• Dezesseis •

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REBECCA

Sabia que devia ter trazido minha arma.

Um tiro rápido e ninguém podia falar que fui eu.

Meu Deus! Ela não morre!

- Como assim Audrey? - Sebastian pergunta.

Será que eles ainda estão juntos?
Por que ele está com ela? Será que é doente?
Por que raios de motivos eu estou ne perguntando isso?!?

Ela respira fundo e anda até sentar em das cadeiras da mesa hexagonal e jogar seus pés pra cima da mesma.

- Olha, antes de vocês me deixarem sozinha naquele lugar horroroso, o que sinceramente Aaron? O que você tem contra me enviar pra Copacabana? Fortaleza? Porto Alegre? Porque ir pro meio do mato cercada de vacas não foi legal! - diz irritada e tenho que falar.

- Você foi visitar sua família - dou um sorriso sarcástico e bato palminhas - Que linda!!

Ela demora cerca de três segundos até entender o que eu disse. Mas eu vejo o momento exato em que sua cara fecha e ela se joga pra cima de mim, infelizmente Aaron a puxa pela cintura para longe de mim enquanto eu estava parada só esperando o momento de socar a cara dela.

- Foco Audrey! E Rebecca, para! - reviro os olhos e noto Sebastian com o cenho franzido

- Tudo bem - ele arruma sua blusa e joga o cabelo para trás. - Eu ouvi os mesmos sussurros por lá, então fui atrás. As primeiras bomba realmente serão no Brasil.

- Mas por quê? O Brasil não é nenhuma ameaça para eles, o país tá lá quietinho na deles - Sebastian diz e tenho que concordar com ele.

- Essa é a questão. Os verdadeiros problemas são os EUA,Europa, Alguns da Asia, Japão, China e outros.

- Então onde o Brasil entra? - Aaron pergunta.

- Direta ou indiretamente o Brasil afeta todos esses países. Brasil é conhecido como o celeiro mundial, a Nação decidiu ir por estratégia do que simplesmente explodir ao acaso. Eles vão acabar com tudo que envolva agronomia no país e se o Brasil não exportar comida os outros países terão dificuldades por pelo menos um ano inteiro. Quem vai pensar em guerra quando o país está passando fome?

Até eu respiro fundo agora. É claro, estratégias de jogo. O primeiro movimento foi feito.

- Acho que vocês já tem a primeira missão de vocês - Aaron diz digitando no teclado a sua frente.

Logo depois uma lista com fotos aparece no telão digital

Sebastian Keller
Rebecca Sullivan
Audrey Trevat
Tayler Stensen
Sophia Kenoult
Aaron Creweel

- Seu nome está na lista - digo surpresa.

- Acho que está na hora de eu sair do escritório - ele digita mais alguma coisa e a pulseira de nós quatro vibra.

Aperto o botão e as informações começam a descer pelo meu braço em letras azuis holográficas.

Missão:
Brasil
Decolagem em uma hora.
Impedir que qualquer bomba seja detonada.

Simples, direto e, espero, solucionável.

Vamos para o Brasil.
• • •

Eu estava fechando minhas malas quando ouvi as batidas na porta.

- Entra! - grito e tiro a mala da cama colocando no chão. Quando me viro, vejo Dimitri parado ao lado a porta.

- Hey pequeno - me aproximo dele e bagunço seus cabelos. - O que foi?

- Sebastian veio falar comigo. Vocês vão viajar? - pergunta com a voz tímida e sorrio para ele.

- Vamos sim. Talvez alguns dias.

- Vão voltar? - paro por um momento. Se existe uma resposta que nunca poderemos responder é essa.

- Bem. Quem sabe, não é? - rio para disfarçar como se fosse uma brincadeira.

- Pra onde vocês vão? - ele pergunta enquanto senta na minha cama com as pernas cruzadas.

Tudo que Dimitri faz tem algo infantil, ele é uma criança, linda, por dentro e por fora. As vezes me pergunto se é a coisa certa mantê-lo aqui.

- Brasil - digo e vou buscar minha mala de armas.

- Brasil?

- É! Aquele país tropical, Cristo Redentor, Samba, futebol, bons poetas do século vinte e uma comida maravilhosa - digo brincando e jogo um estojo de facas em cima da cama o abrindo. A última faca chega ao pé dele.

- Eu sei o que é o Brasil. Só não entendi porque de Brasil - diz encarando um punhal de cabo azul e prateado e a lâmina reta.

- Essa é a parte que os adultos vão resolver - digo vendo-o encarar a lâmina ainda. - Por que você não pega?

- Han? - ele me olha e pisca assustado. - O quê? Não, não, eu só estava olhando.

Sei que não é certo oferecer uma faca afiada para um garoto de 10 anos, mas...

- Vem cá.

Chamo e levanto com ele. Pego a faca e arremesso na porta de madeira do banheiro. Pego de volta e entrego pra ele.

- Você viu o que eu fiz?

- Sim.

- Faça - Dimitri me encara assustado mais uma vez, mas pega a faca pela lâmina e mira na porta. - Erga mais o cotovelo, perna esquerda na frente, você é destro. Levante a cabeça e respire, Dimitri. Controle a respiração, é só uma porta.

Ele faz. Solta a faca. Acerta dois dedos de distância da marca onde estava a minha. Dimitri da um grito animado. Perfeito.

- Bem... Já sabemos o que você vai treinar enquanto eu estiver fora - ele respira animação. Rio. - Lançamento de lâminas, todas elas. Quero seu equilíbrio também e peça que te ensinem dança. Todas elas.

- Dança? - sua cara de quem chupou limão azedo me faz rir.

- Sim. Dança. Te ajuda com movimentos, sincronização, corpo e velocidade - explico e dou a faca para ele. - É a minha preferida. Treine com ela.

- Quando você voltar eu te devolvo.

Ele estende os braços e me abaixo para abraçá-lo. Respiro fundo e fecho os olhos.

Mal sabe ele que pode ser um presente permanente.

Consequências de um ErroOnde histórias criam vida. Descubra agora