Guerras de Mármore

Capítulo 27

Sem problemas, cruzei todo o território de Arland, logo chegando a Nirvana.

As Fazendas do Sul são divinas. Há tantos frutos, tantas culturas diferentes. Pude me encontrar com um dos administradores e cedi algumas sementes que sempre carrego comigo – de frutos exclusivos de minha ilha – em troca de algumas mudas de plantas que não creio existirem no outro mundo.

Segui para a deslumbrante Paradise City e, confesso, nunca vi mulheres tão belas em toda a minha vida. Uma, em especial, me chamou a atenção. Com seus trinta e poucos anos, caminhava de cabeça baixa, como se envergonhada por algo. Notei a leve ondulação em sua barriga e percebi a razão. Algo me disse para ir falar com ela e dar meu suporte. Coisa estúpida de se fazer, eu sei. Ainda sim fui. Curiosamente aquilo funcionou como um código. A mulher mandou que eu procurasse por Drustan.

Confesso que fiquei em dúvida se aquilo poderia ser algum tipo de ofensa local, mas minha curiosidade foi saciada quando me encontrei com um velho que apesar de muito mais jovem que eu próprio, parecia extremamente mal acabado. Ainda assim, a mente conservava a lucidez e ele me contou inúmeras histórias sobre o reino. Depois mandou que eu seguisse para o norte e mais além, pois naquelas terras vivia um mago vindo de outras terras que poderia me ajudar em minha missão. Antes que eu partisse, no entanto, me deu uma peça de mármore para que levasse comigo. Questionei-o sobre aquilo e ele me disse que por causa de uma daquelas estou aqui.

Segui pelo caminho que me deram, cruzando um monte, através de um rio até um velho bosque pantanoso no qual, segundo me dissera Drustan, habitavam ogros, não muito tempo atrás. Por isso mantive-me atento.

Mas a grande surpresa ainda estava por vir quando as árvores podres foram dando lugar a outras verdes e de copas frondosas. Uma floresta cheia de vida se erguia logo além do pântano. E no meio dela, encontrei um grande palácio de pedra.