A viagem a Nova York foi tudo de bom na vida de uma garota que estava se sentido o cocô do cavalo do bandido mais rejeitado do mundo há algumas semanas.
Descobri que mudança de ar é sempre bom para curar uma dor de cotovelo.
#ficaadica
Quando desembarquei no aeroporto Tom Jobim, fui direto para o freeshop comprar tudo o que o restante do meu dinheiro permitia.
Lista de compras no freeshop:
Perfumes: 2 Carolina Herrera, 2 Chanel, 1 Gucci e 1 da Tommy HilfigerMaquiagem: estojo de sombras da Dior, batom Mac
Bolsa e acessórios: Mochila da Adidas, bolsa da Lancôme (promoção, 10% off), óculos de sol da Oakley (para papai)
Doces: M & M, chicletes de todos os tipos, Hersheys, Milka, Toblerone, Twixs, barra de chocolate da Lindt
Comprei tanta coisa que fiquei cerca de uma hora na fila para passar na alfândega. Ofiscal cismou comigo me fez abrir a mala para ver os eletrônicos que havia comprado. Como não tinha muita coisa de valor, ele me liberou contra sua vontade. Ajuste foi mais sortuda não sou um sorriso Colgate para o fiscal e passou na frente de todos na fila. Essa minha amiga nem para me esperar.
Depois de guardar tudo na mala, fui correndo encontrar com meus pais, já estava morrendo de saudade e não aguentava mais essa história de alfândega.
Para minha surpresa, havia mais alguém me esperando no aeroporto. Alguém fez meu coração acelerar quando vi o seu olhar apreensivo, com receio de ser rejeitado por mim.
- Lucas! - gritei, larguei minha mala no chão e fui correndo abraçá-lo.
- Babi!- gaguejou e retribuiu o abraço.
O abraço foi demorado, mas logo em seguida meus pais chegaram e me arrancaram dos braços de Lucas.
- Filha, querida! Me conta como foi NY. Arrumou algum gatinho? - perguntou mamãe.
- Manhê! - gritei apavorada com a pergunta sem noção que ele fez na frente de Lucas.
- O quê, minha filha? - perguntou mamãe. - Ah, que bolsa é essa cheia de doces? Giovana venha qui, vamos atacar os chocolates da Babi.
Ainda bem que aqueles doces serviram para alguma coisa, pois as duas me deixaram em paz e pude conversar com Lucas a sós. Claro, meus pais vinham logo atrás de nós, observando e especulando sobre o que eu estava falando com meu amigo.
- Então, Babi, como foi a viagem? - perguntou, todo nervoso e com as mãos na linda jaqueta que tanto admirei no outro dia.
- Foi muito boa. Conheci lugares maravilhosos, fiz compras e descansei um pouco também do estresse da faculdade - contei, mas não falei que estava triste por causa dele. Afinal, orgulho próprio existe, não é?
- Hum. Você viu a minha carta? - perguntou e deu um sorriso amarelo, todo encabulado.
- Vi, sim.
- Gostou?
- Aí, Lucas. Você quer mesmo conversar sobre isso agora? Porque vou querer saber todos os detalhes - disse, já lembrando dele agarrado com a Lorena.
- Tem razão, Babi. Não vamos falar nada agora! - desviou o assunto, mas eu pensei melhor e resolvi não fugir do inevitável.
- Eu gostei muito da sua carta e quero dizer que eu não tenho mais nada com o Murilo. Foi ele quem me agarrou, como ele sempre faz - tentei me explicar a todo custo.
- Babi, me perdoa? Eu não deveria ter beijado a Lorena. Fui um covarde, estúpido, bem diferente daquele Don Juan ao avesso que você me apelidou - disse cabisbaixo e com o rosto vermelho, depois respirou fundo e suspirou olhando fixamente para meus lábios.
- Lucas, todo mundo erra e a situação era bem favorável, diga-se de passagem. Eu te perdôo, mas, por favor, nunca mais, ouviu? - exige- Nunca mais fique longe de mim e nunca mais me ignore na faculdade - falei, olhando em seus olhos com muita ternura ao mesmo tempo em que segurava o choro.
- Babi, querida. Eu sei que sou nerd, mas eu gosto tanto de você como nunca gostei de ninguém em minha vida.
Nesse momento senti meus olhos encherem de lágrimas e pude ver a emoção nos olhos do Lucas também.
- Você não é nerd -acariciei seu rosto. - Eu é que sou uma boba, pois escondi meu sentimento por você durante tanto tempo só porque cismei com esse estereótipo de "meninos inteligentes não amam".
- Você também achou que nós fôssemos o quê? Assexuados? - perguntou com o rosto corado.
- Ah, sei lá. Vocês vivem jogando videogames, lendo mangás chatérrimos e jogando Pokémon na sala de aula.
- Nem todos, Babizinha! - pegou minha mão e sorriu. - Eu, por exemplo, fico escrevendo poesia para você o dia todo.
- Ah, seu bobo - sorri e fiz um charminho com a minha boca.
- Você é linda, sabia? Estanho seria se eu não me apaixonasse por você.
Depois de se declarar, Lucas parou na minha frente, segurou o meu rosto com as duas mãos, olhou em meus olhos, sorriu e me beijou.
PAUSA PARA UM MINUTO DE ESTADO DE CHOQUE DA PROTAGONISTA DESSA HISTÓRIA.
Alguém me diz o que foi aquele momento? O que foi aquele beijo? O que foi aquele olhar? E aquele carinho gostoso em meus cabelos? O que foi?
Olha, vou contar que adorei o beijo di Bernardo, mais beijar Lucas foi como flutuar entre as nuvens e voar como uma borboleta. Uma mistura de felicidade com liberdade e uma pitada de muita alegria. Para saber, suco de amor, e de sobremesa uma química estimulante chamada adrenalina.
O beijo foi intenso, duradouro e chamou atenção de muitos curiosos que circulavam pelo aeroporto. Inclusive meus pais, que observaram boquiabertos aquela cena que, posso dizer com toda certeza do mundo, foi a mais bonita da minha vida. Pode não ter sido em um lugar romântico, mas nós estávamos tão apaixonados que não demos conta das burrices que havíamos feito antes da viagem. O beijo que ele deu na Lorena desapareceu de minha mente. A minha briga com Murilo evaporou-se. As confusões com a Rita foram PR água abaixo. Naquele momento o que importava era o nosso amor e o que aconteceria daquele dia em diante. O namoro já era o esperado, mas será que eu estava pronta para namorar? E ele?
Essas dúvidas e neuas iriam esperar, porque Lucas estava disposto a fazer de mim a mulher mais feliz do mundo. Pelo menos foi isso que ele disse quando entramos no carro e deitei em seus braços para descansar um pouco da viagem.