• Dois (parte II) •

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- Você tem sérios problemas com o passado. Deve ter alguma influência dele nas suas atitudes - Sebastian reflete alisando uma barba falsa.

Reviro os olhos. Coisa já automática quando se trata dele.

- Por favor. - Passo na sua frente esbarrando em seu ombro o fazendo jogar as mãos pra cima com um olhar de quem diz " Qual o seu problema?" - Sinceramente, Sebastian. Já pensou em largar a espionagem e ir pro psicanalismo?

- Eu ficar ouvindo um monte de histórias deprimentes? Neeem! E como eu ia acalmar minha raiva? Geralmente faço isso com um revólver na mão - ele diz e pega a arma, brincando com ela.

- Para com isso...

Eu ia soltar uma clássica, mas sou interrompida pelo "trim" irritante do telefone fixo. Quem ligaria nessa hora e aqui ainda por cima?

À curiosidade matou o gato, como eu sou humana...

- Rebbeca Sullivan - já digo pra não ter enrolação de papo. Preciso ir logo para a CSNI. Tenho assuntos pendentes mais a noite.

- Aqui é a revista Chicago G e queríamos entender, o porque de você não comparecer no enterro da sua irmã adotiva? - uma voz irritante de mulher fala do outro lado.

Céus!

Não acredito que vou ter que passar por isso. Cacete!

- E eu ia fazer o quê lá se ela está morta?! - grito pro telefone e desligo na cara da mulher.

Respire fundo Rebecca.

Não chore.
A van aparecendo.
Não grite.
Os tiros disparados.
Não lembre.
Minha irmã morta nos meus braços.

Esqueça.

E o vazio total.

- Quem era? - Sebastian pergunta.

Olho pra ele. Um belo homem. Alto, olhos e cabelos castanhos, musculatura de um deus grego.

A van.
Os gritos
A morte.

Eu preciso do vazio. Eu preciso da distração. E tenho uma perfeita na minha frente.

- Só uma curiosa querendo saber sobre a morte da Katerine - respondo jogando minha bolsa no chão.

- E você responde desse jeito? - ele junta as sobrancelhas confuso e logo depois sorri. - Sutil.

Tiro minha jaqueta, então minha blusa e passo a mão por meu cabelo sorrindo maliciosamente.

- Sutileza não é o meu forte.

Antes que ele responda qualquer coisa já estou em cima dele, agarrando seu pescoço e segurando uma de suas mãos nas minhas costas. Noto sua respiração aumentar pelo subir e descer de seu peito.

- Rebecca - o nome sai dos lábios com dificuldades. Aproximo ainda mais nossas bocas.

- Sebastian - sussurro com a voz mais sexy tenho encostando nossos lábios.

E não foi preciso mais nada para o beijo finalmente acontecer.

Não foi delicado. Não foi calmo. Muito menos carinhoso.

Aquele beijo era selvagem, feroz e totalmente necessitado.

Eu estava inebriada. E finalmente distraída.

Sebastian puxou minha cintura, colando nossos corpo e é bem perceptível sua excitação, com apenas um beijo.

Sou movida com facilidade pelos braços de Sebastian até cairmos nos sofá. Um confortável sofá, isso vai ser perfeito.

Consequências de um ErroOnde histórias criam vida. Descubra agora