Encontro e desencontros

12 3 0
                                    

Gabyelly
Conversei com meu pai depois que voltei para a casa do Lookwod, na verdade não foi bem uma conversa, eu não queria mesmo falar com ele então fui clara e direta, estava feito o que eu precisava fazer e pedi um pouco de paz. Pedro me pediu para entregar o celular a ele e disse que depois comprava outro e mandava modificar já que não podia correr o risco de ser seguido ou rastreado agora que o FBI estava atrás dele, graças a mim.
A noite da festa quando voltei passou se arrastando, meu estômago estava com borboletas que não se aquietavam, tentei me distrair com Selena mas sabia que eu não melhoraria disso até o encontro do dia seguinte com o Pedro, eu não sabia como seriam as coisas daqui para frente e não estava muito preocupada com a Alex, estava preocupada com o fato de sermos diferentes, eu e ele somos diferentes demais. Minha missão era prendê-lo, mas acabei me prendendo a ele e não sabia como iria resolver isso. Gostava dele e não queria mais negar isso, mas alguma coisa dentro de mim me impedia que eu me jogasse de cabeça nisso e eu deveria agradecer muito, bom eu aproveitaria enquanto podia, já quebrei a cabeça demais pensando nisso, eu não tinha solução nenhuma para o que eu iria fazer, só tinha uma desculpa sólida para dar quando eu falasse que ficaria mesmo aqui, eu estava me pondo a frente das pessoas que eu amo, fazendo o que eu fui ensinada, protegendo as pessoas dele, do assassino que me mentindo presa o que na verdade não era bem isso, mas servia como desculpa para deixar minha mente tranquila por enquanto.
Quando estava quase amanhecendo Pedro se cansou da festa e pôs todo mundo para fora, ao melhor estilo Pedro Lookwod que podia existir, arrogante.
-Quero todo mundo para fora daqui em dois minutos. -Ele gritou de cima da mesa do bar e deu dois tiros em direção ao teto, o barulho pôs todos para correr e eu ri do medo que eles sentiam dele, quando percebi que Selena estava me observando tapei a boca com a mão e fui em direção à cozinha que estava cheia de copos, garrafas vazias e bitucas de cigarro no chão até nos armários, abri a geladeira e peguei uma garrafa de água que ironicamente era a única coisa que estava intacta daquela cozinha.
Peguei um copo e me servi, fiquei escutando as pessoas saírem barulhentas da casa até os barulhos e gritarias pararem por completo. Empurrei o monte de copos que tinha em cima do balcão e sentei ali em cima já que as baquetas de plástico tinham sumido da cozinha.
-Odeio dar essas festas, fica uma bagunça do caralho. -Pedro bufou do outro lado da sala imensa.
-Até parece que é você quem limpa. -Selena rebateu.
-Se não ficar quieta maninha, coloco você para limpar isso. -Ele riu e ela saiu batendo os pés até a cochina.
-Seu namorado é um idiota. -Quase engoli o copo que estava em minhas mãos.
-Meu namorado? Bem longe disso.
-Sei. -Selena deu um sorrisinho malicioso e eu desci irritada do balcão. -Estou brincando.
-Você vem? -Pedro apareceu na cozinha e me deu uma olhada de cima a baixo.
-Cadê a Alex?
-Ela tem umas coisas para resolver, vai ficar fora por um tempo.
-Um bom tempo, dá para aproveitar... -Dei uma cotovelada em Selena que riu e saiu da cozinha me deixando sozinha com seu irmão gêmeo.
-Vai vir ou não?
-Ir onde?
-Dormir, quero você na minha cama. -Sorri involuntariamente, senti seus olhos em mim e tentei esconder o sorrisinho bobo, queria me dar um tapa na cara.
-Não estou muito afim de dormir na sala então não tenho escolha. -Passei por ele e ele veio atrás de mim.
Subimos as escadas em silêncio, Luccas e Caio estavam desmontados no sofá da sala de estar, cada um com uma menina loira com roupas menores que biquínis. Pedro me levou até um corredor comprido e fomos até a última porta, quando ele abriu sabia que era seu quarto pois seu perfume me invadiu por completo e eu senti meu coração dando pulos dentro do peito.
