• Oito •

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Rebecca

Sebastian pegou meu cotovelo com força e começou a me arrastar pelos corredores da agência.

Eu podia me soltar facilmente, mas deixei ele se iludir que estava no comando.

Quem nunca fez isso?

Depois de virarmos mais alguns corredores já sei que estamos indo pros dormitórios. Quando chegamos o estrago é grande, não porque houve explosões, pelo contrário, o lugar estava intacto. O problema era a quantidade de pessoas mortas no chão.

As paredes que eram um branco perfeito agora tinham inúmeras manchas de sangue. Só nesse corredor eu contei oito, nem quero ver os outros.

Sebastian continua me puxando, mas agora ele segue devagar olhando cada rosto no chão. Então ele se abaixa perto de uma mulher negra com cabelos cheio de cachinhos e eu tenho que ir junto por causa do seu aperto.

Quase reviro os olhos e mando ele ir se ferrar, mas impeço minha boca grande quando vejo as lágrimas no seu rosto.

Não é como se elas escorressem em uma cachoeira, eram apenas duas, uma em cada bochecha.

Eu sei o que ele estava fazendo.

Tentava não mostrar fragilidade, mas aquelas duas lágrimas rebeldes contrariavam isso.

A dor era forte demais para simplesmente ser ignorada.

A vida é assim, você está lá, ao redor das pessoas que você ama, vendo quão o mundo é cruel e nunca imaginando que eu uma coisa ruim fosse realmente chegar a você. Mas então acontece, seu mundo cai, e você nem sequer sabe como dar o próximo passo porque alguém importante pra você simplesmente deixou de existir.

E eu soube, que quem quer fosse essa mulher, era importante pra ele. Sua mão soltou meu braço e puxou a cabeça dela,Sebastian abaixou suas pálpebras antes abertas e suspirou fundo.

- Eva - disse em um sussurro. Então esse era o nome. - Ela era minha melhor amiga. A pessoa que eu mais confiava junto de Callum. Quase minha irmã, minha família.

Seu olhar parecia tão perdido enquanto ele estava sentado em seus calcanhares e alisava os cachos de Eva.

Um sorriso triste apareceu em seu rosto. Quase que aceitando a morte da amiga. Seus olhos fixaram-se a parede a sua frente sem realmente exergar.

Mas então ele levantou os olhos e me encarou, tudo o que eu vi foi uma ausência total de sentimentos. Até que o primeiro surgiu. Tristeza, então raiva para depois vir um ódio sem tamanho, quase assassino.

E era tudo direcionado pra mim.

Tanto que eu nem tive tempo, quando seu corpo foi mais ágil e rápido do que o normal e sua força foi totalmente colocada em suas mãos que pressionavam meu pescoço com força.

Enquanto seu corpo pressiona forte o meu corpo contra a parede, eu podia pensar ou até mesmo falar algo debochado. Mas não tinha brincadeira aqui, seu aperto estava realmente forte e sua raiva cega.

- Sebastian - digo em um sufoco. Eu não conseguia me livrar dele. Mesmo tentando, minhas pernas e mãos estavam presas.

- A CULPA DISSO TUDO É SUA! - Ele grita na minha cara e bate minha cabeça na parede. - VIERAM ATRÁS DE VOCÊ, MAS OUTROS MORRERAM POR SUA CAUSA!

Ele se sentia injustiçado. Perdeu pessoas conhecidas por algo que não sabia e por alguém que não confiava. Seu corpo estava tenso de tanta ira acumulada e seus olhos vermelhos por muitos motivos.

- Sebastian - bati meus braços e pernas, eu já estava sentindo meu corpo mole.

Então, de repente, eu parei de tentar escapar. Se Sebastian terminasse o que queria ele estaria me fazendo um favor, depois de tudo que aconteceu, morrer seria um presente.

Então eu sorri, quando meus olhos pesaram, e pedi em um sussurro.

- Por favor.

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Meus amores! O capítulo é pequeno, mas realmente era dessa cena específica que ele se tratava.

Espero que vocês tenham gostado!
Bjs e abraços amanteigados
Boa noite! Ou Bom dia kkkkk

- K

Consequências de um ErroOnde histórias criam vida. Descubra agora