Gabyelly
Acordei com um bagulho horrível em meu ouvido, abri os olhos lentamente e vi o homem da cicatriz na minha frente.
-Olá meu docinho. -Rangi os dentes. -Teve um dia longo ontem, não é?
-O que quer comigo?
-Vou provar você um pouquinho e depois... Vamos ver. -Ele me soltou da cadeira e me pegou no colo.
-Sei andar. -Falei
-Com esses cortes e o tanto de sangue que você perdeu, não garanto. -Tentei me soltar mas ele me apertou e me carregou até uma escada. Quando chegamos em um quarto ele me colocou em uma cama e eu automaticamente me afastei dele, suas mãos puxaram meu tornozelo me deixando sem equilíbrio e eu cai na cama, ele subiu em cima de mim e tentou me beijar, com as pernas eu chutei ele nas partes íntimas e o derrubei da cama, fiquei de pé e chutei mais uma vez ele.
-Se tentar fugir vai ser pior. -Ele falou gemendo de dor.
-Não. Encoste. Em. Mim. -Chutei e chutei ele, quando estava com dor nas pernas eu me sentei na cama. O sangue começou a escorrer pelas minhas coxas novamente, meus olhos se encheram de lágrimas. -Saía daqui. Agora! -Gritei e ele se levantou, me deu um tapa no rosto e segurou minha bochecha me fazendo sentir o gosto de sangue em minha boca.
-Você é uma delicia Gabyelly, vai ter que ceder por bem ou mal. -Com isso ele saiu cambaleando e bateu à porta do quarto, trancado por fora.
Gritei de raiva e me escorreguei até o chão, comecei a soluçar de tanto chorar, com as mãos tremendo eu rasguei minha calça onde estavam os cortes deixando eles a mostra, minha perna estava horrível. Me arrastei até um banheiro, me apoiando nas paredes me levantei e abri o chuveiro. A água quente caia nos cortes e era como limão em cima de cortes de papel, gritei de dor, estava quase ficando rouca. Depois que sai do chuveiro me enrolei em uma toalha branca e abri o armário achando uma maleta de primeiros socorros, fiz ataduras e coloquei alguns remédios para não piorar. Entrei no closet e achei uma roupa que cobrisse minhas pernas, nada aberto. Deitei na cama e meu estômago roncou, a fome era a menos das minhas preocupações hoje. Pedro era a única pessoa que podia me salvar agora, eu não sabia nem onde eu estava, não sabia se estava na Califórnia ou quanto tempo estava aqui, não sabia se Pedro estava bem e estava me sentindo horrível tanto por dentro quanto por fora.Pedro
Acordei várias vezes durante a noite toda, estava preocupado com ela, demais para dormir. Quando a manhã chegou eu estava sentado na janela do quarto dela, Selena abriu a porta e colocou uma bandeja de café da manhã em cima da cama e se sentou ao meu lado.
-Precisa comer. -Ela falou e entrelaçou nossos dedos.
-Onde eu fui meter ela, Selena?
-Gaby sempre correu perigo Pedro, ela está na mesma que você. A culpa não é sua.
-Devia ter deixado ela aqui com você. -Ela me abraçou.
-Pedro? -Scott bateu na porta. -Achamos ela.
Selena me obrigou a comer alguma coisa enquanto arrumávamos um plano para entrar no casarão onde Jonatas escondeu minha garota.
-O que acha que ele quer com ela? -Sel perguntou lá do sofá.
-Sexo grátis. -Dei um soco no braço do Luccas, não me sentia bem, mesmo que não fosse verdade, sabendo que ele podia estar tocando nela agora.
Depois de horas no escritório procurando jeitos de entrar e sair de lá vivos, achamos.
-Então é isso, vai ser moleza. -Comentei com sarcasmo, Caio riu nervoso.
-Amanhã não pode dar errado cara, precisamos das armas, Petch é o único que pode arranjar.
-Amanhã vocês conseguem as armas e munições, depois buscam ela? -Minha irmã perguntou e eu afirmei com a cabeça.