-Não posso dormir com essas roupas. -Pedro me abraçou por trás e cochichou no meu ouvido:
-Quem disse que vai dormir? -Gemi baixinho e suas mãos foram para meus peitos.
Abraçado comigo Pedro foi até a cama, me colocou deitada e mandou eu tirar a roupa, obedeci e ele me comeu com os olhos, eu estava em chamas e ele nem me tocou. O que quer que ele tenha feito comigo, estava dando certo.
Quando, finalmente, seus lábios tocaram os meus eu me arrepiei inteira, senti sua mão descendo pela minha barriga, cada beijo, cada toque me fazia perder o controlo que eu ainda tinha, ou achava que tinha.
Foi uma hora, uma hora completa, de prazer e gemidos, Pedro era incrível e me fazia me sentir bem, na maneira mais louca possível.
-Que tal um banho agora? -Ele perguntou com a boca colada no meu pescoço.
-Uma ótima. -Ri e ele se levantou, sentei na cama mas voltei a deitar.
-O que foi? -Um sorriso safado me fez tacar uma almofada nele.
-Me ajuda a levantar idiota. -Pedro me levantou e me pegou no colo. -Ainda sei andar.
-Vai por mim, não vai querer andar agora.
-Aí meu Deus. -Ele riu e me pôs no chão quando chegamos no banheiro.
Pedro ligou a água e esperou esquentar para entrar debaixo, quando estava quente ele me puxou para perto dele e me abraçou.
-O que deu em você?
-Por que?
-Porque você está muito... Fofo. -Ele me abraçou com mais força.
-Me prometa que não vai mais fugir de mim.
-Não vou a lugar algum. -Sussurrei ganhando um beijo na têmpora.
Tomamos banho juntos, Pedro sempre arrumava um motivo para me abraçar ou me beijar, ele estava tão lindo assim, calmo, controlado e sendo meu. Percebi que adorava ele assim, adorava saber que podia tê-lo para mim assim.
Depois do banho fomos procurar alguma coisa em seu closet estranhamente organizado para eu vestir, olhando para as coisas arrumadinhas assim nem parecia que ele era um assassino a sangue frio, bom, vendo pelo meu lado eu não parecia ser... Ser como eu sou. Achamos uma camiseta branca dele que mais pareceu um vestido em mim, fiquei sem roupas íntimas por baixo já que não tinha roupa nenhuma minha ali.
-Vou precisar de roupas.
-Vá no shopping com Selena amanhã, já compre alguma coisa sexy para usar no nosso... Sei lá o que. -Pedro deitou na cama e puxou o edredom branco.
-Nosso encontro?
-É assim que vocês, garotas, chama isso? -Fuzilei ele com os olhos.
-Isso o que?
-Encontro. Certo, entendi.
-Adoro você assim. -Gargalhei quando ele levantou as mãos em forma de rendição.
-Adora mandar em mim, é?
-É, eu adoro ter você na palma da mão. -Seus olhos se estreitaram.
-É você quem está presa aqui.
-Eu me entreguei, posso fugir quando eu bem entender.
-Vai fugir? -Ele levantou da cama e veio mais para perto de mim com os olhos fixos nos meus e um olhar ameaçador.
-Se eu quiser... Sim.
-Vamos ver. -Pedro me puxou e me colocou deitada na cama, ficando por cima, passei a perna por baixo da dele derrubando ele de costas na cama e fiquei em cima.
-Suas últimas palavras?
-Por que palavras? -Fechei os olhos assim que seus lábios tocaram os meus, o beijo foi delicioso, mas ele me derrubou novamente na cama me mobilizando de vez. -Peguei.
-Assim não vale.
-Vale sim, anjo.
-Acabo com você. -Ele sorriu.
-Duvido.
-Não me subestime.
-Nunca. -Puxei ele e beijei seus lábios deliciosos. -Vamos dormir.
Deixei que ele me levasse de volta para debaixo das cobertas, encostei em seu peito e ele me abraçou, sentir o calor dele era bom e me afastava dos medos, fazia um bom tempo que eu não dormia, acho que mesmo complicando as coisas eu merecia uma noite de sono.
-Me deixe confiar em você.
-Pode confiar em um assassino?
-Você confia em mim Pedro? -Ele demorou um instante para responder.
-Sim.
-Você pode confiar em uma assassina?
-Você não é. -Pedro beijou minha testa, depois de um tempinho sua respiração diminuiu e eu finalmente acabei caindo no sono, sem pesadelos, nem sonhos.

