Anxious

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Enrolou-se ainda mais na coberta, prestando atenção em cada detalhe do filme que Gabriel tinha escolhido, que por hora havia se esquecido do nome, só sabia que era algo sobre lutas, não exatamente o seu tipo. Porém, Castiel não podia negar que era consideravelmente bom, por mais que violência sempre fora algo que o garoto detestou, e o desgosto aumentou quando tentou fazer aulas de judô. O moreno tinha uns 14 anos na época, quando Naomi considerou uma boa ideia colocá-lo numa academia de luta, e por mais que Novak soubesse que aquilo era um esporte, e não de fato uma briga, não pegou gosto algum. Durou um ano e alguns meses até que Miguel finalmente conseguiu fazer a mulher desistir da ideia.

- Por que estamos vendo esse filme mesmo? -  perguntou ao ver uma cena totalmente surreal, deixando a nota mental de que filmes de ação exageram muito.

- Tem o ator que eu gosto. - respondeu, levando um pouco de pipoca até a boca.

O garoto apenas assentiu em silêncio, voltando a focar no filme, ou pelo menos tentando, já que vez ou outra seus pensamentos faziam com que se perdesse em coisas aleatórias, mas principalmente sobre Dean. Isso o deixava estranho. Aquele rapaz de olhos verdes não saiam de sua cabeça, e por algum motivo desconhecido, aquilo não incomodava. Tinha gostado de sua tarde com o Winchester, conversar com o loiro foi bom, diferente, e queria poder fazer isso outra vez, mas por que se sentia tão estranho em cogitar a ideia de ligar para o mais velho?

Na verdade, o que mais achava esquisito era o fato de se importar tanto com isso, mas simplesmente não conseguia ignorar. Era algo dentro de si que pedia para que ligasse de uma vez, conversasse com o Winchester e marcasse algo. Desejava a companhia do rapaz, pois por mais algum motivo totalmente desconhecido, havia se sentido bem, como se a falta dentro de si tivesse sido preenchida. Não que fosse dizer isso em voz alta ou admitir a si mesmo um pensamento como esse. Por Deus. O que Naomi faria se soubesse de seus pensamentos? Subia um calafrio por toda a sua espinha apenas em imaginar a reação de sua mãe.

Não considerava aquilo algo grave, incrivelmente não achava que toda aquela vontade de voltar à noite passada era ruim. Apenas havia gostado de ter alguém para conversar. Não é? Não. Castiel sabia instintivamente que era mais do que isso. Não era a mesma coisa como com Gabe. Foi algo a mais. Como se já conhecesse aquela sensação, aquele sentimento sobre o loiro, mas não era nada que não poderia ser ignorado, caso desconsiderasse a vontade absurda dentro do garoto de ligar para o tatuado.

- Gabe, eu conheci.. - fechou brevemente os olhos, sentindo aquele mesmo aperto dentro de si. - Uma pessoa ontem.

- Uma pessoa? - arqueou as sobrancelhas.

- Sim. - coçou a garganta. - E eu gostei muito de conversar..

- Pegou o número? - fitou o sorriso sugestivo do amigo.

Seu rosto ferveu, mesmo que não tivesse uma razão para isso. Afinal, Gabriel não tinha dito algo relevante. Umedeceu os lábios, brincando nervosamente com seus dedos enquanto se perguntava o porque de estar tão nervoso.

- Tecnicamente ele deu o número pra mim.

- E ele é bonito?

Castiel encarou o amigo por alguns segundos, desviando o olhar para seus dedos soados em seu colo. O ar inflava seus pulmões violentamente. Lambeu novamente os lábios, voltando a fitar o amigo à sua frente, que parecia esperar ansiosamente por sua resposta.

Take Me To Church » DestielOnde histórias criam vida. Descubra agora