Prólogo

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Cynemaer caminha a passos lentos. O ruivo alto e barbudo adentra a taverna chamando a atenção de todos os presentes. Bate no balcão, clamando por uma caneca de hidromel.

O taverneiro se aproxima do homem e fita-o. Cynemaer veste um longo casaco de pele de cordeiro manchado de sangue. Às costas, preso, está um machado de prata com inscrições que, o taverneiro imagina, parecem ser da língua dos anões. Seria aquele um raro mestiço? Ele pega a maior de suas canecas e a preenche de hidromel. O ruivo bebe com gosto. O líquido escorre por entre as barbas sujas e respinga em suas vestes. Ao terminar a primeira caneca, bate no balcão e pede por mais. No total, serão trinta e cinco canecas de hidromel, cada uma bebida em apenas uma golada.

Finalmente satisfeito, Cynemaer paga o homem com moedas de ouro. O taverneiro se surpreende. Como um bárbaro como aquele possui as moedas reais? Apenas aos nobres é concedido tal direito. Os homens comuns pagam sempre com fichas de mármore, muito menos valorizadas.

Ciente do problema, o taverneiro hesita em pegar as tais moedas, mas o ruivo insiste. Em uma mesa próxima, um homem levanta. Porta uma armadura de bronze, denunciando que é um cavaleiro de terceiro grau da guarda real.

- Quem és tu, forasteiro, e onde conseguistes estas moedas? - Cynemaer o ignora e o guarda insiste. - Diga-me agora ou prepare-se para responder ao próprio rei. - ele coloca a mão em sua espada, preparando o ataque. Comete um erro terrível, no entanto, ao tocar o ombro de Cynemaer. O ruivo gira em uma velocidade inimaginável para um ser de seu tamanho, enquanto arranca o machado das costas e em um movimento preciso, decepa a cabeça do guarda.

Na taverna, todos entram em alerta, mas ninguém ousa interferir. A cabeça do guarda rola pelo chão, deixando um rastro de sangue, e só para ao chocar-se contra uma das colunas de madeira.

O ruivo volta a guardar o machado e segue em direção à saída com inúmeros pares de olhos o observando.


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