Acordei bem tarde para alguém que não bebeu quase nada, mas levando em consideração que eu não durmo a dias....
Pedro não estava ao meu lado quando levantei, provavelmente foi trabalhar. Decidi ir no quarto da Sel pegar alguma roupas emprestadas até eu comprar alguma coisa.
-Bom dia raio de sol. -Selena abriu a porta sorridente.
-Bom dia. -Retribui o sorriso e ela me deu passagem para passar.
-Quer algumas roupas, não é? -Ri e afirmei com a cabeça.
-Pedro falou que podemos comprar algumas depois no shopping, mas até lá... Eu não posso sair assim.
-Tudo bem, devo ter alguma coisa que sirva em você. -Selena era um pouco mais alta que eu e tinha menos massa muscular e muito menos curvas.
Fomos até seu closet lotado de roupas de grife, a metade delas claras ou estampadas com corações ou flores.
-Alguma coisa escuta? -Perguntei olhando em volta.
-Qual seu problema com roupas pretas? -Ela abriu uma gaveta e tirou um vestido rodadinho sem mangas de lá.
-Pode ser. -Peguei o vestido e expulsei ela do seu closet. Selena me deu algumas roupas íntimas novas e eu as vesti, e o vestido também. Graças as curvas ele marcou bem minha cintura e deixou mais colado na barriga do que parecia ser, mas em geral, não ficou ruim.
-Ah, não ficou ruim, aliás, ficou gostosa.
-Até eu compara alguma coisa, vai ser essa mesmo. -Minha amiga concordou com a cabeça. Depois de escovar os dentes com uma escova nova e arrumar o cabelo, descemos para comer alguma coisa já que estava quase na hora do almoço.
A casa estava tão limpa que nem parecia que havia sido infestada de pessoas ontem à noite. Entramos na cozinha e Samantha veio correndo me abraçar, quase me derrubando no chão.
-Você está bem?
-Estou bem Sam. -Ela se afastou me observando só para ter certeza que eu estava bem.
-Está com fome? -Afirmei com a cabeça. -Ótimo, tem bolo de chocolate que eu fiz hoje de manhã e suco. Pedro pediu para eu fazer.
-Ele pediu? -Selena perguntou quase engasgando com o pedaço de bolo.
-Pediu e usou "por favor" na frase. -Caí imediatamente na gargalhada junto com Selena.
-Ele o que?! -Falei entre o riso limpando as lágrimas nos olhos.
-Estranho, não?
-Efeito Gaby, Sam. -Dei um empurram na Selena e me sentei para comer.
Fiquei com elas na cozinha até ouvir os meninos entrarem na cozinha, Pedro não estava com eles.
-Oi Cooper. -Caio me deu um beijo no rosto o que me deixou de boca aberta. -Desculpe eu só... Foi mal. -Ele passou a mão na nuca, envergonhado.
-Tudo bem.
-Pedro está te chamando lá no escritório. -Luccas falou beliscando a salada de tomates.
-Vou lá ver o que ele quer. -Sai da cozinha e andei pela casa brilhando até chegar em seu escritório.
-Pedro? -Bati na porta e abri.
-Oi. -Ele estava sentando na cadeira atra da mesa.
-Me chamou?
-Chamei. -Ele estava diferente, seco.
-Fala. -Retribui com a mesma forma.
-Você vai comigo hoje no galpão, tenho umas coisas para fazer.
-Não quero ir.
-Não tem que querer.
-Desde quando você manda em mim? -Falei debochada e ele se levantou da cadeira e apoiou as mãos na mesa, seus olhos estavam vermelhos, merda.
-Não quero saber Cooper, você vai. Entendeu?
-Me deixa em paz, inferno. -Virei as costas e abri a porta e sai do escritório, bati a porta com força.
Voltei para a cozinha emburrada, sentei no banco ao lado da Selena que me encarou.
-Voltaram às origens? -Ela sussurrou.
-Imbecil. -Falei cuspindo fogo pela boca já.
-Não culpe ele, está complicado as coisas e ele está meio....
-Drogado? -Luccas me olhou como se não fosse fácil descobrir. -Sou policial, conheço de longe. -Ele suspirou.
-Da um tempo para ele ok?
-ELE, tem que me dar um tempo. -Sam colocou as coisas na mesa e anunciou que o almoço estava pronto.
Quase nem toquei na comida, meu estômago estava se revirando, como pode mudar de uma noite para a outra? Isso é irritante, ele me tira do sério e eu não consigo me manter longe dele, por mais que eu queira, agora já fui longe de mais. Nem notei que todo mundo havia saído da mesa até Sam me chamar.
-Gaby?
-Hm.. Oi Sam. -Coloquei o prato quase cheio em cima do balcão.
-Você está bem?
-Já percebeu que você é a única pessoa que mais faz essa pergunta? -Ela sorriu.
-Já, às vezes é bom se importar.
-Outras a gente se ferra. Sei como é.
-O que ele fez?
-Nada, vou resolver as coisas. Eu acho...
-Você sempre resolve, sempre soluciona problemas, você é uma agente, é isso que faz.
-Eu sou uma agente que resolve coisas não relacionadas a mim. -Coloquei as mãos no rosto.
-Você não está vendo além dos problemas senhorita Cooper. -Senti ela me dar um beijo na testa e sair da cozinha me deixando sozinha com meus problemas.
Meus neurônios estavam pegando fogo descobrindo o que eu não estava vendo quando escuto uma voz conhecida na sala, me levantei e abri a porta da cozinha indo até a sala principal.

Espero que tenham meus doces, desculpa a demora, vou tentar postar com mais frequência, prometo que vou tentar do fundo do coração.

Destinos traçados(andamento)Onde histórias criam vida. Descubra agora