-Erro não é uma escolha. -SussurreiGabyelly
Acordei com o sol entrando pela cortina aberta, alguém entrou aqui. Olhei em volta, nada parecia diferente e eu continuava com minhas roupas no lugar, meu estômago roncou. Eu preciso comer alguma coisa. Alisei o cabelo com as mãos e quando desci da cama coloquei meu All Star. Fui até a porta e rezei para estar destrancada, gritei a maçaneta e a porta abriu, agradecida, olhei para os dois lados do corredor, barra limpa. Procurei a cozinha no andar debaixo, não tinha ninguém na casa, parecia antiga, um casarão talvez. Cheguei até a cozinha, uma mulher velha estava ajoelhada no chão limpando com um pano.
-Com licença? -Ela ergueu os olhos e sorriu.
-Senhorita, que bom que acordou. -Ela se levantou com dificuldade, estendi a mão para ela que usou como apoio e se pôs de pé. -Obrigada, querida.
-Por nada. -Ela abriu a geladeira e pegou leite e no armário cereal.
-Deve estar com fome. -Afirmei e ela colocou na tigela para mim e me entregou com uma colher. -Meu chefe não quer que ninguém fale com você, mas não posso deixar uma moça bonita dessas com fome.
-Seu chefe? -Ergui as sobrancelhas.
-Sim senhora. Ele não gosta que desobedeçam suas palavras.
-Pode me chamar de Gaby. -A mulher sorriu e balançou a cabeça. -O que ele falou?
-Disse que a senhorita Gaby não devia ser tratada com carinho por ninguém porque desobedeceu a ele.
-Qual o nome dele? O que ele quer comigo?
-Jonatas, assuntos que Diana não deve se intrometer senhorita Gaby.
-Seu nome é Diana? -Ela concordou. -Por que trabalha aqui?
-Minha filha mora aqui. -Quase cai da cadeira.
-S-sua filha é a Carol?
-Sim, Carolina é minha filha.
-Isso é... Eu não tenho palavras. -Diana sorriu com o pouco de dentes que ainda tinha. Senti pena dela, queria ajudá-la, mas sei que ela não sairia daqui sem a filha, e vendo como a filha é, não acho que vá sair tão cedo.
-Diana trabalha e tem um teto. Jonatas ajudou Diana e Carolina quando não tínhamos mais onde morar. -Terminei meu cereal e me levantei para por a tigela na pia.
-Por que ele fez isso?
-Ele gostou de Carolina. -A minha companhia voltou a limpar o chão e eu não toquei mais no assunto.
-Olá docinho. -Jonatas entrou na cozinha e tentou se aproximar de mim, sai da cadeira e fui para o outro lado da bancada. -Sempre teimosa. Vejo que já conheceu isso. -Ele apontou para Diana que ainda limpava o chão onde seu patrão pisou e deixou marcas.
-Ah, sim, o pontinho bom no meio do mal, conheci. -Ele riu, me arrepiei, mas tentei manter a postura.
-Parece que seus amiguinhos estão atrás de você.
-Eles sabem onde eu estou para começar? -Sorri irônica.
-Não, não sabem. Vamos ser só eu e você. -Respirei fundo para não vomitar. Ele deu a volta na bancada e me puxou colando meu corpo no dele, meu enjoo subiu com mais força, quando Jonatas foi me beijar eu desviei e empurrei ele. -Você não está sendo uma boa menina.
-Vá se foder. -Ele levantou a mão para me dar um tapa mas eu segurei a mão dele e dei um soco em seu estômago fazendo ele cair de joelhos. -Falei para não encostar em mim, nojento.
-Adoro quando me ignora, vai ser melhor na hora. -Ele riu e eu saí de perto dele, dei a volta e fui em direção às escadas novamente.
Entrando no quarto eu comecei a sussurrar para mim mesma que Pedro me acharia, sei que não vou ter tanto tempo para me livrar do homem horrível que quer me tocar, então era bom Pedro se apressar.
Deitei na cama e tentei fazer de conta que eu estava na cama dele, tentei imaginar ele trabalhando no computador deitado ao meu lado, tentei escapar da realidade, mas sempre que eu fechava os olhos a realidade me batia na cara em forma de pesadelos. Chorando de dor nas pernas, acabei dormindo novamente.
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Destinos traçados(andamento)
AléatoireGabyelly Cooper não teve uma infância muito fácil muito menos doce. Criada somente por seu pai, um comandante especial do FBI, Gabyelly se vê diante do amor que é capaz de consumi-la. Desesperada para fugir disso ela passa por vários solavancos em s...