Something to Believe In

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— Link! — Ridley atravessou a multidão atrás dele, tentando alcançálo.

Ela o seguiu pelas escadas, pelo corredor e pelas portas que diziam

brooklyn. Instantes depois, ela se encontrou em uma rua vazia, na noite

miserável e chuvosa, mas era tarde demais.

Ele já havia ido, e ela não era parte Incubus. Não conseguia acompanhar.

Mal conseguia andar com aqueles sapatos. E estava sem casaco.

Até a gata Lucille Ball parecia sentir pena dela, seca como estava

embaixo do toldo de uma loja de bebidas alcoólicas ao lado, batendo o rabo

em uma tampa de lixeira.

Lucille soltou um miado solidário.

Que confusão.

Aquele não fora o caminho pelo qual entraram, e Ridley tinha certeza de

que não era o caminho pelo qual deveriam ter saído. As portas que se

abriram para a rua lembravam as portas de uma lavanderia chinesa.

Cartazes em mandarim nas vitrines anunciavam, provavelmente, sabão

grátis a cada lavagem. Um letreiro neon em Kanji parecia ser a única

indicação da boate.

Ridley estava um pouco enferrujada em Kanji, mas conhecia aquele

símbolo. Era familiar a Sirenas de todo o mundo, e uma tatuagem popular

— exceto pela variação mais mágica de Conjuradores das Trevas. Além

disso, tinha os mesmos caracteres em chinês, em japonês Kanji ou antigo

coreano Hanja. Em sua forma rudimentar, as pinceladas formavam um

corpo quadrado com um rabo.

Um pássaro.

Às vezes, o caractere era ligeiramente diferente. Às vezes, era uma

pessoa com asas; às vezes, um pássaro subindo das cinzas, como uma fênix;

e, ainda outras vezes, era o pássaro de longa vida e espírito, a garça.

Mas era sempre o pássaro.

Essa era a marca da Sirena, mesmo para uma boate sofisticada e ousada

como a Sirene. No fim das contas, era isso que as Sirenas eram — belos

pássaros cantantes com pesadelos como ninho. Criaturas aladas que,

mesmo assim, não conseguiam voar livres. Com frequência, elas se

sabotavam. Garras em lugar de unhas — tão afiadas que podiam tirar

sangue tão depressa que a vítima sequer saberia que estava sangrando.

Mesmo quando, em metade das vezes, o sangue fosse delas mesmas.

Sirenas eram criações das Trevas muito perturbadoras, não havia como

negar.

Rid se afastou da porta da boate, assimilando a rua. Estava no Brooklyn.

Disso ela sabia.

O verdadeiro Brooklyn. O Brooklyn Mortal.

Casa de uma boate Sirena.

Era isso. Não restavam dúvidas. A placa, o nome, as Sirenas — ele não

SirenaWhere stories live. Discover now