Link levou apenas alguns segundos para tirar a camiseta ensopada de
suor e enrolá-la no pescoço de Necro. Floyd ficou pressionando, mas o
sangue não parava de correr.
— Isso não é um corte normal — disse Ridley, inquieta. — Não estaria
sangrando tanto.
— Acha que não sei disso? — Link se irritou.
— Alguém — chamou Floyd, com o rosto pálido —, alguém nos ajude.
— Link... — Ridley começou.
Ele olhou para ela, as mãos manchadas de sangue negro.
— Não. Agora não.
— O que posso fazer? — perguntou ela.
Floyd se levantou.
— Pode ir embora.
— Quero ajudar. — Ridley estava tremendo.
Floyd parecia querer estapeá-la.
— Ninguém se importa com o que você quer.
— Não tive a intenção...
A voz de Floyd se elevou.
— Será que uma vez na vida você pode se calar? A questão agora não é
você.
— Vá — disse Link novamente. — Por favor, Rid.
Em seguida, ele pegou Necro, com o mesmo cuidado que pegaria um dos
filhotes de esquilos das Irmãs, e a levou embora.
Realmente sou a pior pessoa do mundo. Pior até mesmo que um Mortal. Pior
que o próprio Lennox Gates.
Nem precisou de todo o trajeto de táxi para Ridley chegar a essa
conclusão.
Link disse a ela para ir, então ela foi, com nada além da roupa do corpo e
um bolso cheio de pirulitos. Enfeitiçou o primeiro táxi que viu e pediu para
que o motorista a levasse para o melhor hotel de Nova York.
Pela primeira vez na vida Ridley quis ajudar. E não quis abandonar
todos os habitantes do apartamento 2D, o que era algo novo para ela. E o
fato de que algo estava errado com Necro lhe corroía por dentro; mesmo
quando nunca havia visto algo como aquilo antes.
E Necro era a única pessoa que, de fato, foi legal com ela desde a chegada
a Nova York.
Ridley se sentiu péssima. Se sentiu responsável. Se sentiu preocupada.
Se sentiu ansiosa.
Esses sentimentos lhe eram todos incomuns.
Mas Link não a queria de volta, e Floyd e Sampson queriam, antes de
mais nada, levar Necro de volta ao apartamento. O melhor que ela podia
fazer para todos eles era se retirar e deixar que tentassem ajudar a
Necromante.
Tinha urdido essa bagunça naquela noite no Sofrimento e, desde então,
só piorou as coisas.
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Sirena
FantasyRidley Duchannes nada tem de heroína de romances açucarados. Ela é uma Sirena e não hesita em usar seus poderes para enfeitiçar o que cruzar seu caminho, sejam Conjuradores das Trevas, Incubus ou Mortais. Desde que sua família lhe virou as costas, s...