17 - Chopada de Propaganda e Marketing

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  Os dias foram se passando e na faculdade só se falava na grande festa.

  Depois de tanta discussão, a tão esperada festa seria na casa já Jú, mas para poucos convidados ou, melhor dizendo, só o pessoal de Propaganda e Marketing poderia ir. No total eram umas sessenta pessoas, mas sempre tem uma minoria que nunca comparece aos eventos da galera.

  O Lucas se incluiu nessa parcela, pois nas duas últimas semanas o máximo de aproximação que ele teve de mim foi para pedir uma borracha emprestada. Como eu estou sempre com a galera, imagino que Lucas não vá à chopada, porque isso implicaria ter de falar comigo. E mesmo após o clima que rolou depois do dia complicado com Murilo, ele continuou me evitando como se nada tivesse acontecido.

  Para não pensar muito no Lucas, resolvi ajudar a montar a festa, mas a parte chata de ficar conferindo na porta da casa quem está na lista sobrou para mim, do porque sou uma das amigas da dona da casa. Eu queria que a Marta ficasse com essa parte, mas como ela se prontificou a fazer a faxina depois da festa, nem me meti. Limpar o quintal depois de uma chopada deve ser nojento! Um ótimo trabalho para a Martinha, que resolveu me humilhar o tempo todo na sala de aula. Outro dia a peguei escrevendo na porta do banheiro feminino:

   Bárbara Soares da turma de Propaganda e MKT ainda é pura e está leiloando a sua virgindade na internet. As ofertas já estão em 2 reais. Quem dá +? Rs

  Fiquei tão revoltada que corri até a coordenação do curso para denuciar Marta. Só que nada de muito justo foi feito. O máximo de punição que Marta teve foi o de pintar a porta de branco novamente, o que para mim foi muito pouco perto do tamanho da humilhação que ela me fez passar.

  A maioria da turma viu, pois o tititi rolou a semana toda. Uns fizeram piadinhas apostando quem pagava mais para tirar a minha virgindade, outros tomaram minhas dores e pararam de falar com a Marta. Até o Murilo resolveu implicar comigo também, mas em segredo. Ele só não imaginava que eu fosse passar na hora em que ele falava sobre o assunto com os amigos.

  - Aê, galera. Podem desistir de tirar a virgindade da Babi. Eu farei isso na chopada, já deixei ela no papo no nosso último encontro, mas aquele N-E-R-D do Lucas atrapalhou tudo...

  - Você tinha de ter insistido mais. Agarrado os cabelos e prendido ela entre os braços - disse um amigo implicante, fazendo os gestos de cena.

  - Pronto, quero ver alguma negar fogo deste jeito - disse mais um amigo ridículo do Murilo que nem sei o nome.

  Dá para acreditar que tem homens assim? Esse tipinho acha que agarrar mulheres à força é tirar onda entre os amigos...

  Enquanto ouvia a conversa, meu sangue foi fervendo e foi me dando vontade enorme de xingá-los e esbofetear a cara de cada um deles. Só que isso estava fora de cogitação. Primeiro, porque sou mulher, e como não pratico nenhum tipo de luta, creio que não tenho habilidades suficientes para bater sem apanhar. Segundo, porque gosto de resover as coisas com diplomacia, porém, com um toque de sarcasmo e ironia que só eu sei fazer. Observem.

  - Oi, Murilo - falei de uma forma supercharmosa. - Você quer mesmo tirar a minha virgindade? - disse com sarcasmo transbordando em minha boca, mas com um sorrisinho nos lábios de deixar muito homem de queixo caído.

  - Errr - falou confuso. - Babi, não sabia que você estava aí - assustou-se, mas não o bastante para acabar com aquela cara de pau.

  - Adorei a conversa de vocês. E então, Murilo está a fim?

  - Bom, já que você gostou, eu vou falar a verdade. Desde que te conheci só tenho pensado nisso.

  Tem homens que caem em qualquer sedução feminina, né? É só dar uma piscadinha, fingir que estamos fazendo o jogo deles e pimba! Conseguimos tudo o que queremos...

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