"Tentando empurrar este problema pela colina acima
Quando é simplesmente muito pesado para segurar
Pense agora é a hora de deixá-lo deslizar
Então vamos, deixe para lá
Apenas deixe ser
Por que você não é você
E eu vou ser eu"(James Bay - Let It Go)
O sono não conseguiu a alcançar aquela noite, seus pensamentos estavam muito confusos para poder relaxar. Por fim, decidiu levantar da cama e ir para sala, talvez assistir TV fizesse seu sono aparecer.
Pegou o celular apertou o botão do meio e viu ser 04hrs e 38min da manhã de domingo. Provavelmente aquele era o domingo, em muitos anos, que acordava àquela hora. Saiu do quarto, perambulou cuidadosamente pela casa noturna, tomando muito cuidado para não acordar ninguém, e chegou na sala. Pegou o controle da TV, abaixou o volume para que só ela pudesse escutar, algo impossível, e deitou-se no sofá.
No primeiro canal em que ligou a TV ela deixou. Estava passando um filme de drama que Angelina nunca tinha gostado, mas naquela madrugada quis assistir. Sabia que no final a menina morria de leucemia e o garoto rebelde se transformava em um homem bom. Dessa maneira o sono a pegou e a levou para um lugar sem sonhos, sem Gabriel, sem Patrícia e sem seu Cavaleiro Prateado.
Parecia ter dormido horas quando alguns barulhos na sala a acordaram. Sem ao menos ver o que poderia ser, esfregou os olhos e olhou para um relógio antigo pendurado na parede dos fundos da sala. Ele marcava 5hrs e 12min. Dormirá pouco mais de meia hora.
- O que você está fazendo aí? – perguntava uma voz familiar, todavia sua sonolência a impedia de distinguir de quem era. – Angelina?
- Tio? – disse quando sentou-se no sofá e seu Tio Rodrigo aproximou-se dela.
- Angelina você andou usando drogas? – perguntou ele sorridente, por algum motivo orgulhoso.
- Tonto – falou ao se levantar e se espreguiçar. – Claro que não.
- Hum... – resmungou ele a olhando com um sorriso malicioso no rosto. – Então esse estado só pode ter sido causado por algum garoto.
Imediatamente Gabriel ressurgiu em sua mente, Patrícia furiosa e a culpa a golpeou pelas costas. O beijo. Ardente, intenso, insaciável, queria mais...
"Angelina! Comporte-se" – recordou a consciência.
- Pelo seu jeito, acredito que estou certo – continuou Rodrigo após perder o sorriso no rosto e a observar com gentileza.
- Sim – admitiu.
Seu tio ficou a olha-la por alguns segundos e logo se aproximou e a envolveu em um abraço.
- Isso vai passar – disse próximo a seu ouvido. – Isso sempre passa.
Estava aconchegado, perfeitamente encaixada em seu peito. Naquele momento, sentiu-se protegida e o abraçou com força, para que nada de mal acontecesse novamente.
Alguns segundos se passaram e os dois permaneceram abraçados.
Seu tio Rodrigo sempre foi o seu segundo pai.
- Bem espero que fique bem. Mas, tenho que ir agora – falou Rodrigo desgrudando-se dela delicadamente.
- Aonde você vai a essa hora? – perguntou ao passar as mãos pelo cabelo e lembrar-se que não tinha penteado.
- Vou ao cemitério. Hoje é o dia. – Ele disse.
- Nossa – voltou-se o olhar para o chão. Uma súbita tristeza invadiu seus sentimentos de culpa. – Já fazem três anos. Parece que foi ontem.
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PROMETIDOS (Concluída)
Teen FictionTodo mundo esconde segredos! Contudo, imagine esconder um segredo capaz de destruir sua vida. Um segredo capaz de te dominar. Um segredo mortal e devastador. Um segredo capaz de te impe...