
A mão dele doía.
Floyd apenas observou.
— Não acha que ela poderia?
Ele fez uma careta.
— Não seja burra. Claro que não acho.
Ela desviou o olhar, magoada.
— Tudo bem, então. Se sou tão burra, acho que não temos mais muito
que conversar.
— Acho que não. — Link não queria pensar na tesoura de jardinagem no
bolso. Se tem tanta certeza, por que trouxe isso? Com quem você acha que vai
lutar? E em que ela poderia ter se metido dessa vez?
YOU ARE READING
Sirena
FantasyRidley Duchannes nada tem de heroína de romances açucarados. Ela é uma Sirena e não hesita em usar seus poderes para enfeitiçar o que cruzar seu caminho, sejam Conjuradores das Trevas, Incubus ou Mortais. Desde que sua família lhe virou as costas, s...