POV Alex
O que acontecia no mundo fora do hospital, durante aquelas horas que se sucederam, não me importava tanto. Minha esposa continuava desacordada na cama, e eu nem sequer tinha coragem de ligar para minha filha e dizer o que se passava com sua mãe. Linda poderia morrer, e eu não sabia como dizer isso à Tiffany. Uma atitude egoísta, e que pode custar a nossa relação? Talvez. Entretanto, pensar numa maneira menos complicada de falar com ela não me passou pela cabeça.
Minhas mãos, vez por outra, acariciavam o rosto da Linda. A pele estava mais pálida que o normal. A médica que a atendeu, disse que ainda ficaria desacordada por um longo tempo. Eu tentei, mas claro, de forma não muito detalhada, explicar como ela foi parar no hospital. Disse que alguns destroços da explosão nos acertaram quando passávamos na rua.
Pode ter sido um erro falar um terço da verdade, mas sinceramente, diante das circunstâncias, inventar uma boa e incontestável mentira, era a minha menor prioridade.
Sentia um pequeno sopro de alívio por ver e ouvir que os sinais vitais dela estavam estabilizados. Ela só dormia. Era um sono tão profundo, que por segundos, vagas ideias de que ela não sairia dessa, caminhavam ao meu redor. Eu queria e precisava ser forte por ela, pela Tiffany e por mim. Eu tinha que avisar a ela. Independente da dor que ela sinta, dor que já estou sentindo, ela tem que saber.
A determinação que criei para falar a ela do estado da mãe, era nítida de qualquer canto do quarto, mas antes que eu pudesse terminar de discar o seu número, a porta se abriu, e logo vi minha filha adentrar o quarto, aflita.
— Pai, por que não me avisou nada? — Ver ela se aproximar da Linda, não me deu forças para responder a pergunta que ela fez. — Mamãe... — Ela disse de forma arrastada. — Está tudo bem com ela? — Ela me encarou.
— Não sei. — Suspirei. — Os sinais dela estão estáveis, mas a médica que a atendeu disse que precisamos esperar.
— Ela pode morrer?
— Eu espero que não, filha. — Me aproximei, e segurei seu rosto.
— Há quanto tempo ela está aqui?
— Não sei exatamente. — Olhei para a janela, o sol já estava vindo ao longe. Olhei para o meu pulso e já era quase seis da manhã. — Uma hora mais ou menos.
— Você não tinha o direito de esconder isso... De não me falar. Ela é minha mãe!
— Eu sinto muito.
— Sente mesmo? — Ela estava chateada com mais coisas do que somente pelo fato de eu não ter falado a ela nada sobre a mãe. — E se ele tivesse morrido antes que eu chegasse aqui?
— Ela vai ficar bem. — Ela não respondeu. — E você?
— O que tem?
— Vai ficar bem? — Ela me olhou. — Você não parece muito bem.
— Estou ótima.
— Mesmo?
— Sim. — Ela sentou na cadeira ao lado da cama.
Insistir para que ela me contasse o que estava acontecendo naquele momento, não era uma boa ideia. Ela estava abalada. Eu podia sentir. Mas ambos sentíamos medo de perder a nossa Linda. Precisávamos um do outro.
POV Fernando
O sentimento de inutilidade crescia dentro de mim a cada movimento que o ponteiro da sala de estar fazia. Andava de um lado para o outro, enquanto os bruxos continuavam sentados no chão buscando uma única frequência em que pudessem utilizar seus poderes como um só. Pelo menos foi isso que entendi.
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Me apaixonei por um Vampiro (História Gay)
VampirosKen Kern, com apenas dezessete anos, corpo magro contrastando com sua pele branca e cabelos negros, com olhos tão verdes que assemelham-se a esmeraldas, mergulha de cabeça num mundo completamente incomum. Vive com seus pais e irmãos mais novos, e te...