POV NickA facilidade com que eu conseguia desviar das árvores era surpreendente. Meus reflexos eram de fato, sobrenaturais. Apesar de enxergar todas as coisas roxas, eu podia ver melhor do que quando estou na forma humana.
Corria entre as árvores, com um desejo muito mais que forte de chegar até a cidade. Minha velocidade me dava uma sensação de liberdade. Eu podia sentir que era capaz de fazer tudo. Dei um salto de mais ou menos cinco metros de altura. Caí uns dez metros à frente.
Parei quando cheguei à estrada de asfalto. Movimentos de árvores surgiram atrás de mim. Olhei em busca de ameaças, e quando eu estava despercebido, senti um corpo de outro lobo pular em cima do meu, e saímos rolando pelo chão.
Consegui me desvencilhar dele, e quando fiquei sobre as quatro patas mais uma vez, avancei com tudo para cima dele. Mordi uma de suas patas traseiras, e saí correndo. Achei que a mordida seria o suficiente para deixá-lo sem forças para andar, mas não. Ele ainda estava correndo atrás de mim.
Como um pedaço de papel, meu corpo voou e bateu com tudo na árvore mais próxima. Senti minhas costelas quebrando, mas não dei importância alguma à dor. Ele começou a rodar à minha volta, e eu permaneci mais que atento.
Um rugido alto saiu dele, mas eu não me intimidei. Fui para cima, e rolamos mais uma vez no chão. Senti algo rasgando minha pele na parte superior. Quando consegui sair das presas dele, foi a minha vez de jogá-lo contra uma árvore qualquer. Vi o corpo de canis lupus dele, descer de uma vez ao chão. E eu, fui, com toda a minha velocidade para cima. Cravei minhas presas próximas ao seu pescoço. O sangue começou a descer.
Quando comecei correr rumo à cidade, senti meu corpo voltar ao normal. Todos os meus músculos estavam doloridos. Caí no chão como se fosse um boneco. Olhei para o meu pai, que caminhava com dificuldade até mim. Ele estava pelado, então deduzi que eu também.
— Vai ficar tudo bem agora. — Ele disse, e meus olhos se encheram de água. Eu o machuquei.
— Desculpa! — Pedi em tom baixo. A vergonha tomava conta de mim.
— Não era você. Não há nada a se desculpar. — Ele colocou a mão na minha costa. — Vamos para casa. — Ele disse. Olhei para o céu, e a aurora — a luz que o sol lança à Terra antes de nascer — já era visível.
Levantei com a ajuda dele, e voltamos lentamente para a casa abandonada. Nenhum de nós falou nada por estarmos pelados, e eu nem estava constrangido por ele me ver assim.
— O que precisa acontecer antes que eu mate alguém? — Disse depois que terminamos de nos vestir.
— Você não vai matar ninguém.
— Será? — O olhei com um olhar indagador. — Só eu sei o que senti quando estava correndo atrás...
— Eu sei exatamente o que você sentiu. Eu passei longos anos aprendendo a me controlar porque eu amo sua mãe. E eu sei que você também ama muito o Lewy. É preciso ter paciência Nick.
— Eu machuquei você.
— E eu o machuquei também. Lobos têm tendência a brigarem sempre. Você sabe bem disso. — Ele falou e pegou sua mochila. — Essa foi sua primeira lua. Você se saiu bem.
— Como pode dizer isso?
— Eu me saí bem pior do que você. — Voltamos à estrada de areia que levava até nosso carro. Entramos em silêncio.
— O que aconteceu com você? — Perguntei quando entramos na estrada de asfalto que leva à cidade.
— Eu... — O celular dele tocou. — É a sua mãe. — Ele me olhou antes de atender.
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Me apaixonei por um Vampiro (História Gay)
VampirosKen Kern, com apenas dezessete anos, corpo magro contrastando com sua pele branca e cabelos negros, com olhos tão verdes que assemelham-se a esmeraldas, mergulha de cabeça num mundo completamente incomum. Vive com seus pais e irmãos mais novos, e te...